A apatia, a mediocridade e o Maracanã | Ivan Schuster

Perder é sempre ruim. Não foi a primeira e nem será a última vez que perderemos. Faz parte do esporte. Não há torcedor que não entenda isto. O que dói é ter que aceitar uma derrota sem luta. Perder sem reagir, sem tentar, de forma apática. Ainda mais para uma equipe que tem o Paulão. Credo!

Na minha modesta opinião, faltou-nos arrojo, força, vontade de vencer. E acredito que não tenha sido só eu a ter este sentimento. Os Torcida Xavante presente ao estádio, como sempre em grande número, também sentiu isto. Tanto isto é verdade, que também não mostraram aquela vibração e alegria que estamos acostumados a ver. Creio que sentiram a falta da correspondência em campo. O início foi de festa e vibração, e aos poucos o entusiasmo foi murchando. Time e Torcida são um só. Se o time não mostra vontade, não há Torcedor que consiga vibrar.

Entendo que tínhamos quatro apresentações complicadas e muito importantes: Passo Fundo, Internacional de Porto Alegre, Flamengo do Rio de Janeiro e os Polenta de Vergamota de Caxias do Sul. Fracassamos nas duas primeiras, que acredito eram as menos complicadas. Podemos encordoar quatro derrotas seguidas, o que não é bom para ninguém.

Crise? Longe disto. Que silenciem-se as cornetas. Já ouvi no domingo que o RZ é isto e aquilo. Tem gente que não perde a oportunidade. Mas eu entendo, faz mais de dois anos que não têm o que cornetar. Devem estar aflitos, ansiosos. Onde se viu, termos um técnico competente, um time competitivo e uma diretoria que está organizando o clube? Não, algo tem que estar errado. Trocar é preciso. É assim que pensam. Enxergam sempre a metade vazia do copo. São os Trombetas do Apocalipse. Aposto que devem estar dizendo, “Viu, eu não disse? Tem muito volante, não vamos conseguir”. Vida que segue.

Estava olhando a tabela das próximas apresentações e percebi que o nosso adversário direto será os Polenta de Vergamota. Das quatro próximas apresentações, teremos duas em comum, Aimoré e VEC e o confronto direto já no próximo sábado. Cruzeiro e Ypiranga terão jogos mais difíceis e deverão perder fôlego. Em resumo, nesta reta final o bicho vai pegar.

Leio hoje em um jornal aqui de Porto Alegre que o ECP não mais cederá a Boca do Lobo para as nossas apresentações a partir do final de março. Com isto, apenas confirmam toda a mediocridade que lhes é atribuída e que sempre tentaram negar. Qual o motivo alegado? Cederem o estádio ao GEB causa-lhes prejuízo na imagem. Eu acredito até que, ao contrário do alegado, obtiveram vantagem, pois foram citados na imprensa esportiva nacional diversas vezes. Algo que dificilmente conseguem apenas por seu méritos, salvo em situações como a de participar de uma competição inteira sem uma única vitória.

Mas eu até entendo. Acusaram o golpe e está difícil de levantar. Agora ficou sacramentada a diferença entre as torcidas, como se houvesse alguma dúvida. O melhor a fazer, seria aceitar. Dói menos. Fazer o que, ciúmes é um transtorno difícil de tratar. Parecem crianças mimadas que, quando estão perdendo, acabam com o jogo. Meu conselho: cresçam e apareçam. Façam por merecer. Ficarem sentados, chorando, não lhes levará a lugar algum. Simples assim.

Só fica uma dúvida: será que o dirigente que apanhou do torcedor tremeu a perna? Se for isto, resta-me uma palavra: lamentável.

Mas, neste momento, tudo o que se refere ao Campeonato Gaúcho entra em modo de espera. Quarta-feira tem Maracanã com transmissão ao vivo para todo o Brasil. O Maraca é nosso! Chora secador! O Xavante está na Copa do Brasil e se apresentará – o GEB não joga, apresenta-se – frente ao Clube de Regatas do Flamengo. Coisa para poucos. E a choradeira rola solta.

A missão é das mais difíceis, mas não está morto quem peleia. Dá para fazer o crime. Na partida no Bento Freitas perdemos em decorrência de nossos próprios erros. Um empate ou uma vitória nossa não teria sido um resultado absurdo, pelo que foi apresentado em campo. Eu acredito, e vou conferir.

Abs.


Ivan Schuster
Onda Xavante

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