O show não pode parar | Ivan Schuster

Tive a oportunidade de ir ao Maracanã assistir a apresentação Xavante frente ao Clube de Regatas do Flamengo, válida pela Copa do Brasil 2015. Meu amigo e companheiro, foi uma daquelas noites que lembrarei até o fim dos meus dias. O Rio de Janeiro continua lindo. Só que agora com um pouco mais de alma, amor e alegria.

Segundo narrado pela imprensa, éramos um número ao redor de 500 almas agraciadas – eu acho que mais perto dos 1.000 do que dos 500 – frente a mais de 10.000 do lado de lá. Mas, assim como o nosso time, em momento algum nos rendemos. Cantamos a plenos pulmões por mais de 90 minutos. Muito além do término da apresentação. Um espetáculo memorável, com reconhecimento até mesmo daqueles que se apresentam como a maior torcida do Brasil e uma das maiores do mundo. Obrigado pelas gentis palavras de reconhecimento dos jogadores do rubro-negro carioca e pelos aplausos de seus torcedores. #TQA

Perdemos e fomos desclassificados, é verdade. Mas caímos em pé, de cabeça erguida. O time jogou fechado, procurando uma bola para escapar e encaixar o contra-ataque. Não apareceu. Ao menos jogamos bola, tentamos e lutamos. Perdemos, paciência. Eu sei de uns que não perderam no Maracanã, até porque não estiveram lá. Outros, estiveram há tanto tempo que ninguém lembra mais.

Como sempre, prováveis pênaltis não são marcados a nosso favor. Para darem um pênalti a nosso favor, tem que ser muito pênalti. E olhe lá. Tem que sangrar, estalar o osso, triturar a rótula ou segurar a bola e levar para casa, coisa pouca. Mas não chorarei, os secadores que o façam, porque estão sofrendo muito. Para mim ficou de bom tamanho. O Maraca é nosso! Chora, secador! E não esqueçam, a inveja é uma merda.

Acho que o GEB foi exitoso nesta Copa do Brasil. Além da vantagem financeira obtida, conseguimos uma enorme exposição na mídia nacional. Exposição do time, do clube e da Torcida Xavante. Falaram, falam e continuarão a falar sobre nós por um bom tempo. Isto vale muito. Muito mais do que podemos avaliar agora. Até o co-irmão foi na carona, que é a única forma de serem falados além da Ponte do Retiro. #TQA

Podemos e devemos capitalizar toda esta exposição, pois foi uma exposição qualificada e diferenciada. A questão central não é se o time atua em um 4-4-2, 4-3-3, 3-2-2-3 – ou seja lá os números que quiserem; o fato do Rogério Zimmermann estar a frente do time há 3 anos; estarmos nas primeiras posições no Campeonato Gaúcho; ou outro assunto comum qualquer. O fato marcante é sermos um clube feito para e pelos seus Torcedores, que não nos deixamos impressionar pela cor do ouro. Não torcemos para o dinheiro dos outros, mas para o que é nosso. Somos Xavantes, e isto nos basta. Somos pobres, mas somos limpinhos.

Em várias ocasiões ouvi os comentaristas da ESPN atestarem que o GEB é um dos últimos, se não o último, clube que ainda mantém as raízes do futebol. Somos a tradição pura, em seu estado bruto. Nossa Torcida não vai ao estádio para assistir, mas participar do espetáculo. Somos o show. Futebol não é teatro e torcedor não é cliente. Nesta quarta-feira, no Maracanã, isto ficou mais uma vez provado. Tem que olhar, para aprender. Esta Torcida é de … #TQA

Acho que, inclusive, poderíamos pensar em como usar tudo isto a nosso favor neste momento de necessidade de reconstrução da nossa casa. Pensemos, pois. Nem sempre o cavalo passa encilhado.

Vou encerrar, agradecendo e parabenizando o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, pelo apoio dado as idéias do Bom Senso Futebol Clube, que foram incorporadas a MP apresentada hoje pela presidenta Dilma Roussef. O caminho é este. Gostaria de ver o GEB também apoiando formalmente esta MP. A luta continua, companheiro. Se não lutarmos pelo que é certo, na próxima Copa poderá ser 10 x 0.

Abs.


Ivan Schuster
Onda Xavante

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