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E a segunda vitória não veio

por Marcelo Barboza

Em busca da sua segunda vitória na Série B 2021, e se afastar da zona de rebaixamento, o Brasil enfrentou a Ponte Preta, lanterna do campeonato, e empatou em 1 a 1 no estádio Bento Freitas.

O Brasil dominou o jogo na primeira etapa mas não conseguiu abrir o placar. Fabrício foi quem mais finalizou em gol na primeira etapa. No segundo tempo o jogo foi mais equilibrado, mas sem a Ponte criar situações de perigo. O Brasil abriu o placar aos 30 minutos do segundo tempo após cobrança de escanteio. Lucas cobrou no primeiro pau e Romulo raspou de cabeça para conclusão de primeira de Fabrício. Foi o segundo gol do atacante na Série B.

Mas nem deu pra comemorar muito. Aos 34 minutos a Ponte teve uma falta cobrada na área, onde a zaga do Brasil afastou com Kevin e no rebote Felipe Albuquerque ganhou de cabeça e ela sobrou pra Rodrigão, que chutou cruzado e encontrou Dawhan sozinho no segundo pau, que só teve o trabalho de tocar pra dentro. O volante estava em posição bem duvidosa, talvez Icaro tivesse dando condição pra ele por muito pouco. Lance difícil e bem ajustado. Mas na dúvida, é sempre contra nós. Sempre.

Após o gol da Ponte, Tencati tentou mexer no time colocando Netto e Paulo Victor, mas não adiantou muito coisa. O time não conseguiu criar mais nada de perigo.

Com o empate o Brasil ocupa a 15ª posição e poderá encerrar a rodada no Z-4. A próxima partida será contra o Brusque, fora de casa, na próxima quarta-feira, às 17h, no estádio Augusto Bauer.

FICHA DA PARTIDA

Brasil: Matheus Nogueira; Vidal (Thalys), Ícaro, Heverton e Kevin (Igor Miranda); Romulo, Wesley, Gabriel Terra (Luiz Fernando) e Lucas Santos (Paulo Victor); Fabrício e Ramon (Netto). Técnico: Cláudio Tencati

Ponte Preta: Ygor Vinhas; Kevin, Ednei, Cleylton e Rafael Santos (Felipe Albuquerque); Dawhan, Vini Locatelli (Marcos Jr) e Camilo (Thalles); Josiel (Moisés), Rodrigão (João Veras) e Richard. Técnico: Gilson Kleina.

Gols: Fabrício aos 30 minutos do 2º tempo e Dawhan aos 34 minutos do 2º tempo.

OPINIÃO

Coletivamente, esse foi o melhor jogo do Brasil na Série B, o que não quer dizer que foi muito bem. Foi melhor em relação aos outros jogos. Kevin muito bem na transição ofensiva. Conseguiu cavar dois cartões amarelos da Ponte e acertou dois bons cruzamentos. Wesley também fez uma boa partida, com boa consistência defensiva e dando ritmo no meio de campo nas saídas pro ataque. Tencati podia pensar em mantê-los no time. A vitória não veio pois tomamos mais um gol em bola alçada em nossa área. Contra o Vasco levamos dois da mesma forma. E tivemos muitos erros individuais, nas escolhas das jogadas. Arremates longe do gol, lancamentos errados, passes curtos apertados, coisas simples. Ramon recebeu poucas bolas e foi um pouco abaixo em relação ao que ele vinha mostrando nessa Série B.

A maior carência do Brasil ainda segue sendo a criatividade no meio do campo. Terra é um jogador com bom toque de bola, mas toma algumas decisões erradas em momentos importantes da partida. Assim Lucas Santos vira a única válvula de escape do time. Fez boa partida novamente hoje.

Mas a Série B segue muito igual, nivelada por baixo. O Brasil já jogou 7 partidas e em qual delas fomos amassados e o adversário muito melhor? Em nenhuma. É tudo muito igual. Então os pequenos detalhes serão muito importantes esse ano. Aquele cruzamento rasteiro, aquele passe apertado, aquele chute na arquibancada, poderão fazer a diferença no final do campeonato. Mas o time está evoluindo, lentamente e muito aquém do que precisamos. Professor Tencati falou que na quinta rodada estaríamos melhores, mas ainda não estamos jogando o suficiente para ter a certeza que faremos um campeonato tranquilo.

