Éolo é Xavante | Ivan Schuster

Sábado à noite tivemos uma noite de gala. Feliz daquele que foi ao Bento Mendes de Freitas e assistiu a mais uma apresentação memorável protagonizada pelos Guerreiros Xavantes em parceria com a “Maior e Mais Fiel Torcida do Interior do RS”. Esta apresentação do GEB será lembrada por muito tempo pela sua intensidade, determinação e convicção. Os primeiros 45min, aproveitando-se do vento a favor, o GEB foi para cima como se fosse a 7a Divisão Panzer. Massacre em campo, show e alegria nas arquibancadas.

..não só não fomos fritados como congelamos eles no banhado.

Por falar em vento, se existiam dúvidas, sábado todas elas foram desfeitas. Ficou cristalino que entre os deuses do futebol está Éolo, o deus dos ventos. Não há outra explicação para o que vimos. Os nossos guerreiros não corriam, flutuavam. Eram levados por uma brisa mágica, enquanto os adversários ficavam bloqueados, presos, por fortes ventos contrários. E a bola do primeiro gol? Chute certeiro? Óbvio que não. Foi um cruzamento de Washington para Éolo cabecear. Claramente a bola do Washington iria para fora, passando a mais de metro acima do travessão. De repente, do nada, surge Éolo e cabeceia de forma certeira, fazendo a bola baixar e morrer no fundo do gol. Festa no Olimpo, Zeus em êxtase. Éolo é Xavante!

Uma coisa que sempre me chama a atenção é que ainda existem dirigentes que não aprendem que a bola pune o boca grande. Se neste mundo mágico da bola existe uma regra que não pode ser desobedecida é a de que não se deve menosprezar os adversários antes do apito final. Enquanto nada estiver decidido, fecha a matraca. E não é que um dirigente do Operário/MT resolveu falar, ainda antes da primeira partida lá em Várzea Grande, que iriam nos fritar no calor do Mato Grosso? Pois bueno, não só não fomos fritados como congelamos eles no banhado. E nem precisou ser com o Minuano. Bastou uma brisinha da lagoa. Esqueceram de avisar o desinformado que de várzea nós entendemos. Agora chora, mané.

Ao fim e ao cabo, fizemos o que o patrão normalmente faz com o operário, ferramos com eles. E de quatro! Acharam ruim? Deixem disso, nem doeu.

Mas, o Operário/MT já é passado. Virou história, estatística. Juntaram-se aos tantos outros que sentiram na carne a dor da fatídica flexada Xavante. E quando eu pensava que iria me acalmar, vejo que estou ainda mais ansioso e tenso. Chegou o momento da verdade. Eu sempre defendi a tese de que mais importante do que participarmos da primeira divisão do Campeonato Gaúcho é termos presença confirmada no Campeonato Brasileiro. Sonho com uma Série B, que já nos escapou algumas vezes. Na minha modestíssima opinião, entendo que tudo o que foi planejado e feito desde que o Rogério Zimmermann assumiu o comando campal das nossa lutas, foi para que chegássemos a este momento. São quase dois anos de trabalho que serão sintetizados em pouco mais de 180 minutos. E não querem que eu fique nervoso. Não só estou nervoso, como quase surtando. Melhor nem falarem comigo nestas próximas duas semanas.

Para concluir, não poderia deixar de relatar uma notícia que circula na região. Contaram-me sobre uma donzela que deseja contrair matrimônio com algum varão de boas posses e que seja proveniente de família tradicional. Para entregar-se por completa, a moçoila deseja apenas casa confortável, comida de boa qualidade, roupa lavada, lençóis de linho, prataria, carro zero na garagem e uma mesada de R$ 200.000,00 por mês. Periodicidade das relações sexuais a negociar. Interessados devem apresentar-se na segunda com propostas por escrito e registradas em cartório.

Abs.


Ivan Shuster
Onda Xavante

 

Deixe um comentário