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Enfim, vencemos

Por Marcelo Barboza

Precisando desesperadamente de uma vitória, o Brasil enfrentou o lanterna do campeonato, o Boa Esporte, no estádio Bento Freitas, na noite dessa terça-feira em partida válida pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. E a tão sonhada vitória, veio.

Um primeiro tempo de muita posse de bola do Brasil, 63%, mas de poucas grandes chances de gol. Os 10 primeiros minutos foram do Boa Esporte. Carlos Eduardo fez duas boas defesas em chutes de longe e Leandro Leite salvou outra chance do time mineiro. Depois dos 15 minutos, o Brasil começou a propor o jogo. O melhor lance do Brasil na primeira etapa foi em uma jogada individual de Pereira, que driblou o adversário na linha de fundo e bateu em curva. A bola estourou na trave esquerda do goleiro Igor, que já estava batido no lance.

As principais escapadas do Brasil eram com Kaio, mas sem muita efetividade. Tentando impor a sua velocidade, perdeu praticamente todas as jogadas pro adversário. Luiz Eduardo tentava jogar fazendo pivô mas ninguém encostava pra jogar. Parecia mais uma noite de futebol irritante na Baixada. Sem criação, sem oportunidades claras.

No intervalo o treinador Gilmar Dal Pozzo tirou Valdemir e colocou o meia Maicon Assis. A substituição deu certo. O Brasil começou a tocar mais a bola no meio de campo. E logo aos 3 minutos, Kaio passou para Pereira na entrada da área e o camisa 10 Xavante bateu forte, seco na bola, que foi no canto esquerdo e o goleiro nem se mexeu. Um golaço. O time todo correu para o banco de reservas para comemorar. Era o gol do alívio.

Para dar mais tranquilidade ao Brasil, Aldo dividiu com Kaio no meio de campo e deixou o pé na barriga do camisa 7 do Brasil. Cartão vermelho direto. Assim o Boa pouco chegou ao gol do Brasil após a expulsão. O Brasil seguiu buscando o ataque e o segundo gol veio aos 29 minutos, após boa triangulação entre Kaio e Pereira pelo lado direito de ataque. O camisa 10 cruzou na área e Maicon Assis chegou chutando de primeira, de canhota, no canto do goleiro Fabrício. Era o gol da vitória do Brasil.

Com o vitória o Brasil chegou aos 18 pontos e é o primeiro dentro do Z-4, na 17ª colocação. A próxima partida será contra o Guarani, em Campinas, no sábado, às 16:30h.

COLETIVA DO TREINADOR GILMAR DAL POZZO

MELHORES MOMENTOS

Amarga herança

Por Marcelo Barboza

Há poucos minutos atrás o Brasil enfrentou o Boa Esporte na Baixada e empatou em 0 a 0, em partida válida pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Essa foi a penúltima rodada antes do fim do primeiro turno e o Brasil está terminando a rodada na 16ª colocação, a primeira posição fora da zona de rebaixamento.

O jogo de hoje foi pobre tecnicamente, dos dois lados. O Brasil teve muita transpiração e pouca inspiração. As principais chances de gol do Brasil foram em jogadas individuais, principalmente de Marcinho. Misael e William Ribeiro acertaram o travessão quase no final do jogo. O Brasil ainda teve dois gols anulados, e bem anulados, por sinal. Mas coletivamente o time não foi nada bem.

Clemer vai ter muito trabalho no comando do Brasil. Estamos no mês de agosto e o Brasil ainda não tem um time titular e está longe de fazer boas apresentações. A direção do clube e a antiga comissão técnica erraram muito nas contratações e em algumas convicções. Agora o Brasil paga em campo pelos erros. Obviamente que não é fácil perder doze jogadores de uma temporada para outra, e isso aconteceu com o Brasil. Mas da mesma forma que o clube perdeu jogadores, muitos recursos começaram a entrar nos cofres da Baixada. Nunca tivemos uma vitrine tão grande. Mas sem um comando forte por parte do presidente clube e um departamento de futebol largado na mão do treinador, muitas escolhas foram equivocadas.

Erros em contratações sempre irão ocorrer, é normal no futebol. Errar com Éder Sciola, que teve boas passagens por outros clubes, errar com Aloísio, que parece ter qualidade mas também parece ser de vidro, até se entende. É “aceitável”. O que não se entende são contratações como Lenilson, jogador apagado em muitos clubes pelos quais passou e saiu do São Paulo-RG para ganhar mais no Brasil e com aumento de salário para a Série B, já pré acordado na contratação. Até dias atrás nem treinando estava, não foi embora porque não aceitou a proposta de rescisão. Contratações como a de William Ribeiro, que jogou a Série D pelo São Paulo-RG e estava parado, jogando pelada em Pelotas, hoje virou solução para o Campeonato Brasileiro da Série B. Errou um gol hoje na cara do goleiro que até o Nathan Cachorrão faria. Que convicção é essa de “escolha a dedo”?