Foto: Volmer Perez

MELHORES MOMENTOS

Uma honra imerecida pelo Cruzeiro | Fabrício Cardoso

Apesar do ano hediondo, Cruzeiro volta a pisar no gramado onde é freguês desde 1984. Será uma honra para eles. Foto: AI/GEB

Por Fabrício Cardoso

Tchê, o Cruzeiro começou mal a Série B. Dessa vez nem dá para responsabilizar aquela diretoria com incontinência financeira, investigada por tantas irregularidades, mas que já poderia ser condenada sumariamente pela desfaçatez de pagar meio milhão de salário ao Edílson Cachaça. Foi a torcida dos caras que, tendo um monte de clube sem torcida para provocar, elegeu os confrontos contra o nosso Xavante como símbolo da decadência deles.

O Brasil tem muito a ensinar ao gigante mineiro – embora, em matéria de cuidado com as finanças, haja professores melhores no mercado. Somos um clube nascido e mantido pelos torcedores. Ninguém aqui corre para nosso estádio com spray para pichação em protesto, feito guri mimado depois de tomar leitinho com pão de queijo. Não somos clientes do Brasil. Nós somos o Brasil. Se é para correr para a Baixada em dia que não tem peleia, é com cimento às costas, pelo prazer de ver nossa arquibancada pronta, cheia e pulsante.

A vida não é fácil nessa parte do pampa que roça o Uruguay. Talvez por ver o sacrifício de muitos para exercer esse amor, o Brasil seja menos usado para os interesses pessoais de quem está no poder. Se houvesse mais dinheiro rolando, a ganância tenderia a se manifestar? Não sabemos. Mas por ora nossos diretores não têm helicóptero.

Quando o calendário marca duelo com algum clube grande, a Baixada fervilha. Jamais pelo visitante, por óbvio. Nós somos o Brasil e, quando a circunstância exige mais força, nós corremos ao Bento Freitas simplesmente porque o clube precisa mais da gente. É por isso que o estádio mais humano do mundo é o único lugar onde Grêmio e Inter jogam fora de casa no Rio Grande do Sul. O Flamengo, acostumado a ter suas chuteiras lambidas País afora, joga fora de casa lá também. Jamais existiu nem jamais existirá um clube capaz de sufocar nossa maioria na João Pessoa, 694.

Depois de todas as merdas que fez em 2019, convenhamos, é uma honra ao Cruzeiro pisar num lugar tão sincero como esse.

Mal-acostumados, você nos deixou… | Alice Silveira

Por Alice Silveira

Saudações a quem já estava desacostumado a perder. Na noite desta terça-feira (11), o Brasil recebeu o Criciúma no Bento Freitas e foi derrotado pelo placar mínimo, desperdiçando a oportunidade de completar uma sequência de quatro vitórias seguidas.

O rubro-negro fez um começo de partida de enganar os olhos do torcedor. Mostrou iniciativa, foi pra cima do aniversário e chutou inúmeras vezes, com destaque para um lance de Carlos Jatobá que teria culminado em um belo gol. Só teria. Pois foi o adversário quem abriu o placar na Baixada nesta terça, aos 25 minutos da primeira etapa, pelos pés de Reis.

Há quem diga que o tento da equipe catarinense foi falha de Carlos Eduardo, há quem diga que a zaga bobeou e deixou o atleta adversário dominar sozinho na entrada da área e só bater para o gol. Esta que vos fala fica com a segunda opção e não só isto, aproveita para enfatizar um grande problema da defesa xavante: a desatenção na marcação.

Se isso já não fosse suficiente, a situação lá na frente não melhora. A queda de rendimento em termos de criação, principalmente se compararmos às últimas partidas, foi visível. A equipe sentiu demais a ausência de Branquinho. As substituições no segundo tempo, de nada ajudaram. Ricardo Luz é inexistente em campo, Daniel Cruz já entrou cansado e Bruno Paulo tentou mas ficou apenas nisso. Enquanto isso, RZ não nos agraciou com a presença de Diogo Oliveira em um momento perfeito para a sua entrada.

Assim, o Brasil entra no hiato de 30 dias da Copa América bem menos tranquilo do que poderia estar. Deixou um resquício de preocupação no torcedor, que achava que o time estava entrando nos eixos com as últimas atuações. Mal-acostumados, vocês nos deixaram. Agora é colocar a cabeça no lugar e aproveitar a pausa longa para recuperar o fôlego que nos tirou da zona de rebaixamento. Nada de largar a toalha, segura firme pois não está morto quem peleia!

