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Segundona é o ca…

Última rodada de campeonato de futebol é sempre tensa. Seja para quem está brigando para não cair, seja para quem busca classificação. Nós Xavantes nos acostumamos a brigar por classificação nos últimos anos, mas hoje foi diferente. Entramos em campo precisando no mínimo empatar para não cair para a famigerada segundona gaúcha.

O adversário, o Passo Fundo, vinha brigando por uma vitória para se classificar. Os resultados paralelos eram muito importantes para o Brasil, tanto para o rebaixamento quanto para a classificação. Com o início da rodada, os resultados nos empurravam para a classificação, ainda mais depois que Diogo Oliveira deixou Ramon na cara do gol e o atacante Xavante driblou o goleiro e marcou. Por alguns minutos beliscamos a sétima colocação e o nosso adversário seria o São José-POA no Passo D’Areia. Para quem começou a rodada com medo da segundona, um classificação nesses moldes estava pra lá de perfeita. Mas ainda era cedo. Outros gols foram saindo na rodada e o Brasil caiu para a oitava posição. Mas no Bento Freitas o placar seguiu igual, com o Passo Fundo se jogando pro ataque e o Brasil saindo no contra ataque. Em um dos ataques do Passo Fundo, o gol parecia inevitável, mas do nada surgiu Cirilo e fez o corte na hora certa. Cirilo, aliás, viria a ser escolhido o melhor em campo por uma das rádios da cidade. O final do jogo foi se aproximando e o desespero vindo junto. Um gol do Passo Fundo ou um gol do Veranópolis tiraria a nossa classificação. Mas dessa vez tudo deu certo e seguramos a vitória.

Com a classificação na oitava posição, o Brasil enfrentará o Grêmio nas quartas-de-finais na Arena da OAS, em Porto Alegre. Lembrando que é somente “mata”, é um jogo só. A partida é na quarta-feira, à pedido do Grêmio, às 19:30h. Jogo terá transmissão do Premiere Futebol Clube.

Na verdade meus amigos, estamos aliviados. A campanha do Brasil ficou longe do esperado. Obviamente que estamos falando de um esporte muito imprevisível, que não tem receita de bolo. Mas o nosso time vinha muito bem ao longo dos três últimos anos. A expectativa era muito grande. Tivemos a manutenção de boa parte do elenco e mantivemos o comandante Rogério Zimmermann. Mas a verdade é que a torcida do Brasil não estava preparada para um revés. Uma má campanha. Então o desespero foi gigante. Os resultados não vinham, as vitórias demoraram a sair e a torcida ficou impaciente. O discurso dos jogadores e da comissão técnica era de cautela, de que as vitórias viriam. Normal. Eles não falariam outra coisa. O que parece é que Rogério Zimmermann montou o time acreditando na evolução de alguns jogadores que já faziam parte do elenco e que realmente vinham em evolução. Alguns jogadores muito limitados evoluíram muito desde que chegaram no Brasil. Fruto do trabalho da comissão técnica e do grupo de jogadores. Temos vários exemplos no time. Porém alguns jogadores caíram de rendimento. E não foram poucos. E na Rogério Zimmermann não contava com isso. Com pouca grana para contratar e com elenco reduzido, teve que se virar durante o campeonato. Talvez algumas escolhas demoraram a serem feitas, mas foram feitas. Mas quem sabe e conhece desse time é o comandante Rogério Zimmermann e por tudo que já fez com esse elenco, tem muito crédito e temos que confiar nele. O que vamos fazer na Série B, é assunto pra depois. O foco é total no Grêmio.

Vamos vencer o Grêmio na Arena? Dificilmente. Vamos de sangue doce? Claro que não. Muito do contrário. Recuperamos o fôlego com essa classificação e vamos com tudo para Porto Alegre. Se a vitória virá nós não sabemos, mas vamos pelear até o fim. E o melhor é ouvir dos gremistas: “Porra, lá vem eles de novo”.

Foi um alívio. Esperamos nunca mais passar por isso tão cedo. Segunda divisão na Baixada? Só a do Brasileiro. Tem que aceitar.

Foto: frame de vídeo de Italo Santos.

