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Clemer demitido. E agora, Brasil?

Por Marcelo Barboza

Copa do Mundo rolando, todos preocupados com a Seleção do Tite, mas ontem foi outro Brasil que chamou a atenção, pelo menos para os rubro-negros de Pelotas. A imprensa da cidade divulgava que toda a comissão técnica do Brasil estava demitida. Já o Brasil, oficialmente não se manifestava, e assim a dúvida se criou. Mandaram o Clemer embora ou não? A dúvida foi desvendada somente na manhã desse domingo, quando o clube se pronunciou oficialmente confirmando que o treinador Clemer, os auxiliares José Leão e Rubens Cardoso, o preparador físico João Goulart, e Vinicius Sinott, gerente executivo de futebol, haviam sido desligados do clube.

Clemer chegou ao Brasil no dia 22 de julho do ano passado com uma ingrata missão, de substituir Rogério Zimmermann, ídolo da torcida e um dos maiores treinadores da história do clube. O Brasil beirava o Z4 naquele momento e havia tomado uma sapecada do Paraná de 4 a 1 em Curitiba. O desafio de Clemer era um só, manter o Brasil na Série B.

Antes de anunciar Clemer, vários nomes foram especulados e nenhum deles era o de Clemer. Quando o nome de Clemer foi anunciado, muita gente ficou surpresa. Clemer não tinha um currículo tão grande. Além da base do Internacional e alguns jogos no profissional do time de Porto Alegre, treinou ainda o Glória e o Sergipe. Alguns dizem que Clemer foi parar no Brasil por indicação de Noveletto, presidente da FGF, e a quem o Brasil deve alguns favores.

Clemer fez sua estreia no Brasil jogando em casa, contra o Paysandu na 15ª rodada e venceu pelo placar de 2 a 1. O Brasil foi realmente se livrar de um possível rebaixamento lá nas últimas rodadas, onde acabou engrendando e terminando na oitava colocacão, posição melhor que no ano anterior. Para quem vinha de um quase rebaixamento no Gauchão e um início difícil na Série B, Clemer acabou conquistando os desconfiados e teve seu contrato renovado para a temporada 2018.

No Gauchão desse ano foi onde o Brasil teve seu melhor desempenho, onde levou o Brasil até a final do campeonato contra o Grêmio. Na final, perdeu a primeira partida depois de uma expulsão errada do ladrão do Daronco e no segundo jogo, na Baixada, o Grêmio só foi marcar o primeiro depois da expulsão de Leandro Leite. O vice campeonato foi aplaudido pela torcida presente no Bento Freitas naquele dia. Missão cumprida.

Na Série B desse ano, o Brasil não teve um bom começo. Após 11 rodadas, o Brasil é o 18º e está no Z4 há duas rodadas. Após a derrota para o Fortaleza fora de casa, a direção do clube resolveu demitir toda a comissão técnica no dia seguinte à derrota.

Clemer deixa o Brasil após 51 partidas oficiais, sem contar amistosos. Foram 19 vitórias, 18 derrotas e 14 empates, 46,4% de aproveitamento.

A imprensa fala em Gilmar Dalpozzo como nome forte apra assumir o Brasil. Mas por enquanto quem comanda a equipe é o auxiliar técnico permanente do clube, Gustavo Papa, auxiliado pelo ex-zagueiro Cirilo.

OS ERROS E OS ACERTOS DE CLEMER

Como falamos acima, Clemer chegou sem muito currículo e experiência para sabermos qual seria o seu estilo de jogo. Teria que mudar algo, visto que aquele elenco do início da Série B do ano passado já estava no seu limite com o comando de Rogério Zimmermann. Mas Clemer conseguiu fazer aquele time jogar. Sempre buscando a bola no chão, o time começou a apresentar um melhor futebol, inclusive o contestado Éder Sciola começou a voar nos jogos, sendo um dos principais nomes da recuperação do Brasil no campeonato que culminou com a melhor colocação do Brasil em uma Série B.

O bom final de Série B trouxe muitas esperanças para o torcedor do Brasil, porém perdemos muitos jogadores com o argumento da direção que de “eram caros”. Assim Rafinha, Lincom, Misael e outros tantos foram embora. Precisando reforçar o elenco, o Brasil foi ao mercado e os nomes que iam sendo apresentados deixavam o torcedor apavorado. Jogadores novos, oriundos de times da segunda divisão do Uruguai, segunda divisão do Catarinense e alguns do Internacional.

