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Com gol nos últimos minutos, Brasil empata com ao Avaí

O Brasil enfrentou o Avaí na tarde desse sábado, no estádio da Ressacada, em Florianópolis, em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Após o empate em 1 a 1 com o São Bento na estreia do campeonato, o Xavante enfrentava o Avaí que vinha de oito jogos sem vencer.

Clemer teve alguns desfalques que o obrigaram a mexer no time para essa partida. Leandro Leite, Calyson, Bruno Colaço, Toty e Luiz Eduardo ainda estão no departamento médico e Itaqui ainda se recupera da cirurgia que realizou no início do Gauchão. Dessa forma Clemer mandou a campo Marcelo Pitol, Éder Sciola, Rafael Vitor, Heverton e Artur; Vacaria, Sousa e Valdemir; Lourency, Michel e Alisson Farias.

A primeira etapa foi sofrível. Avaí e Brasil esmagaram a bola. Mas mesmo com um futebol precário, tivemos gols. O Avaí saiu na frente com gol de Renato aos 30 minutos, de cabeça, em falha de marcação de Artur. Quando o primeiro tempo se encerrava de forma preocupante pro Brasil, Valdemir cruzou uma bola na área e Michel, bem posicionado, desviou de cabeça pro fundo do gol de Aranha. O gol foi um achado, pois o Brasil não vinha bem na partida.

Na segunda etapa o jogo foi outro. O Brasil voltou melhor postado e criou as principais chances de gols. Em contra ataque puxado por Alisson Farias, o camisa 11 passou para Valdemir que, de primeira, deixou Michel na cara do gol. O centroavante Xavante bateu de primeira, de canhota, para grande defesa de Aranha. Foi uma aula de contra ataque. O Brasil seguia criando boas chances de gols mas quem marcou foi o Avaí. Aos 38 minutos, Getúlio marcou de cabeça após cruzamento vindo do lado direito de ataque do time catarinense. Foi um tijolaço de cabeça. Naquela altura do jogo, o resultado era muito injusto. O Avaí pouco criou na segunda etapa.

Mas o Brasil não desistiu do jogo. Aos 44 minutos, Kaio sofreu falta pelo lado esquerdo de ataque. Alisson Farias cobrou a falta na área e no segundo pau, sozinho, Éder Sciola cabeceou para o fundo das redes. Era o segundo gol de Sciola em duas rodadas. Era o gol do justo empate Xavante.

Pelo segundo tempo que o Brasil fez, a vitória seria justa, caso viesse. Clemer ainda busca uma nova formação e uma outra forma desse time jogar. Novos jogadores chegaram e outros estão por chegar. O time será formado durante a competição e Clemer terá muito trabalho. Mas competência não lhe falta, visto o que tem feito desde que assumiu o time durante a Série B do ano passado.

Com a vitória, o Brasil chegou aos 2 pontos e terminou a rodada na 14ª colocação. O líder do campeonato é o Fortaleza com 6 pontos. A próxima partida do Brasil será contra o Paysandu, em Belém, no próximo sábado às 16:30h.

ÁUDIOS

VÍDEOS

Os gols da partida

Brasil empata com Avaí em dia de festa da torcida Xavante na Ressacada

O torcedor Xavante viveu fortes emoções na Série B de 2016, e na última partida não poderia ser diferente. O Brasil enfrentou o Avaí em Florianópolis em um jogo que não valia nada para os dois times. O Avaí já estava com a vaga na Série A garantida e o Brasil não tinha chances de acesso e nem de rebaixamento. Mas era o jogo de comemoração pelos ótimos momentos que vivemos na competição e o jogo de despedida de alguns jogadores que durante muitos anos defenderam a nossa camisa. E a torcida Xavante entendeu isso perfeitamente e lotou o seu espaço no estádio da Ressacada e fez uma festa espetacular.

Desde cedo torcedores avaianos e Xavantes já rondavam o estádio da Ressacada. Os catarinenses em clima de festa pelo acesso e os Xavantes chegavam de ônibus que vinham de Pelotas e muitos torcedores que moram pelas redondezas. O clima muito pacífico entre as torcida. Aos poucos, os torcedores Xavantes foram entrando para o estádio e o espaço que nos foi destinado ia sendo tomado. A bateria da XASC ditava o ritmo da torcida e começava o show. Pelo lado azul, as arquibancadas estavam praticamente lotadas. Na entrada do time do Brasil em campo, foi lindo de ver a recepção da torcida rubro-negra. A velha e histórica chamada da Garra Xavante ecoava na Ressacada. Todos os avaianos com os olhos voltados para a nossa torcida. E o bacana da nossa torcida é que para esse jogo especialmente, tinha muito povão. Muita gente que não teve a chance de ir aos jogos do Bento Freitas, juntou o seu dinheiro para ir à Floripa. Via-se isso pela emoção e felicidade de todos que ali estavam.