FICHA TÉCNICA

G.E.Brasil: Eduardo Martini, Weldinho, Cirilo, Leandro Camilo, Brock, Leandro Leite, Galiardo (Márcio Hahn), Washington, Diogo Oliveira, Marcos Paraná (Gustavo Papa) e Ramon (Nathan). Técnico: Rogério Zimmermann.
Passo Fundo: Matheus, Tiago, Leo Kanu, Gustavo, Alisson, Rudiero, Faísca, Canhoto (João Vitor), Nata, Jean Silva e Hyantony (Branquinho). Técnico: Paulo Porto.
Gol: Ramon aos 15′ do 1º tempo.
Cartões Amarelos: Brock, Washington e Marcos Paraná (GEB); Alisson (PFU).
Cartão Vermelho: Alisson e Amaral (PFU).

ÁUDIOS

*capturados da Rádio Xavante

VÍDEO

Compacto Blog Xavante

O gol de Ramon – Imagens do site Rede Esportiva

Festa ao final da partida – Vídeo de Italo Santos

Vivi para ver | Ivan H. Schuster

Minhas companheiras e meus companheiros de arquibancada, vou dizer-lhes, não foi fácil. Foi sofrido, angustiante, sufocante, mas foi maravilhoso. Não foi uma apresentação de gala, superior. Foi a apresentação do possível, meticulosamente preparada e ensaiada. Sofremos, mas subimos! Chorem polenteiros. Subimos para a Série B, vocês ficaram. Chorem mais um pouco. Mais ainda. Um pouco mais. Isto, sofram bastante. Liguem para os seus amigos lobinhos e chorem juntos.

Gastei um bom tempo pensando sobre o que escrever. Fiquei imaginando que este deveria ser um texto especial. Deveria estar, obrigatoriamente, a altura do feito conquistado pelo Xavante. Pensei em falar da batalhada dos 300 guerreiros de Esparta frente ao exército de Xerxes, uma alusão aos bravos Torcedores Xavantes que estavam no Castelão representando toda a Nação Xavante. Pensei em falar sobre as apresentações memoráveis do GEB como o Bra-Pel dos 5×3, quando ganhamos a identificação de Xavantes; a vitória em cima da seleção Uruguaia, que, poucas semanas depois, viria a ser campeã mundial em 1950; a ida a Estrela; os 2×0 no Flamengo de Zico & Cia; o Bra-Pel dos 9×11; o Brasil x Grêmio do “Eu estou dopado”; enfim, apresentações que, presenciadas ou não, estão registrada na História, na alma, de cada Xavante. Pensei, também, em falar dos nossos sofrimentos, da nossa sina de enfrentar a tudo e a todos, de nada ser fácil, do acidente, da reconstrução. Pensei, pensei, pensei. Cheguei a conclusão que não saberia o que dizer. Melhor, não tem nada a ser dito. Este é o nosso momento. Não é para ser descrito, é para ser sentido.

Estou feliz, estou em êxtase. Sinto-me o rei da montanha, o craque do time, o bonitão do baile, o nota 10 da aula. Sou o cara! Amigos, vizinhos, conhecidos, pessoas que nem sei quem são, telefonam-me, cumprimentam-me, param-me no supermercado, mostram-se entusiasmados e alegres com a nossa conquista. Definitivamente somos o clube com o maior número de Torcedores, admiradores e simpatizantes do Estado. Nunca um time do Rio Grande do Sul reuniu tantos adeptos. É bom ser Xavante! Que chorem os desconhecidos e insignificantes. Façam por merecer. Tua inveja só aumenta a nossa glória. Pausa para chorarem mais um pouco.

Não, não acabarei este texto sem cobrar dos corneteiros que peçam desculpas em público ao RZ e aos nossos bravos Guerreiros. Sugiro que na próxima apresentação Xavante, no Bento Freitas, frente ao Vila Nova, levantem-se e gritem a plenos pulmões um pedido de desculpas, iniciando com “Desculpem-me, sou corneteiro!”. A partir disto peçam desculpas para o RZ, Martini, Cirilo, Nena, Cleiton e todos os outros que apresentação após apresentação cornetaram com convicção e teorias futebolísticas imbatíveis. Imbatíveis e falsas. Pobres mesmo. Pura corneta. Este é o momento de vocês se manifestarem corneteiros. Arrependei-vos, pois! Chora corneteiro!

Que momento! Estou feliz, aliviado, relaxado. Foi-se a uruca, não tem mais aflição e angústia. Agora é só alegria. Somos a terceira força futebolística do Estado. E conquistamos isto pelos nossos próprios méritos, pelas nossas próprias forças. Não arrendamos o departamento de futebol e muito menos o clube. Somos 100% paixão. Somos a Torcida que tem um time. Somos 100% Xavantes!