Porém acabamos fazendo uma ótima campanha no Gauchão, chegando a final contra o Grêmio. O desempenho nos jogos não era tão bom, mas o suficiente para acumular vitórias e garantir a boa campanha.

Com o início da Série B e sem reforços de impacto, foi onde começamos a ver que o Gauchão não era parâmetro para a Série B e o nosso elenco precisava de reforços. Clemer deixava claro que queria reforços, mas sabia da dificuldade financeira do clube para contratações. Inclusive expondo isso nas entrevistas coletivas após as partidas. Dos jogadores oriundos do futebol uruguaio, Dudu já havia indo embora e Léo Bahia pouquíssimo utilizado. Dos jogadores pouco conhecidos, Matheus Lima jogou muito pouco e foi embora, Van Basty pouco joga e quando jogou não foi bem, e Zé Augusto pouco jogou. Deyvid Sacconi, que para muito vinha para ser titular, praticamente não jogou. Treina, treina e treina, mas não joga. É um mistério.

Dos jogadores oriundos do Inter, somente Alisson Farias rendeu. Porém, teve aquele arranca rabo com Clemer e acabou sendo dispensado. Artur, que era banco do Collaço, pediu pra ir embora e foi parar no Criciúma. Mossoró foi titular em todo o Gauchão mas não rendeu o que se esperava, virou reserva. Valdemir pouco joga e até agora não mostrou o futebol que apresentou no Brasileiro de Aspirantes, onde foi destaque pelo Inter. Resumindo, hoje nenhum deles joga no time titular. Deram errado.

Em campo Clemer tentava acertar o time mas vinha tendo muita dificuldade. Lorency sempre jogando aberto, mas já mostrou que é bom perto do gol, com um grande poder de conclusão à gol. Toty corre, marca, mas com a bola no pé precisa melhor muito. Não contrói nada. O esquema com dois jogadores abertos na frente, mas sem um meia armador, deixa o centroavante passando fome. Seja ele o Luiz Eduardo ou o Michel. Se a bola não chegar, não tem quem faça gol. Na defesa, Clemer insistiu com Rafael Vitor que não entrou bem, assim como com o Artur, que fazia jogos ruins e seguia titular.

Clemer errou muito nas contratações. Parece conhecer pouco o mercado e se abraçou nos jogadores do Inter, que não deram certo, e em empresários. A grande maioria dos jogadores contratados desde que Clemer assumiu o Brasil, vieram de indicações de empresários e lances vistos pelo Youtube. Ou vocês acham que Clemer viu Matheus Lima, Van Basty, Dudu, Léo Bahia, William Machado, Rafael Vitor, Luiz Eduardo, Toty e Kaio jogarem ao vivo? Claro que não. Logicamente que o curto orçamento possibilitado à ele acaba prejudicando, mas não justifica esse tipo de contratação.

E AGORA, BRASIL?

A direção do clube conseguiu a proeza de demitir toda a comissão técnica, além do gerente de futebol Vinícius Sinott, através da imprensa. Não teve a capacidade de falar com a comissão antes de ficar de fofoca com a imprensa. Um absurdo. Clemer e sua equipe estavam prontos para o treino na noite desse domingo, mas ficaram sabendo da demissão via internet.

E a desculpa do “pouco dinheiro”, na hora das contratações? O Brasil está há três anos na Série B recebendo um dinheiro jamais visto na história do clube. Ano passado tivemos o maior patrocínio da história do clube, com a Caixa. Temos 4 mil sócios em dia. Me digam se Boa Esporte, Londrina, Guarani, Sampaio Corrêa e outros tantos adversários, possuem mais sócios que nós? Claro que não.

Não estamos aprendendo com os nossos próprios erros. Nos anos anteriores, começamos os campeonatos pensando em economizar. Aquela economia burra. Trouxemos jogadores baratos e durante a Série B, principalmente, precisamos ir ao mercado e pagar mais caro nos jogadores que talvez lá no início do ano estavam bem mais baratos. Aí remenda o time com o campeonato em andamento, se salva e dispensa meio time sem pagar os caras. Lincom, Aloísio, Misael e outros tantos ficaram sem receber os últimos salários, premiações e demais direitos no final do ano passado. Lógico que foram embora e colocaram o Brasil na justiça. Agora estamos pelados de grana porque vamos ter que pagar os jogadores que precisamos contratar para tentar não cair após contratar um monte de jogadores baratos.

