Veni, vidi, vici | Ivan Schuster

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Gol do Nena. Adivinha para que time o neto do Zequinha torce?

Vim, vi, venci. O imperador romano Julio César, em 47 A.C., cunhou esta frase profetizando o que aconteceria mais de 2000 anos depois. Os Xavantes, time e Torcida, foram até a Arena da OAS e deram o seu show. Tem que olhar, para aprender …

Cirilo, absoluto! Moreno queria uma despedida à sua altura. E teve. Uma despedida compatível ao seu futebol. Apagada e sufocada pela marcação do melhor zagueiro do Rio Grande do Sul. Felipão deve ter pensado, se eu tivesse levado o Cirilo não teria tomado 7. É, a vida é dura, companheiro.

Nena, arrasador! O Rhodolfo deve ter tido pesadelos com o Nena. Centroavante tem nome: Nena. Simples assim. Felipe Garcia e Alex Amado infernizam pelas pontas, com constantes cortes para o meio, e o Nena se movimenta à frente da área prendendo, abrindo espaço e ocupando os dois zagueiros adversários. Quando eles piscam, gol! Cuidado, o Nena vai te pegar. Uh, Caldeirão!

Leandro Leite e Washington formam, provavelmente, a melhor dupla de volantes que já pisaram nestes pagos. Perfeitos, superiores! Jogam com força e elegância. E o que falar do Márcio Hahn? Cerebral. Os olhos do time. Já ouvi inúmeros comentários preconceituosos da mídia esportiva por ele ser volante de origem. Sabem de nada, inocentes. Rogério Zimmermann, mais uma vez, atropelou os entendidos. Disseram bobagens e agora ficam se explicando. Chega a dar pena, ou não.

O time Xavante foi perfeito. Marcou, pressionou, recuou, atacou, tudo no momento certo e na medida certa. O time do Portoalegrense não encontrou espaços. Melhor, não se encontrou. Do time dos Bananas de Pijama, só me serve o Marcelo Oliveira. O resto, só para grupo. E olhe lá. Aliás, sou mais o Rogério Zimmermann que o Felipão. Com todo respeito pelos serviços que ele prestou ao nosso Xavante, mas o fato é que o nosso Chefe Guerreiro deu um nó no comandante do Portoalegrense. Se no primeiro tempo, o time da capital parou na marcação rubro-negra, não conseguindo nem rondar a área Xavante, no início do segundo tempo, foram atropelados. Tomaram um nó tático. Quando se deram conta do que estava acontecendo, já estava um a zero. Eu diria até que o Rogério Zimmermann mostrou ao Felipão como fazer o Brasil ganhar, se é que me entendem. Gol da Alemanha.

No final da apresentação Xavante, quando se esperava que o time do Portoalegrense viesse com tudo para cima, o que aconteceu? Nada. Não tinham pernas. Pregaram no chão. Se o time Xavante, coletivamente, ganhou de um, individualmente, João Francisco Beschorner, ganhou de goleada. Nossos guerreiros movimentaram-se – os desesperados correm, o time Xavante se movimenta – do início ao fim, intensamente. Parabéns professor.

Por fim, a Torcida Xavante. Que torcida é esta? Enquanto outros clubes dependem de torcidas organizadas – na verdade, muitas delas, verdadeiras gangues – a Torcida Xavante é composta por Torcedores individuais, gente comum. Bueno, nem tão comum. Somos agraciados. Temos alma e coração diferenciados, temos brilho próprio. Sorry, periferia. E são estas pessoas, o verdadeiro povo brasileiro, que a cada apresentação Xavante brilham e encantam a todos que lhes assistem. Não afrontamos e nem amedrontamos quem quer que seja. Não precisamos de dinheiro do clube, não precisamos de vantagens especiais e muito menos que toquem músicas estrangeiras nos alto-falantes do estádio antes da partida ou no intervalo (que vergonha!). Nossa função é dar brilho, alegria e proporcionar uma festa digna para os nossos Guerreiros. Sim, somos uma torcida que tem um time. E fizemos isto de forma expontânea. Não tem ensaio, não tem pressão de chefe de torcida, não tem espaço reservado. Tudo é feito com alma e coração. Se não fores Xavante, não tentes fazer isto em casa, é muito intenso e pode ser prejudicial a sua saúde. Olha, aprende, aplaude e … chora! Jamais serão iguais.

Abs.


Ivan Schuster
Onda Xavante

Um comentário em “Veni, vidi, vici | Ivan Schuster

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