Sem falar no open bar de gratidão. Peguemos nomes como Cirilo, Wender e Gustavo Papa, que nos deram muitas alegrias mas que hoje não podem estar jogando uma Série B de Campeonato Brasileiro. Não tem lógica alguma isso. Se hoje um deles encerrasse o seu contrato com o Brasil, conseguiriam vaga em algum time da Série B. Óbvio que não. E olha que sou muito fã deles, por tudo que fizeram por nós. Mas gratidão tem limite. Ainda tinha que ouvir nas entrevistas: “- A importância de um Gustavo, a importância de um Leandro”. Não né! Dos mais antigos, Eduardo Martini e Leandro Leite viraram reservas, pois não vinham jogando bem. Muito normal serem reservas, e até acredito que ainda podem nos ajudar. Mas no mundo em que vivíamos até poucos dias, seria o fim do mundo colocar um deles no banco. Esperamos muitas rodadas da Série B para isso acontecer, principalmente com o capitão Leandro Leite, que fez um Gauchão muito ruim.

Alguns jogadores passaram pelo Brasil nos últimos anos e hoje são destaques em seus clubes. Jonatas Belusso é o artilheiro da Série B jogando como centroavante, no Brasil marcava a subida dos laterais. Volante Marcão jogava como meia direita no Brasil, mas pelo Botafogo-SP, jogando o Paulistão como primeiro volante, sua função de origem, foi o segundo maior ladrão de bolas do campeonato. Hoje joga a Série A pelo Atlético-GO. Jardel não teve seu contrato renovado com o Brasil pois o Brasil (Rogério) queria somente seis meses de contrato. Ele pouco jogou e quando jogou foi lateral-direito. No Novo Hamburgo, como segundo volante, foi campeão Gaúcho. Foram as famosas convicções. Esses jogadores estão longe de serem craques, mas um treinador de futebol tem que saber aproveitar as principais qualidades dos seus jogadores e usar isso a favor do time. E eles provaram que foram mal utilizados no Brasil.

Agora o primeiro turno vai acabando e o que se vê pela frente é meio nebuloso. Se pegarmos nossos melhores jogadores, até temos um bom time titular. Marcelo Pitol, Ednei, Leandro Camilo, Evaldo e Marlon; João Afonso, Itaqui, Wagner e Rafinha; Marcinho e Lincom. Dá pra fazer uma campanha mais ou menos com esse time. O brabo é sair o Rafinha e entrar o Juninho, sair o Lincom e entrar o Rodrigo Silva, sair o Ednei e entrar o Sciola, ter o Wagner tomando trago todos os dias e não acertando nenhum passe, ter apenas um volante no banco de reservas, e por aí vai. São muitas escolhas erradas.

E agora o discurso é que não se tem dinheiro. Mas é claro. O estádio anda vazio, com o ingresso mais caro da Série B e o presidente mandando a torcida ficar em casa ouvindo pelo rádio se não tiver dinheiro. Os jogadores remanescentes de 2013 a cada renovação de contrato agregaram mais valores aos seus salários, logo hoje são caros e sequer jogam. Lenilson não joga há meses, recebendo salário e ficando em casa. Aí realmente não vai ter dinheiro mesmo. Nem o maior patrocínio da história (Caixa), nem o quadro ativo de sócios, nem o maior contrato de TV da história dará conta de tanta escolha errada.

Tudo que foi falado aqui é opinião de torcedor. Não estamos aqui para se ter a razão de tudo e ser dono da verdade. São apenas visões como torcedor. Pode ser que daqui a pouco o Rodrigo Silva comece a fazer dois gols por jogo, que o Sciola acerte todos os passes, que o William Ribeiro prove que não é peladeiro, tudo isso é possível, mas é pouco provável.

Agora o clube não tem ninguém administrando o departamento de futebol. O treinador treina o time e a diretoria toca o departamento de futebol. Assim funciona um clube de futebol com um mínimo de organização. Quem mandava no futebol, foi demitido. E agora, quem assume a barca? O presidente? O Armando, que ninguém sabe direito qual a função dele no clube?

Só sei que estou preocupado. Erramos demais esse ano e podemos colocar tudo que foi conquistado em risco. Clemer vai ter muito trabalho e tenho sérias dúvidas se ele terá um bom suporte por parte da direção do clube para poder fazer esse time jogar. A hora é agora, se tiver que mexer no elenco tem que ser agora. Para nós torcedores, nos resta torcer.

Entrevistas coletivas com Cassiano e Misael

As duas últimas contratações do Brasil conversaram com a imprensa no estádio Bento Freitas nessa quinta e sexta-feira. Os atacantes Cassiano e Misael falaram das suas primeiras impressões ao chegarem no Brasil, sobre o treinador Clemer e sobre o futuro do Brasil no Campeonato Brasileiro da Série B.

Os dois atacantes fizeram as suas estreias na última terça-feira contra o ABC, em Natal, na derrota do Brasil por 1 a 0. Agora eles se preparam para o jogo da próxima terça-feira, contra o Boa Esporte, no estádio Bento Freitas.

Confira as duas entrevistas abaixo. As imagens são da TV Xavante, a tv oficial do G.E.Brasil.

ENTREVISTA COLETIVA COM CASSIANO

ENTREVISTA COLETIVA COM MISAEL