O jogo começou com o Brasil criando chances de gols e isso só alimentava a nossa torcida. Os catarinenses ficavam apenas a nos olhar e de vez em quando entoavam algum canto. E assim foi todo o primeiro tempo. No intervalo, o samba comeu solto no canto vermelho da Ressacada. Na volta do segundo tempo, o Brasil marcou o seu gol logo aos seis minutos com Ramon. Na comemoração, o camisa 9 correu até a torcida e beijou o distintivo do Brasil. Muito emocionado, Ramon agradecia à torcida pois era a sua despedida do clube. E foi com o gol que a Ressacada explodiu. Os quase 15 mil avaianos assistiram ao show da torcida Xavante. O Avaí empatou aos 18 minutos com Rômulo, mas isso pouco importava. Estávamos ali para ver o Brasil jogar, como sempre. Vitórias ou derrotas são consequências do que acontece no campo, na arquibancada, para nós, tudo era festa.

A partida se encaminhou para o 1 a 1, com o Brasil tendo as melhores chances no final da partida. Com o apito final, foi a hora do time ir até a torcida e agradecer pelo apoio de sempre e a hora da torcida ovacionar a cada um dos jogadores e comissão técnica por tudo que fizeram com a camisa do Brasil nessa Série B. Foi uma tarde típica de torcedor Xavante. Churrasco na praia, cerveja na frente do estádio, sambão no intervalo e festa na arquibancada.

O Brasil fez uma baita Série B. Perambulou pelo G4 durante várias rodadas, teve o vice-artilheiro da competição, venceu o Bahia, o Vasco, o Ceará, enfiou três no Avaí, teve o Martini pegando tudo e tivemos a torcida Xavante presente em TODOS os jogos fora de casa. Recuperamos o nosso lugar no futebol do país.

O ano de 2016 está chegando ao fim mas ainda iremos destrinchar essa Série B aqui no blog. Falaremos do que houve de bom, o que houve de ruim, o que vem pela frente e o que podemos esperar de 2017.

Que tenhamos mais dias como esse último sábado em Floripa. O amor do torcedor Xavante só se renova em dias como esse. Que orgulho dessa torcida. Que orgulho desse clube.

Foto: Jonathan Silva

FICHA TÉCNICA

Avaí: Renan, Alemão, Fábio Sanches, Capa, Luan, João Felipe (Judson), Renato, Marquinhos (Toshi), Diego Jardel e William (Rômulo). Técnico Claudinei Oliveira.
G.E.Brasil: Eduardo Martini, Weldinho, Evaldo (Cirilo), Teco, Marlon, Leandro Leite, Washington, Diogo Oliveira (Marcão), Felipe Garcia, Ramon e Nathan (Gustavo Papa). Técnico Rogério Zimmermann.
Local: Estádio da Ressacada, Florianópolis-SC.
Horário: 17:30h.
Gols: Ramon aos 6′ do 2º tempo (GEB); Rômulo aos 18′ do 2º tempo (AVA).
Cartões amarelos: Evaldo, Leandro Leite e Washington (GEB); Alemão, Fábio Sanches, Renato e Rômulo (AVA).

VÍDEOS

Melhores momentos – Premiere FC

Festa da torcida Xavante

Brasil atropela o Avaí e encerra o turno com chave de ouro

O JOGO

A partida que encerrava o primeiro turno era de suma importância para o Brasil, pois agora o campeonato irá parar por 17 dias, por conta dos jogos olímpicos, e poder treinar nesse período sabendo que uma grande campanha foi feita no primeiro turno, ajudaria muito na sequência do trabalho. Dessa forma o Brasil iniciou a partida em cima do time catarinense.

Com a volúpia tradicional nos jogos do Bento Freitas, o Brasil já abriu o placar logo aos 4 minutos de jogo. Marlon cobrou escanteio pelo lado direito de ataque e Leandro Camilo soltou um canudo de cabeça, sem chances para o goleiro Renan. Na sequência, o Avaí chegou com muito perigo. William foi lançado dentro da área e cara a cara com Leandro Martini, o atacante catarinense chutou e Martini fez grande defesa. Parecia que o Avaí iria equilibrar a partida. Mas só parecia. Aos 15 minutos o Brasil chegou ao seu segundo gol. O maestro Diogo Oliveira fez belo passe para Ramon, que, na entrada da área, puxou para a perna esquerda e bateu colocado no canto esquerdo de Renan. Era o segundo gol Xavante sem que o Avaí pudesse respirar direito.