Por fim, quero deixar registrado aqui para que, algum dia, daqui a dezenas, centenas de anos, alguém leia e saiba que no dia 17 de outubro de 2015 o Grêmio Esportivo Brasil, empurrado pela Torcida Xavante, alcançou um feito notável, desejado há muito tempo, e eu presenciei, vivi, senti e chorei. Estamos entre os 40 melhores times do Brasil.

É bom ser Xavante!

Abs.

Aos que não acreditavam | Ivan H. Schuster

Companheiras e companheiros, não foi fácil. Haja coração. Digo-lhes do fundo do meu coração, foi das maiores emoções que senti. O coração foi ao limite. Cheguei a assinar o testamento. Olho na tevê, assistindo Portuguesa x Tombense, e ouvido no radinho, escutando a apresentação Xavante. Quando deram os fatos por consumados, com o encerramento dos jogos dos adversários, fiquei alguns minutos sem saber o que fazer, uma indecisão entre o choro compulsivo e a gritaria descontrolada. Gritei!

Não tratava-se apenas de uma classificação para a próxima fase da Série C do Campeonato Brasileiro 2015 – assim, por extenso, para ficar claro que não é campeonato com equipes sub alguma coisa. Havia muito em jogo. O golpe já estava armado. As armas para o fogo amigo estavam carregadas. O mundo desabaria sobre nossas cabeças em caso de insucesso. O “eu não disse?” seria a expressão do ano. Pior que um corneteiro, só um corneteiro se achando.

Não concordo com vaias ao time. Sou da opinião que torcedor tem que torcer. Se o time está mal, com vaia só irá piorar. Não conheço uma única pessoa que tenha o seu desempenho melhorado sob pressão e desconfiança. Manifestação na porta de vestiário, então, acho de uma estupidez sem tamanho. Mas são manifestações de Torcedores, de pessoas comuns. Gente que possui baixa resiliência, pouca fé ou que são simplesmente corneteiros. Xavantes, é verdade, mas corneteiros.

Mas o que estava me incomodando mesmo eram as manifestações mesquinhas da nossa imprensa esportiva. Ainda no sábado, li que, caso não passasse de fase, o GEB estaria chegando ao “fim de um ciclo”. Como assim, fim de um ciclo? Que final de ciclo é este, se temos um calendário cheio para 2016 com duas – eu disse DUAS – competições nacionais já agendadas? Então, não subir para a Série B seria o fim de tudo, hora do demanche, necessidade imperativa de recomeçar do zero? Façam-me o favor, é muita sacanagem. É gostar de empurrar para baixo. É apologia ao fracasso.

Adorei o desabafo do RZ ao final da apresentação. “Chora corneteiro!”, bradou ele, respondendo de forma clara a todos aqueles que lhe provocaram. Digo-lhes, RZ não apenas é o responsável por uma revolução no GEB, mas será o responsável por uma mudança na própria maneira de pensar da imprensa esportiva pelotense. É certo que muitos ainda resistem em enxergar o óbvio. Muitos ainda relutam em aceitar que o futebol pelotense, em particular o GEB, é muito maior que seus achismos e conjucturas de botequim. Somos muitos maiores, inclusive, que seus egos. Quem já entendeu, está se mexendo e progredirá. Outros, serão atropelados pelos fatos e ficarão chorando à beira do caminho. O tempo provará. Chora corneteiro!

Não bastasse todo este negativismo da imprensa e dos corneteiros habituais, tínhamos, ainda, que lutar contra a necessidade de superarmos os dois Polentas, principalmente os Papudos, já que o CaxÍbis – o bi-rebaixado 2015 – agora pertence ao sub-mundo futebolístico, aquele dos campeonatos das almas perdidas, onde já habitam outros seres sem expressão e significado, chafurdando em lodo fecal.

E não poderia ter sido melhor. Depois de, em passado recente, termos sido roubados de forma descarada pelo Vuaden, dentro do Bento Freitas, perdendo a vaga da Série C para os Papudos, matá-los gordinhos teve um sabor especial. Ainda mais sabendo que a diferença no saldo de gols a nosso favor, veio de uma vitória dentro do Jaconi. Chora polenteiro, teu sonho acabou …

Por fim, minha singela homenagem ao Governador Sartori, papudo declarado. O GEB aderiu ao plano de governo estadual e também aplicou o parcelamento. Parcelou a desclassificação dos dois Polenta, primeiro o CaxÍbis, e agora os Papudos. Chora Governador!

