Arquivo diários:02/11/2014

Timinho | Ivan Schuster

Timinho, timinho, timinho. Nada caracteriza melhor o nosso adversário, frente ao ocorrido em Londrina, em mais uma apresentação de luxo do GEB. Não existe justificativa minimamente aceitável que sustente uma explicação sobre os ocorridos. Tentativa de intimidação da Torcida Xavante, com apedrejamento dos ônibus; chuva de pedras na torcida, obrigando a Xavantada a buscar abrigo em um barranco; vestiários improvisados, pequenos e sujos para o nossos Guerreiros; agressões físicas; entrevistas destemperadas e cheias de ódio, durante a semana inteira; e muito mais. Montaram um plano perfeito para nos sacanearem em tudo. Só esqueceram que futebol é jogado dentro de campo. Coisa de timinho, de gente desesperada, que sabe que desandou a maionese. Caiu a máscara. Se achavam e caíram na real. Vão ter que dar muita explicação para o chefe. Cabeças irão rolar.

Vi e revi inúmeras vezes os vídeos que circulam na internet. É imagem é clara. O Martini foi apartar a briga, evitando que o cinegrafista da RBS Pelotas fosse massacrado por um grupo de covardes ensandecidos pelo desespero, e acabou agredido. Quando rolou a porrada para todo lado, o cara do Londrina levou a pior. Enquanto estava em maioria e batendo estava bem faceiro, depois que apanhou foi fazer beicinho. Ah, tá. Chama a mãe, o irmão mais velho ou corre para o colo da vó.

Gostei da apresentação do GEB. Como sempre, com forte marcação, não deu muitas chances ao adversário. Gostaria de ouvir o técnico deles a respeito do GEB só fazer gol de bola parada. Nena fez dois em jogadas executadas com perfeição e ainda perdeu um terceiro de forma incrível. E nem vou falar do pênalti, já que jogada iniciada com bola parada não vale. Do lado deles, um golzinho mixuruca de bate-e-rebate, iniciado com … bola parada! Vejam só! Como também foi de bola parada o gol de empate, que tinha o jogador do Londrina em flagrante e vergonhoso impedimento. Muito impedido. Até o Rogério Zimmermann, que estava no outro lado do campo, viu. Vergonha!

E assim foi, mais uma vez a paixão ganhou do milhão. Ganhamos dentro do campo, superando a tudo e a todos. Para o adversário desclassificado, sobrou o xororô e o mimimi. Mostrou o seu real tamanho, o tamanho de um timinho. Chora e aceita que dói menos.

Abs.


Ivan Schuster
Onda Xavante

Um jogo de futebol ou um jogo pela vida? | Eduardo Costa

Londrina e Brasil disputaram o segundo tempo mais demorado e tenso da minha vida. Durante 68 minutos, temi pela minha integridade física e dos demais colegas de imprensa de Pelotas.

Terminei o jogo escondido embaixo do balcão para não ser agredido e com dois bancos na porta da cabine para evitar possível invasão dos marginais.

Dentro de campo briga, socos, pontapés. Uma batalha campal. Com direito a agressão covarde ao cinegrafista Jefferson Kickhofel da RBS TV Pelotas. Tudo errado. Resultado do clima hostil criado pelo Londrina durante a semana.

Profissionais de imprensa de Londrina com postura totalmente parcial como se fossem verdadeiros torcedores. Vergonhoso.

Fora das quatro linhas, nas sociais do estádio do café, outro filme de horror.
Após gritar o segundo gol do Brasil marcado por Nena, fomos covardemente ameaçados por alguns torcedores do Londrina.

Até o fim do jogo, a cada lance, a cada gol do Londrina, era uma ameaça e uma tentativa de intimidação.

Foram os minutos mais impotentes da minha vida. Narrei o segundo tempo fazendo algo que não é função do jornalista. Fazendo aquilo que condenei dos colegas de Londrina.

Eu torci e muito. Torci para o Brasil não fazer mais gols, porque se eu gritasse certamente seria agredido. E também para o Londrina não virar a partida, pois aconteceria o mesmo.