Quando o Avaí tentou colocar a bola no chão para buscar o seu primeiro gol, acabou levando o terceiro. Aos 19 minutos, em nova cobrança de escanteio pelo lado direito, Marlon cruzou rasteiro, Gabriel furou o chute e Leandro Camilo tocou para o fundo das redes de perna esquerda. Era o segundo gol do xerifão Xavante e o terceiro do Brasil na partida. Um massacre. O Brasil dominava totalmente a partida. Mas aí veio o susto. Rafinha invadiu a área do Brasil pelo lado direito e Washington chegou no corpo do jogador catarinense. Rafinha se estatelou no chão e o árbitro marcou pênalti. William Batoré ajeitou a bola para a cobrança, olhou para Martini, mirou o canto esquerdo de Martini e bateu. Mas lá estava a muralha rubro-negra. Martini voou na bola e fez uma bela defesa. Ao abraçar a bola, a muralha levantou sorrindo e dizendo: – Aqui não! Era sinal de que a noite seria rubro-negra.

Na segunda etapa o Brasil apenas administrou a vitória. O Avaí pouco criava. Aos 23 minutos, Elias arriscou de fora da área e quase acertou a gaveta de Renan. A bola passou muito perto. Marlon e Clébson arriscaram de chutes de longa distância, mas sem sucesso. O Avaí já estava morto e pouco ameaçou Eduardo Martini. E dessa forma o Brasil finalizava o primeiro turno, com uma grande vitória.

Com a vitória o Brasil ocupa a quinta colocação no campeonato com 30 pontos. A próxima partida será somente no dia 19 de agosto contra o Paraná Clube, na Vila Capanema, em Curitiba.

ANÁLISE DA PARTIDA

O Brasil patrolou o Avaí. Quanto os catarinas tentaram acordar para o jogo, o placar já era de 3 a 0 e Eduardo Martini já tinha defendido um pênalti. Só não fizemos mais porque o ritmo do início da partida diminuiu naturalmente. Foi uma grande atuação do time de Rogério Zimmermann. Ramon mostrou mais uma vez que é um grande finalizados. Marcou gols nos três últimos jogos e curiosamente os três de perna esquerda, sendo que ele é destro. Leandro Camilo tirou a zica do corpo. Ele vinha namorando esse gol em bola parada desde o ano passado. Acabou vindo em dobro. Teco e Weldinho muito bem na partida. Elias, agora titular, com muita disposição no ataque e na marcação. O baixinho aos poucos vem se encaixando no time.

A campanha nesse primeiro turno é digna de aplausos. Inimaginável por todos, após um Gauchão muito abaixo do esperado. Rogério Zimmermann conseguiu novamente encaixar o jogo do Brasil e jogando em casa é imbatível. Brasil é o único time invicto jogando em casa. Isso não é pouca coisa. Mostra a força do Bento Freitas e da torcida do Brasil. Nessas 19 partidas do primeiro turno, o Brasil marcou 6 gols antes dos primeiros 15 minutos.

O Brasil está há dois pontos do G-4 e se afastou em 11 pontos da zona de rebaixamento. Sensacional. Se mantivermos essa pegada no segundo turno, poderemos brigar por algo melhor. Mas o foco segue nos 45 pontos, o suficiente para a manutenção na Série B de 2017. Faltam apenas mais cinco vitórias em 19 jogos. Vai dar. Merecemos. Esses jogadores merecem.

FICHA TÉCNICA

G.E.Brasil: Eduardo Martini, Weldinho, Leandro Camilo, Teco e Marlon; Leandro Leite, Washington (Nem), Diogo Oliveira (Clébson) e Felipe Garcia; Ramon e Elias (Nathan). Treinador: Rogério Zimmermann
Avaí: Renan, Fagner Alemão, André Santos, Gabriel e Capa; Judson, Rafinha (Romarinho), Jajá e Diego Jardel (Menezes), William (Tatá) e Romulo. Treinador: Silas.
Local: Estádio Bento Freitas, Pelotas/RS.
Horário: 19:15h.
Gols: Leandro Camilo aos 5′, Ramon aos 10′ e Leandro Camilo aos 20′ do 1º tempo.
Cartões amarelos: Marlon (GEB), André Santos, Gabriel e Judson (AVA).