Foto: AI/GEB

Cadê o bom senso?

Por Marcelo Barboza

Podia estar aqui falando do bom início do Brasil no Gauchão 2018, do bom centroavante que parece que encontramos, da sensacional fase do Marcelo Pitol, mas não. Lá no fundo algo tem me incomodado muito, as tais arquibancadas móveis.

Quando parecia que a novela tinha se encerrado, tivemos um novo e indigesto capítulo no último dia 17 de janeiro, estreia no Gauchão contra o Juventude no Bento Freitas. Com a torcida na rua, tomando uma gelada e na expectativa pro jogo, começou um burburinho que os bombeiros não haviam liberado as arquibancadas móveis pro jogo. Poucos minutos depois se confirmou que a lotação máxima da Baixada seria de 5.200 pessoas. Soava como inacreditável entre nós torcedores.

Bom, vamos lá. Partimos do princípio que o Brasil possui sua parte de culpa em toda essa novela das arquibancadas móveis, desde o primeiro parafuso que começaram a montar, isso não resta dúvida. E é certo que eu vou falar de coisas aqui que desconheço à fundo, mas azar. Beleza. Vamos analisar a outra parte da novela, o corpo de bombeiros.

Sabemos de tudo que já aconteceu para o Brasil poder jogar no Bento Freitas nos últimos anos. Nós torcedores temos calafrios ao ouvir as palavras “PPCI” e “vistoria”. O Brasil penou até chegar à essa estrutura que está instalada na arquibancada pelo lado da Juscelino e parte da João Pessoa, à direita das cabines de rádio. Foram quinhentas vistorias, tivemos que arredar tábuas um milimetro pro lado, pintar o corrimão de verde fosco cintilante das cores do oceano de Fernando de Noronha, pintar os acessos em amarelo caganeira, inúmeros testes de cargas e enfim termos as arquibancadas móveis liberadas pelo corpo de bombeiros. Vibramos a cada liberação como se fosse um gol. A que ponto chegamos.

Jogamos não sei quantos jogos com essa atual estrutura, com tudo bonito, alvarás em dia, sem mais vistorias, um luxo. Aí agora parece que trocou o comando do corpo de bombeiros em Pelotas, ou na zona sul, sei lá, algo assim. Aí simplesmente essas novas pessoas dizem não conhecer a famosa arquibancada móvel do Grêmio Esportivo Brasil e então não liberaram ela pro jogo com o Juventude. Dizem que existe uma nova legislação para arquibancadas desse tipo, que não conseguem definir se a arquibancada do Brasil é provisória ou permanente, que precisam analisar a documentação. Poxa vida, se a antiga corporação dos bombeiros havia analisado toda a documentação trocentas vezes e tinha liberado as benditas para os jogos, o que mudou de lá para cá? O QUE MUDOU??????????

Não tivemos nenhuma ocorrência com as arquibancadas nos últimos anos, NENHUMA. Ninguém caiu, ninguém se machucou, nada desmoronou. Será que a antiga corporação não tinha competência para libera-las e o novo comando está duvidando disso? Qual o motivo para não deixar as arquibancadas liberadas enquanto analisam a nova legislação, enquanto meditam pensando se a arquibancada é provisória ou permanente? Duvido ter alguma arquibancada, ou algo do gênero, que tenha sido mais vistoriada e cheio de fru-fru do que a do Brasil. Mas aposto quanto quiserem. Vale pro país inteiro.

Eu, leigo, e louco pra ver a Baixada lotada, vejo um excesso de zelo no tratamento do assunto. Só se ouve “estamos analisando a documentação”. Meu povo, essa documentação já foi analisado oitocentas mil vezes. Se a corporação mudou, a culpa não é do Brasil. É muito papo, entrevista e pouco bom senso. Quem vai pagar o prejuízo do Brasil por não ter a casa cheia? Quem vai explicar pro torcedor que não conseguiu ingresso que ele não vai poder ver o jogo?