Foi a pior jornada esportiva da minha vida. No segundo tempo não pude levar ao ouvinte da Rádio Pelotense e ao torcedor Xavante a emoção certa para aquele momento épico de classificação histórica para a final de um Campeonato Nacional.

A tensão, o medo de ser agredido e todo o clima de hostilidade me tornaram impotente e me sentindo a pior pessoa do mundo. A minha voz embargada e os meus relatos ao microfone da Rádio Pelotense deixaram claro toda a minha tristeza e meu medo naquele momento.

Resta a mim pedir desculpas aos torcedores e ouvintes. Mais uma vez perdemos para a violência. Espero nunca mais ver cenas como as de Londrina. Espero ver cenas de festa como o torcedor Xavante fez durante toda a Série D e também fará na final.

Nunca mais quero presenciar um jogo de futebol em que minha vida e de tantas outras pessoas estejam em jogo. Parabéns Xavantada pela festa e a classificação à final da Série D e obrigado pela compreensão!

Eduardo Costa – Narrador e repórter da Rádio Pelotense

O matador de campeões

Xavante derruba mais um campeão estadual e está na final do Brasileirão da Série D

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Nena marca duas vezes e coloca o Xavante na final. Foto: Carlos Insaurriaga

Quando pensamos que esse time já nos deu todas as alegrias possíveis em 2014, ele vem e nos surpreende. Dessa maneira o G.E.Brasil está na final do Campeonato Brasileiro da Série D. E a campanha não foi daquelas aos trancos e barrancos, na sorte. Vencemos o campeão paulista (duas vezes), eliminamos o campeão do Distrito Federal e agora eliminamos o campeão paranaense. A campanha é irrepreensível. Digna de aplausos.

O jogo de Londrina já tinha clima tenso desde o fim da partida do Bento Freitas. Eles não estavam preparados para uma pressão tão grande como foi a primeira partida. Estão acostumados a times pequenos e sem torcida. Foram bem tratados em Pelotas e a meia dúzia de torcedores deles que compareceram também foram bem recebidos. Demos a eles o vestiário dos visitantes, como acontece com todos os adversários no Bento Freitas. Durante a semana, a imprensa de Londrina criava argumentos mentirosos para incentivar a torcida e o time deles. Davam como desculpas pela derrota na Baixada o fato do jogo ser a noite, a iluminação, a arbitragem e a pressão da torcida e do time do Brasil. O que tem de errado ai? Querem moleza? Vão jogar curling. O capitão deles disse durante a semana que só eles sabem o que passaram em Pelotas. Porra, o que aconteceu que ninguém falou nada? Só eles sabem? O que eles não esperavam era a derrota para um time do interior do Rio Grande do Sul. Soberba. Ponto.

Já na sexta-feira, ao Brasil chegar em Londrina, a várzea já começou. A torcida do Londrina fez foguetório durante a madrugada no hotel do Brasil. Mal sabem eles que isso é um baita incentivo para nós e o quanto isso dá azar. Nós sabemos muito bem disso. Já no sábado, ao chegar no estádio, o Brasil não foi direcionado ao vestiário dos visitantes, mas sim a um cubículo onde apenas seis jogadores conseguiam se fardar. Um lugar sujo e com total acesso de estranhos. Uma vergonha. Mal sabem eles, novamente, que isso foi mais um incentivo. Um ônibus da nossa torcida com o pessoal que foi de Curitiba teve três vidros quebrados por torcedores do Londrina. Felizmente ninguém se machucou. Grande parte da nossa torcida fazia churrasco nos arredores do estádio e isso deixou os londrinenses irritados. Achavam uma afronta. Coitados.

