Arquivo diários:10/11/2014

Tudo igual na primeira batalha

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Nena tentou mas a bola não balançou as redes. Foto: Paulo Rossi

E foram-se os primeiros noventa minutos da final do campeonato brasileiro da Série D. Brasil e Tombense não saíram do zero na noite do último domingo na Baixada. O jogo não foi dos mais bonitos e mais emocionantes como as decisões contra Brasiliense e Londrina. O time mineiro apresentou um ótimo toque de bola e um excelente jogo defensivo, dando muito trabalho para a equipe Xavante. Sem falar naquele goleiro maldito que saia do gol até em cobrança de lateral. Com dois bons laterais, as principais jogadas eram pelas extremidades, mas sem muita objetividade. Chegaram apenas duas vezes com perigo em duas bolas paradas. Já o Brasil fez o seu jogo de sempre, com uma consistência defensiva muito forte e tentando nas bolas paradas e em jogadas de velocidade de Alex Amado e Felipe Garcia, mas sem muito sucesso. E assim a partida terminou, sem gols.

Vale destacar a grande festa da torcida Xavante. Todos os ingressos foram vendidos e a festa na recepção do ônibus da delegação foi épica.

Agora ficou tudo para Muriaé, em Minas Gerais. Qualquer vitória ou empate com gols nos dará o título e um empate em 0 a 0 levará a decisão para os pênaltis. O Brasil perdeu Rafael Forster e Washington por terem recebido o terceiro cartão amarelo. Porém o time mineiro perdeu quatro jogadores por suspensão do terceiro amarelo. Está tudo em aberto.

A semana será de trabalho duro no Bento Freitas para acertar os detalhes e chegar em Minas com o time na ponta dos cascos. Temos feito grandes jogos fora de casa e dessa vez não será diferente. A torcida Xavante promete invadir Muriaé. Vários ônibus deixarão Pelotas já na sexta-feira e muita gente irá de avião. A expectativa é que cerca de 500 torcedores Xavante estejam em Muriaé.

Estamos muito perto de sermos campeões brasileiros. Vai ser difícil demais, isso vai. Mas lutaremos com toda a raça desse time e com a força da torcida nas arquibancadas. Vamos lutar por mais essa taça, vamos rubronegro, com garra e com raça.

VÍDEOS

Chegada da delegação Xavante no estádio

Matéria RBS TV Pelotas

ÁUDIOS
*capturados da Rádio Universidade AM

Síndrome de abstinência | Ivan Schuster

Que momento nós, Xavantes, estamos vivendo. Estamos em paz, com a alma leve. Fui assistir a apresentação do GEB – o GEB não joga, apresenta-se – ontem à noite em Pelotas e falei com muita gente. Amigos, velhos conhecidos, novos conhecidos, gente que me conhecia, alguns que eu conhecia de vista, outros que possivelmente nunca mais verei na vida. Todos Xavantes. E percebi algo em comum, estavam leves, de bem com a vida. Não temos mais aquela nuvem negra pairando sobre nossas cabeças. Livramo-nos daquela esperança angustiante de sonhar com um time que nos desse orgulho. O dia chegou. Estamos vivendo o momento. Temos um time do qual nos orgulhamos. 2014 é um ano para não ser esquecido. Gringolândia, tremei! Estamos chegando.

Não vamos mais assistir o GEB com aquele sentimento de angústia, desconfiança, medo, desespero. Vamos ao Templo confiantes, de cabeça erguida, projetando vitórias históricas e certos do “temos tudo para ganhar”. A conversa não é mais sobre o quem é o pior, onde está a falha do time, mas sobre o valor de cada guerreiro, a garra e dedicação e, obviamente, sobre o maior craque de todos, Rogério Zimmermann.

Fico puxando pela memória e não me recordo de outro clube que tenha, ou teve, o treinador como seu maior astro. Pois nós temos. O professor é unanimidade. Obviamente que ainda existem um ou dois nós cegos que insistem com a tese da volantolândia. Coitados. Tenha piedade Senhor, eles não sabem o que dizem. Provavelmente são almas sofridas em outras encarnações. Rogério Zimmermann é o cara. Habemus carpento! Chora secador.

O espetáculo de ontem foi um evento de grandes dimensões. Casa cheia como há muito não se via. Não é todo time que enche seu estádio com a própria torcida. Alguns nunca conseguiram. Dá para afirmar com muita convicção que o Bento Mendes de Freitas estava lotado, bem lotado. É certo que o nosso time de guerreiros não estava em uma noite feliz. Erraram muito, insistiram em jogadas aéreas sem futuro e demonstravam uma pressa e nervosismo não usuais. Resumindo, uma apresentação ruim, bem abaixo do que poderiam produzir. Chegou a surpreender. Estamos acostumados a melhores apresentações. Quem mandou nos mimarem?

Por sua vez, nós Torcedores Xavantes, também não estávamos nos nossos melhores dias. O Caldeirão estava cheio, transbordando, mas não fervia como em outras ocasiões. É fato que time e Torcida no Bento Mendes de Freitas andam juntos. Não somos do tipo de torcida que fica cantando uma coisa só o tempo todo e independente do que acontece em campo. Nós somos um só ente. Quando um está mal o outro sente. Rimou. Virei poeta. ABL que me aguarde. Mas, ao fim e ao cabo, não foi uma noite de pesadelos. Estamos vivos, bem vivos.

Há de se valorizar o time adversário. Não dá para desprezá-los. Uma equipe muito bem montada, jogando de forma segura, tocando bola para o lado, só na espera da oportunidade para dar o bote fatal, a qual, felizmente, não apareceu. Aliás, quase apareceu. Uma cena trágica só não aconteceu porque o nosso guarda-metas foi impecável. O Ânderson fez uma partidaça. Quem tem saudades do Müller? Como sempre, Cirilo foi destruidor. O atacante da Tombense vai ter pesadelos com a lembrança do bafo do Cirilo na nuca dele.

Na volta para Porto Alegre, já alta madrugada, me dei conta de uma coisa, Ficarei mais de 2 meses sem o prazer de ir ao Bento Mendes de Freitas. Confesso-lhes que já me deu saudades. Fiquei com a sensação de um vazio imenso. Senti-me desamparado, abandonado, quase liguei para a mãe. Como deixar de ter estes momentos vividos nos últimos 2 anos nos próximos 2 meses? Acho que sou Xavante dependente. Não procurarei tratamento. É uma dependência sadia.

Tem muito torcedor por aí que torce para o mundo acabar, só para não ter que sentir mais a aflição de ver seu time em campo, fazendo jogos pífios, com meia dúzia de almas na arquibancada comendo amendoim com polenta frita. Já nós, Torcedores Xavantes, estamos desde já ansiosos e nervosos para que o tempo passe logo, para podermos novamente ir ao Bento Mendes de Freitas confraternizar com os nossos guerreiros e libertar as nossas almas de todos os pecados no mundo.

É bom ser Xavante!

Abs.


Ivan Schuster
Onda Xavante