Tempo de reflexão – Ivan H. Schuster

Meu povo, o que posso dizer-lhes é que é bom ser Xavante. Mesmo o corneteiro mais ferrenho está desfrutando deste momento mágico. Quinto colocado no Campeonato Brasileiro 2016 – Série B, a dois pontinhos da zona de classificação no final da primeira fase, não é para qualquer cusco sarnento, que se acha lobo e hiberna 6 meses todo ano. Sei que lobo não hiberna, mas este, em específico, sim.

Ainda falta muito e a competição não é para fracos. Tem muito clube grande que está na zona de baixo da tabela e tentarão sair de lá de qualquer maneira. A diferença entre o quinto colocado – muito prazer – e o décimo segundo é de apenas cinco pontos. Jacaré que cochila vira bolsa de madame. Toda atenção é pouca.

As vezes pego-me sonhando com uma possível classificação para a Série A. Corinthians, Flamengo, Atlético-MG, Santos, … todos participando das apresentações Xavante no Bento Freitas. Sim, o melhor do futebol brasileiro às margens do Pepino. Credo! O consumo de anti-depressivo iria aumentar na cidade. A minoria iria entrar em choque. Cuidado, a inveja mata.

Depois de um tempo de devaneio, respiro fundo e volto à realidade. Não podemos entrar na onda de excursões pela Europa, maior estrutura, profissionalismo e toda aquela baboseira que leva a lugar algum. Pensando melhor, leva sim. Leva ao fundo do lodaçal. Lá, onde a arrogância, o preconceito e a soberba têm que encarar a realidade nua e crua do espelho. Propaganda, por melhor que seja, sem produto, não se sustenta.

Importante é entendermos que não chegamos até aqui por acaso, mas como resultado de muito trabalho, de planejamento e de convicção no projeto estabelecido. Escuto alguns comentários dizendo que o RZ é bom, mas é teimoso. Na verdade, o que realmente querem dizer é que não gostam do RZ, que prefeririam outro – Paulo Porto, talvez, ou o Lisca Doido, aquele mesmo que colocou oito defensores contra o Zequinha em Porto Alegre -, mas que não conseguem uma mínima argumentação que justifique a sua saída. É como o cara aquele que defendia que o pedaço à sua frente era queijo, enquanto era óbvio que era uma barra de sabão. Instigado a prová-lo, já que dizia ser queijo, depois de colocar um naco na boca e mastigar, falou: “É brabo, mas é queijo”.

Teimosos são os que enxergam teimosia na convicção e segurança que o RZ demonstra e seu trabalho. Teimosia é projetar nos outros a nossa própria teimosia e falta de convicção. Teimosia é persistir em erro. Não me parece ser o caso. Teimosia é querer duvidar da capacidade do RZ e seus comandados após mais de quatro anos de continuado sucesso, superando adversários muito maiores e mais fortes. Teimosia é ver suas certezas absolutas desmanteladas ano após ano e, mesmo assim, continuar no mesmo discurso fraco de sempre. Falta isto, o fulano é melhor, o ciclano deveria jogar não sei onde, sei lá quem não tem condições e o outro aquele é velho. Isto tudo acrescido, claro, da burrice do treinador em utilizar o esquema A, B ou C e não o D. Não interessa qual esquema, o treinador estará errado sempre. Ontem, hoje e amanhã. Quando faltam-lhes argumentos, vaiam. Fracos! Homens de pouca fé.

Quatro anos de crescimento contínuo e não dão trégua. No início deste ano o que mais se ouvia era que o GEB não tinha time para a Série B. Do time de 2015 deveriam ficar uns dois ou três, para compor grupo. Os que não eram velhos, eram limitados demais. Já teriam chegado ao ápice. Dali sairia mais nada. Pois é, encaramos os grandes de frente, sem tremer. Chora, corneteiro!

Acho que deveríamos aproveitar esta parada para refletirmos melhor sobre nossas origens e o caminho percorrido, para, quem sabe, entendermos como chegamos até aqui. Uma coisa garanto-lhes, não foi obra do acaso. Foi trabalho árduo de um grupo que merece todo o nosso apoio, de forma incondicional, sempre.

Vão por mim. Arrependam-se e guardem as cornetas. Serão mais felizes. Desfrutarão melhor este raro momento em nossa história.

Ser Xavante, não é para qualquer um.

Abs.

Um comentário em “Tempo de reflexão – Ivan H. Schuster

  1. fernando ferreira

    Ivan, não entendo a sua preocupação com os chamados corneteiros.. afinal, o que importa ao clube? Aconselho-o a esquecer o tema.. o Brasil e o RZ estão respondendo à altura do esperado do melhor time do interior do Rio Grande.. pior são os times da capital que, para aparecer, andaram falando que emprestariam jogadores ao Brasil, para disputar a série B.. e o que se vê agora é uma tentativa de comprar jogadores do Brasil, como é o caso do Felipe Garcia.. o Brasil conquistou 10 pontos a mais que o Inter, até agora.. deixemos de brigas entre nós e sejamos democráticos.. corneta, vaia, tudo faz parte do futebol, em todos os lugares do mundo.. e, por favor, sem arrogância deixemos está mania de cachorro vira-latas.. o Brasil tem time e qualidade muito maior do que a maioria pensa. é só observar os jogos..

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