O clima de guerra instaurado pela imprensa paranaense e pela diretoria londrinense foi para dentro do campo. O time do Londrina começou o jogo visivelmente nervoso e violento, não conseguia chegar com tanto perigo ao gol Xavante. O Brasil chegava nos contra ataques. E em um deles o volante Washington deu belo passe para Felipe Garcia que deixou Nena na cara do gol. Golaço. Nena, tão zoado pela imprensa paranaense, tachado de ruim e lento, deixou o seu primeiro e correu para os braços da massa Xavante. Já no início do segundo tempo veio o tiro de misericórdia. Os trapalhões da defesa do Londrina entregaram uma bola nos pés do Alex Amado que passou para Nena e o camisa 9 Xavante chutou de primeira, indefensável. Não sei como essa defesa do Londrina ficou tanto tempo sem tomar gols na competição. Muito fraca. Levou cinco gols nosso em dois jogos. Depois do 2 a 0, a vaga já era nossa, era uma questão de tempo. O Londrina descontou aos vinte minutos com Diego Roque após lance de bola parada. Aos vinte e quatro minutos foi a vez de Silvio empatar a partida em total impedimento e em jogada de bola parada novamente. Eles, que falavam que nós só tínhamos como jogada a bola parada, marcamos duas vezes com bola rolando e eles na bola parada. Que coisa, não?

Após o gol de empate, Rogério Zimmermann saiu da área técnica para reclamar do gol impedido, ou passar instruções à equipe, não se sabe, e foi expulso pelo árbitro da partida. No trajeto para o vestiário, membros da comissão técnica do Londrina hostilizaram e agrediram Zimmermann. Os jogadores do Brasil viram a confusão e foram defender o comandante Xavante. Alguns empurrões e agressões por parte dos paranaenses deram início à confusão. Era um número impressionante de pessoas com camisa do Londrina que não tinham nada a ver com o jogo e estavam dentro do campo. Quando parecia que os ânimos tinham se acalmado, o cinegrafista Jeferson Kickhofel, da RBS TV de Pelotas, foi agredido covardemente por essa pessoas que ninguém sabe porque estavam ali. Jeferson filmava toda a confusão e dirigentes do Londrina queriam destruir o seu material de trabalho apagar o que ele tinha filmado. Nisso ele foi cercado por mais de dez pessoa do time paranaense, derrubado e agredido no chão. Nisso o goleiro Eduardo Martini viu que a situação estava feia para o cinegrafista da RBS e foi tentar apaziguar a confusão. Ao chegar no bolo, o goleiro Xavante foi empurrado e levou um soco na cara que o derrubou no chão. Aí fechou o pau. Jogadores dos dois times trocaram agressões e a polícia assistia a tudo de longe.

As imagens que já circulam pela internet mostram exatamente o que descrevemos. Essas pessoas com camisa do Londrina foram as responsáveis por toda a confusão armada. Depois que Martini caiu após levar o soco, foi ação e reação, auto defesa. Ninguém é santo em uma briga dessas. Amanhã as imagens da RBS TV de Pelotas mostrarão toda a verdade. Eles até danificaram o equipamento do cinegrafista, mas as imagens ficaram registradas e isso ninguém apaga.

Mas falando em futebol, dentro do campo, foi lindo o nosso Xavante dando de relho no Londrina. Toda a soberba dos paranaenses sucumbiram a cada gol do Nena, artilheiro da Série D e exterminador de tubarões. O desespero era visível na cara dos jogadores do Londrina a cada gol do Brasil. A vaga para a final era nossa. A festa após a partida foi tímida pois todos temiam pela segurança, tanto jogadores quanto torcedores. Os torcedores já nem estavam mais nas arquibancadas, já estavam em um barranco ao lado pois voavam pedras para o lado da nossa torcida vindas do lado dos paranaenses.

Agora estamos em uma inédita final de campeonato brasileiro. Nosso adversário será o Tombense, time novo, cria de empresários. Essa semana será demais para nós Xavantes. Curtiremos todo esse orgulho que sentimos por esse time e no domingo lotaremos o Bento Freitas. Lotaremos mais por agradecimento, por tudo que esse time, comissão técnica e diretoria vêm fazendo pelo nosso Grêmio Esportivo Brasil. Eles merecem.

Mas uma coisa é certa, vamos lutar por mais essa taça.

VÍDEOS

Os gols do Brasil (Imagens Luciano Rodrigues e áudio Rádio Pelotense AM)

Gols do Brasil – Vídeo da Assessoria de Imprensa GEB

Confusão durante a partida

ÁUDIOS
*capturados da Rádio Pelotense AM e Rádio Gaúcha