ÁUDIOS

*capturados da Rádio Xavante e Rádio Pelotense

VÍDEOS

Compacto Blog Xavante

Melhores Momentos – Imagens PFC

Porta-malas da paz | Pedro H. Krüger

por Pedro Henrique Krüger

Há quase vinte anos, o sempre perseverante Xavante digladiava-se nos gramados deste país com a sua torcida ao lado. Aliás, é uma das marcas do Grêmio Esportivo Brasil o ato de não negar fogo diante da possibilidade de disputar campeonato nacional. Pois bem, em 1998 outra vez estavam lá os Negrinhos da Estação em mais um jogo decisivo de 180 minutos.

No caminho, havia o Avaí Futebol Clube, um dos grandes de Santa Catarina. Ambos buscavam uma vaga no quadrangular final da Série C, no qual classificaria os dois melhores à Série B de 99. A regra é clara: se há brasileirão, lá vai estar o Brasil; e se houver Brasil, pode escrever que torcida não vai faltar.

Dito e feito. Com a Baixada lotada, empate em 2 a 2. O gol dos catarinenses que igualou o placar saiu aos 47 minutos do segundo tempo. O resultado visivelmente foi melhor para os visitantes. Mesmo assim, como é de praxe, a torcida Xavante mobilizou-se para a volta. O rubro-negro Marco Maffei, de 43 anos, recorda-se bem. “Saímos por volta da meia-noite daqui de Pelotas. Estávamos em uns 15 ônibus”.

Durante o trajeto, a festa, o samba e o ritual alcoólico foram devidamente respeitados e executados pela massa. Depois de mais de 700 quilômetros de distância percorridos, a torcida do Brasil fez uma “vistoria” pela capital catarinense, especialmente na praia. Porém, foi no estádio Aderbal Ramos da Silva – a Ressacada – que a celebração ganhou novos tons.

 


Marco Maffei, à direita, ao lado do seu filho, Lucas.

Marco Maffei, à direita, ao lado do seu filho, Lucas.


Quando a romaria Xavante chegou ao seu destino, viu e ouviu a torcida do Avaí. Engana-se, porém, quem pensa que estavam lá com os dentes cerrados ou dedos em riste. Pelo contrário, os Leões da Ressacada entoavam a plenos pulmões “Brasil! Leão! Torcidas de irmão”, numa recepção amistosa preparada em resposta ao tratamento recebido por eles aqui em Pelotas, no jogo de ida.

Para a surpresa de Marco Maffei ainda havia mais. Como gesto de boa-fé, surgiu uma Volkswagen Santana cuja carregava no porta-malas uma grande quantidade de cerveja mergulhada em gelo na caixa de isopor. “Do que eu me lembro, o pai de um daqueles torcedores que vieram ao Bento Freitas ofereceu a cerveja para nós”, comentou.

A confraternização em torno do líquido moralizador perdurou até o início da partida. Do portão para dentro, porém, o cenário mudou. Afinal, todos ali tinham uma partida de vida ou morte pela frente. Na arquibancada, os Xavantes tomaram para si parte do estádio – com a presença da faixa “Paz Xavante”. Já a torcida do Avaí quebrou na época o próprio recorde de público com as 20 mil pessoas.

Com os dois times em campo, o empate em 2 a 2 se repetiu e a decisão foi para os pênaltis. Nas cobranças, os catarinenses levaram a melhor: 4 a 2. Posteriormente, o Avaí terminou a Série C como campeão e chegou à Série B junto com o forte São Caetano.

Apenas em 2000, pela Copa João Havelange, Brasil e Avaí voltariam a se enfrentar. A partida de amanhã, portanto, vai reunir as “torcidas de irmãos” 16 anos depois. Desta vez, dificilmente vai aparecer uma Santana transbordando cerveja, mas essa história incrível nos ensinou duas lições. A primeira foi a vivenciada por Marco Maffei e outros tantos rubro-negros, que foi a boa convivência entre duas torcidas que lutavam por um lugar ao sol. Nessa briga, o Avaí levou a melhor – e isso nos trouxe a segunda lição:

O Xavante nunca desistiu. Ano após ano, sempre que pôde, gastou o que tinha e o que não tinha para jogar e viajar pelo país. Fez jus ao próprio nome Brasil e buscou uma nova epopeia nacional. Ela chegou com o “Castelanaço” e ainda continua. Agora, na Série B, a cinco pontos do G4, vai receber o Avaí num Bento Freitas lotado e em reconstrução. Uma evolução e tanto.

O que não muda, ou melhor, o que não mudou foi a essência do clube da Baixada: se há brasileirão, lá vai estar o Brasil; e se houver Brasil, torcida não vai faltar. Dessa forma, o Xavante constrói memórias aqui, ali e em todo lugar, dignas de um clube que tem o nome gravado na história. E por isso merece uma Santana repleta de cerveja.