Como é bom ser Xavante!

Abs.

Em tempo: não sei o autor da imagem, mas peço licença para usá-la.

Classificação com o cara do Brasil

Quem criou a expressão de que “pro Xavante tem que ser sempre sofrido” não deve ter sangue correndo nas veias ou torce para algum outro time. O que foi essa tarde de domingo? Jogo longe de Pelotas e sem televisão, só para judiar dos nossos pobres corações. Mas o que para alguns parecia impossível, deu certo.

O Brasil venceu o Tupi por 2 a 0 com gols marcados por Diogo Oliveira, aos 54 segundos de jogo, e Nena. Mas somente a vitória não nos daria a classificação, precisávamos que a Portuguesa empatasse ou perdesse ou o Juventude não vencesse por dois gols a mais do que nós ou o Guarani não vencesse por cinco gols a mais do que nós. Como marcamos o primeiro gol logo no início, em nenhum momento estivemos fora do G-4 nesse domingo. A Portuguesa venceu o Tombense por 1 a 0 com um gol faltando dez minutos para o final do jogo. O Guarani venceu o Caxias por 5 a 3 e morreu na praia. Restava o jogo de Caxias do Sul, do Juventude contra o nem fede e nem cheira do Guaratinguetá. O Juventude abriu 2 a 0 nos primeiros minutos de jogo e parecia que seria uma barbada fazer seis ou sete. Mas o time da serra se complicou. Marcou o seu terceiro gol só aos trinta e poucos do segundo tempo. A partir dali foram os 15 minutos mais longos do ano. O time da serra se jogou pro ataque e o Guaratinguetá se defendendo como dava. O jogo do Brasil já havia acabado e Pelotas inteira estava ligada na Rádio Caxias. Um gol lá em Caxias e o Brasil parava por ali. Mas todo o nosso empenho foi premiado e a polentada não conseguiu fazer o quarto gol. Morreram bem gordinhos, coisa linda.

Dessa forma o Brasil se classificou para as quartas de finais do campeonato e enfrentará o Fortaleza em dois jogos, sendo o primeiro em Pelotas, transmitidos para todo o país pelo canal Esporte Interativo.

Seria justo o time que passou o campeonato inteiro no G-4 ficar de fora? Claro que não. Lógico que o rendimento baixou bastante no segundo turno e depois da derrota pro Guarani muito fizeram terra arrasada. Uma parte da nossa torcida parece não ter memória. Muita gente havia jogado a toalha no início da semana mais decisiva do ano. Os argumentos para não acreditar eram inúmeros e ninguém mais prestava. Mas com o passar dos dias, com os ânimos se acalmando, as redes sociais puxaram uma campanha chamada #EuEscolhiAcreditar, e o espírito mudou. Muitos podem não acreditar, mas toda essa onda de otimismo saiu dos computadores e parou dentro do vestiário. Claro que os jogadores já estavam focados e confiantes para o jogo, afinal passaram o campeonato nas cabeças e iam se entregar de barbada? Claro que não. Mas o apoio dado pela torcida foi essencial. Aos que se entregaram, aqueles que não sabem lidar com um revés, fica a lição. Aqueles que xingaram os jogadores e o treinador Rogério Zimmermann, tenham humildade e peçam desculpas. Errar eles erram, mas olhem o quanto eles mudaram as nossas vidas. Aprendam uma coisa, se é que já não sabem, nunca duvidem desse time.

Agora que venha o Fortaleza, mais um grande clube desse país. É de momentos como esses que a nossa torcida sempre esperou. Será possível passar pelo Fortaleza? Não sei lhes dizer. Mas que nós vamos brigar de igual para igual, não tenham dúvidas. Estamos há dois jogos da Série B. Vamos abarrotar o Bento Freitas e ganhar deles no grito.

Vamos com tudo!

ÁUDIOS
*capturados da Rádio Pelotense AM

VÍDEO

Os gols da partida – Imagens da GEBtv

 

 

Verde limão | Ivan H. Schuster

Tragédia! Que baita buléu tomamos ontem. Pretiô os óio da gatiada.

