Vamos que dá, professor

por Marcelo Barboza

O início de Gauchão do Brasil tem deixado a torcida Xavante muito preocupada com o que pode vir pela frente. Nós, acostumados a grande vitórias nos últimos anos, não estávamos preparados para viver esse momento. O que acontece com o Brasil? Difícil dizer. Mas se tem alguém que sabe o que vem acontecendo com o time do Brasil é o nosso professor Rogério Zimmermann.

No comando do Xavante há quatro temporadas, Rogério foi quem trouxe todos esses jogadores e quem montou esse time vencedor. Rogério, junto com esse elenco, tirou o Brasil do limbo da segundona gaúcha e nos colocou na Série B do Campeonato Brasileiro. Algo inimaginável há alguns anos atrás. Mas agora, em um momento de maus resultados, a cobrança é muito forte por parte da torcida em cima dos jogadores e principalmente em cima do nosso treinador. Há quem queira que todo mundo seja mandado embora e outros que ainda acham que o time vai encaixar e voltar aos bons resultados. Mas a minha maior dúvida, é o que pensa Rogério Zimmermann. Não quero saber do Rogério das entrevistas coletivas. Quero saber do Rogério treinador, aquele que conhece esses jogadores como poucos. Ele quando vai para as entrevistas, vai como se fosse pra guerra, armado. Já vai sabendo o que vai falar e de que forma irá proteger seus jogadores. As perguntas, na grande parte repetitivas e que obrigam as mesmas respostas, pouco agregam ao torcedor. É sempre o mesmo papo. De um lado uma imprensa, em parte despreparada, e de outro um Rogério sem muita vontade de falar. E assim as nossas dúvidas só aumentam. Não sabemos o que acontece.

Rogério sempre falou da evolução técnica dos jogadores que permanecem a mais tempo no time. E isso realmente é evidente. Rogério transformou jogadores comuns, e com poucos recursos, em jogadores regulares e que formaram um bom time de futebol. A evolução é evidente. Mas e agora, no momento em que os resultados não acontecem, o que o treinador tem feito? O discurso é sempre o mesmo, do passado vitorioso, da evolução de alguns jogadores e das dificuldades de jogos fora. Mas algumas atuações individuais estão abaixo do normal. Regrediram o bom futebol que apresentavam. Nossos volantes perderam rendimento, não pegam mais com a mesma força e estão inseguros com a bola no pé. Nosso lado esquerdo da defesa é o preferencial para o ataque adversário. Nossas opções são poucas pro ataque. Obviamente o Rogério sabe disso e deve estar treinando. Mas não será a hora de tentar algo diferente? Testar o Brock na lateral-esquerda. Aproveitar que Washington está fora da partida e colocar Weldinho na direita e puxar Wender para o meio. Rogério mesmo sempre falou que existe uma grande diferença técnica entre os times do interior e os times da Série A do Brasileiro. Mas aí o Brasil traz um lateral-direito do Palmeiras, acostumado a jogar em times grande, e não o usa? Seu argumento vai pelos ares. Precisamos de opções, professor.

Obviamente que quem sabe das condições de cada jogador é o Rogério. Falo aqui como torcedor. Mas queremos de ti, Rogério, que sejas aquele Rogério Zimmermann preocupado somente com o time. Esquece a imprensa e as cornetas. O time não desaprendeu a jogar. Confiamos nesses jogadores e eles já provaram o que podem fazer. Prepare o seu time para vencer a cada jogo. Não escale ninguém por birra ou por achar que um ou outro vai pensar. Escale o seu time para a verdadeira torcida do Brasil. É por nós que tu sempre trabalhou e fez isso como poucos que já passaram pelo Bento Freitas.

Tu é dos nossos. Tu és a cara do Brasil. Vamos que ainda dá, professor. Vamos lá.