Ficamos nas cordas

E não é que nos mataram gordinhos? Eu já estava preparado para abrir a garrafinha de água mineral com gás para fazer o brinde comemorativo ao pontinho conquistado, quando nos embucharam. Passei de um estado de empate com sabor de vitória, para derrota com sabor de derrota. Sei que é do jogo, que futebol é uma caixinha de surpresas e tudo mais, mas tomar um gol aos 45min do segundo tempo, praticamente na última bola do jogo, não é bom. Bom é ganhar.

 Escutei a apresentação Xavante por uma rádio de Maringá. Vamos combinar, não dá para ouvir “dobradinha”. Se já é ruim acompanhar um jogo pelo rádio, com jornada dupla fica um sofrimento além das forças de um Torcedor. Se bem que o outro lado deveria estar bem divertido de ouvir. Mas nesta tal rádio de Maringá, o que falavam era que o GEB fazia uma boa apresentação. Que no primeiro tempo desenvolvemos um futebol melhor que o do nosso adversário. Marcação forte e contra-ataque rápido. Nosso padrão de jogo foi imposto. No segundo tempo, a partida foi mais equilibrada. Se deu melhor quem persistiu mais.

Vamos combinar, não dá para ouvir “dobradinha”

Não gostei da retranca nos últimos minutos, após conquistarmos o empate. A entrada do Ricardo Schneider nos 15min finais trouxe o time do Maringá para cima. No boxe, seria como irmos para as cordas, deixando o oponente nos encher de porrada, contando que o gongo soará antes de irmos a nocaute. As vezes funciona, como frente a Cabofriense/RJ em Gravataí, as vezes não. Ontem foi a vez do não. Beijamos a lona.

 Acho que o GEB tem um bom esquema tático. Gosto de como o time está montado, da marcação, da saída rápida, das inversões de jogadas, do futebol coletivo. Acho moderna este tipo de estratégia de jogo. Viu-se muito disto na Copa Por isto, não vejo razão de abdicarmos dela. Tem que manter a proposta do jogo forte e para frene, sem abrir mão da procura pela vitória. Até porque, haja coração para suportar o adversário pingando bola na área por 15min ininterruptamente. A probabilidade de que, em algum momento, o oponente encontrará uma brecha é muito grande. É tanta porrada, que numa destas o golpe entra, como entrou.

 Mas estamos bem. Seis pontos conquistados em nove disputados, sendo duas apresentações no terreno do adversário, não é nada ruim. E enfrentando finalistas dos campeonatos em seus respectivos estados. Não dá para reclamar.

 Agora é dar uma secadinha para a Cabofriense/RJ conquistar, ao menos, um empate no próximo domingo frente ao Maringá/PR e o Ituano/SP fazer o crime em cima do Guarani/SC. Isto nos dará condições de terminarmos a primeira fase em primeiro do grupo, caso vençamos o Guarani/SC na última rodada, o que esperamos que aconteça.

 De certo mesmo, só a ansiedade para as duas próximas semanas. A aflição de esperar a hora de ir comungar no Templo, de ajudar a colocar lenha no fogo do Caldeirão, de soltar o grito de apoio aos Guerreiros Xavantes ou de colocar para fora as angústias da vida. Seja qual for o motivo, o importante mesmo será estar lá.

 Como é bom ser Xavante!


Ivan Shuster
Onda Xavante

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