A torcida do Brasil, o Brasil, o Bento Freitas, são patrimônios históricos da cidade de Pelotas. Hoje foram vendidos todos ingressos e novamente teremos torcedores do Brasil do lado de fora do estádio no jogo dessa quarta contra o Veranópolis. Me parece que NINGUÉM dá bola pra isso, nem mesmo o clube. A hora do clube de se impor nesse assunto já passou faz muito tempo. Na verdade não aconteceu por aquele sentimento de culpa que o clube sabe que tem.

Sei que não era hora de estar falando nisso, que esse assunto é um saco, mas eu to puteado demais com tudo isso.

Brasil goleia no primeiro teste de 2018

Por Marcelo Barboza

O Brasil fez seu primeiro teste visando a temporada de 2018 na tarde de ontem enfrentando o Sindicato dos Atletas Profissionais do RS no estádio Bento Freitas e venceu pelo placar de 8 a 0. A partida foi em ritmo de treino e com todo o elenco participando. Clemer começou a partida com aquele que parece ser o seu time titular nesse momento: Marcelo Pitol, Éder Sciola, Leandro Camilo, Heverton e Bruno Collaço; Leandro Leite, Itaqui, Toty, Mossoró e Alisson Farias; Luiz Eduardo.

O adversário era fraquíssimo, sem jogadores conhecidos e com pouca resistência à intensidade imposta pelo Brasil. Logo no início da partida, Mossoró pegou um rebote na entrada da área, matou na coxa e bateu alto, no ângulo, abrindo o placar com um golaço. O segundo gol do Brasil não demorou a sair. Alisson Farias foi derrubado no bico da grande área e Itaqui soltou um míssil de esquerda no ângulo, outro golaço. O terceiro veio em cobrança de falta de Itaqui onde Heverton desviou de cabeça pro fundo das redes. A primeira etapa se encerrou com o 3 a 0 e com o time considerado titular deixando o campo para que outros onze jogadores voltassem pro segundo tempo.

O Brasil voltou pra segunda etapa com Carlos Eduardo, Ednei, Gustavo Bastos, Rafael Dumas e Arthur; Vacaria, Van Basty, Deyvid Sacconi e Calyson; Dudu e Matheus Lima. O quarto gol veio rápido, com Matheus Lima após chute de Van Basty dentro da pequena área. O quinto gol foi marcado por Ednei, de pênalti, após lance de mão do zagueiro do Sindicato. O sexto gol foi um golaço. Ednei cobrou falta no ângulo, sem chances para o goleiro. O sétimo gol também foi de pênalti, após Chrigor ser derrubado dentro da área. Robério fez a cobrança e marcou mais um. E para fechar a fatura, Arthur arrancou do campo de defesa e dentro da área adversária cruzou e a bola desviou na zaga adversária e entrou.

Mesmo com a fragilidade do adversário, o teste foi válido. A torcida, que compareceu em grande número, pode ver os jogadores pela primeira vez em 2018 e tirar às suas primeiras impressões.

Difícil destacar jogadores em um jogo que só deu Brasil. Mas deu para ver que temos bons nomes individualmente e que agora Clemer terá um grande desafio de fazer esse time jogar. Nossas laterais estão muito bem abastecidas com Sciola, Ednei, Collaço e Arthur. Itaqui se movimentando muito no meio de campo e com o pé calibrado. Toty e Alisson Farias jogando aberto pelas pontas com muita movimentação. Pela direita, Toty ataca e recompõe a defesa muito bem, o que poderá dar maior segurança para as subidas de Sciola ao ataque. No ataque talvez esteja a maior dúvida de Clemer. Ontem Luiz Eduardo começou jogando, com Matheus Lima entrando bem na segunda etapa. E ainda tem Robério, jogador de muita força, brigando pela camisa 9. E o maior desafio será o setor de criação da equipe, onde todos os jogadores são novos no elenco. Ano passado talvez esse tenha sido o nosso maior problema.

No time que jogou a segunda etapa, tivemos Arthur com muito vigor físico e dando arrancada pro oitavo gol aos 45 minutos de jogo. Van Basty, ou Sousa, como queiram, com bons desarmes no meio de campo. Rafael Dumas muito seguro na zaga e Ednei voando pela direita.

O jogo-treino foi bom para a movimentação dos jogadores e para nós torcedores matarmos a saudade da Baixada. Agora falta uma semana para a estreia contra o Juventude na Baixada, aí sim, valendo três pontos e com Baixada lotada.

MATÉRIA TV XAVANTE SOBRE A PARTIDA