Minha culpa. Minha máxima culpa. Sim, companheiras e companheiros, sou o culpado e, humildemente, peço-lhes perdão. Se não sou o único culpado, provavelmente sou o maior deles. Vou contar-lhes o ocorrido.

Eis que minha amada esposa compra-me um lote de cuecas novas e substitui todas as até então existentes. Isto mesmo, adivinharam. Colocou fora a minha cueca de ir às apresentações Xavantes. De lá para cá não vencemos mais uma única partida. Como eu ia saber, perguntou-me ela com um ar entre surpresa e arrependida. Ora, respondi eu, qual outro motivo eu teria para usar uma cueca samba canção verde limão? Era óbvio, evidente, cristalino, que aquela tratava-se de uma cueca da sorte. Era olhar para saber. De lá para cá, não vencemos mais. Ela prometeu-me comprar outra igual. Sei não, amuletos não são facilmente substituídos. Até pensei em um divórcio por justa causa. Mas, é a vida. Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, com ou sem cueca, …

A meu ver, assistimos ontem a um bom jogo de futebol. Uma partida movimentada, franca, com ambas equipes procurando o melhor resultado. Futebol em nível de uma competição nacional. Perdemos. Não poderíamos ter perdido, sequer empatado. Mas perdemos. Se jogássemos a copinha, talvez tivéssemos mais facilidade. Prefiro não saber.

Foram dois tempos distintos. No primeiro, o GEB mostrou um bom futebol, tocando bola, invertendo jogadas e dominando por completo as ações. Gostei muito do ataque formado com Felipe Garcia, Nena e Cleverson. Aliás, enquanto teve pernas, o Cleverson apresentou-se muito bem. Tomamos um gol besta. Daqueles que não dá para acreditar. Na verdade, nem vi a bola entrar. Achei que o Martini estava com ela, quando notei os jogadores do bugre comemorando algo. Suspense, aflição e decepção.

No segundo tempo, embalado por um lindo gol logo no início, o GEB foi bem até aos 20 minutos, mais ou menos. Aí, parece-me, o time cansou. Principalmente os jogadores de meio campo. Subiam e ficavam sem pernas para voltar. Não lembro de outra apresentação nossa em que isto tenha acontecido. Mas foram muitas as vezes que o time paulista puxou contra-ataques levando perigo. No fim, morremos gordinhos, levando mais um gol, digamos, do tipo sei lá como entrou. Me caíram os butiás do bolso. Choque! Com as minhas cuecas verde limão certamente isto não teria acontecido.

Mas se o resultado me desagradou, e muito, mais ainda a atitude da torcida, vaiando o Martini. Memória curta, ingratidão ou apenas falta de costume com derrota? Sim, porque este mesmo time vem alcançando todos, eu disse, todos, os objetivos propostos há três anos. Será esta uma equipe fracassada? Serão estes atletas merecedores de vaias? Certo que não. Vaias merecem estes Torcedores de pouca fé, que se acham “lúcidos”, mas na verdade são uns desesperados que se entregam ao primeiro sinal de adversidade. Provavelmente tentam transferir para os jogadores suas frustrações pessoais. Freud deve explicar.

A todos que já se deram por vencidos, provavelmente aqueles mesmos que no início diziam que se não caíssemos já estava de bom tamanho, digo-lhes: só termina quando acaba, quem morre na véspera é o peru. Se ganharmos do Tupi, no próximo final de semana, passamos para a outra fase. Ainda dependemos apenas de nossas forças. Difícil? Pode ser, mas longe de ser impossível. O Tupi é aquele mesmo que amassamos no Bento Freitas e que escapou devido a uma grande atuação de seu goleiro.

Não vi nenhum time melhor que o nosso neste campeonato. Frente aos cinco clubes que ainda disputam conosco uma vaga para a próxima fase, enfrentamos todos de igual para igual e até com superioridade. Frente ao Tupi, fizemos uma apresentação muito superior. Com o Londrina, fomos melhores em casa e equivalentes fora. Nos dois enfrentamentos com o Juventude, demos dois bailes. Frente a Portuguesa, trituramos eles em São Paulo, apesar do empate, e goleamos em casa. E frente ao Guarani, foram duas apresentações parelhas. Isto sem falar que estamos na zona de classificação desde o início.

Eu acredito, melhor, eu confio. Sou Xavante!

Abs.