Vamos fazer uma conta simples. Soma-se o que entra de grana das verbas de TV do Gauchão e Série B, com o patrocínio do Banrisul, o dinheiro dos sócios e o pouco que entra de ingresso vendido. Agora substrai os salários dos jogadores do Inter e o Vacaria, que vieram com parte dos salários pagos por Inter e Juventude, o salário de jogadores apostas, que teoricamente são baixos, como Van Basty, William Machado, Rafael Vitor, Léo Bahia, Dudu, Kaio e mais alguns. Soma aos custos o salário dos jogadores mais antigos, como Leandro Leite, Itaqui, Marcelo Pitol e Éder Sciola. Depois vêm os custos fixos com funcionários, a base e demais custos que a direção diz ter mas que ninguém sabe o que é. Porque a conta não fecha? Onde estamos errando?

E agora estamos passando por isso. Podem crer que nas próximas semanas mais jogadores devem chegar ao Brasil, e a história vai se repetir no final do ano. O presidente gosta de falar que o clube gasta demais. É compreensível, pois estamos crescendo. Mas parece que estamos gastando errado. Depois de muitos anos voltamos a ter as categorias de base e o a direção admite que isso acarreta em um investimento mensal alto. Mas porque criar toda essa estrutura de base agora, quando estamos recém chegando na Série B, com estádio em construção e tentando criar uma estrutura? Erro de planejamento? Me parece uma ideia muito boa mas em um momento onde o foco tinha que ser outro.

Mas ainda temos tempo para recuperar a má campanha nessa Série B. Mas novamente vai depender de um treinador chegar e fazer o time jogar. Vamos novamente trazer mais jogadores que não vão ser baratos. Aí vira aquela bola de neve que já sabemos. Mas temos que apoiar, como sempre fizemos. Independente de quem vier para comandar a equipe.

Injustiça na Baixada

Luizinho Vieira não é mais o treinador do G.E.Brasil. Foto: Carlos Insaurriaga

A direção do G.E.Brasil, por motivo desconhecido, demitiu nessa manhã o treinador Luizinho Vieira. O que se sabe por enquanto é apenas uma nota divulgando a demissão no site do clube. O motivo é o que eu não entendo. Luizinho participou da contratação de todo o elenco, era líder da competição, tinha inúmeros jogadores no departamento médico durante todo o campeonato, as contratações chegaram agora, não se ouviu um comentário sequer de problemas de vestiário. Ou seja, não tem um motivo claro. A direção não soube segurar a pressão de parte da torcida. Foi amadora.

E principalmente, quando se demite um líder sem razões claras, tem coisa por trás.

Eu tenho quase certeza que o nome a ser contratado será o de Rogério Zimmermann. Até poucos dias ele estava sumido do futebol, hoje virou solução. O time pode melhorar com a chegada do Zimmermann ou outro treinador? Pode. Porém o mau futebol apresentado em algumas partidas não tinham como razão o trabalho do Luizinho. A hora de cobrar o trabalho do Luizinho seria agora, com os reforços começando a jogar e o departamento médico liberando os jogadores.

Quando parece que as coisas vão se encaixar no G.E.Brasil, acontece uma cagada dessas. Uma pena. Ai não tem torcedor que aguente, a não ser os corneteiros. Enquanto isso pessoas sem o mínimo conhecimento de futebol seguem mandando e desmandando no clube. Só vontade não basta.

Desejo muita prosperidade pro Luizinho e agradeço imensamente pelo trabalho feito no Brasil. Trabalho muito sério, sem querer aparecer e extremamente profissional.

Agora meus amigos Xavantes, nos resta esperar.

Caiu a comissão técnica

A direção do G.E.Brasil comunicou hoje pela manhã a demissão de quase toda comissão técnica. O treinador Hélio Vieira, o auxiliar técnico Cléber, e os preparadores físicos Xuxu e Canela não fazem mais parte da comissão técnica Xavante. Depois de 12 partidas oficias na segundona, o time do Hélio não apresentava padrão de jogo e jogadas ensaiadas. O fim da picada foi na partida de ontem na Baixada onde a bola saiu para escanteio a favor do Brasil, que estava perdendo, e o gandula colocou a bola para cobrança e nenhum jogador se apresentou para cobrança.

O novo treinador deve ser anunciado ainda hoje, tudo indica que será o Lisca, que já passou pelo G.E.Brasil em 2008 e saiu com fama de retranqueiro.

Novos jogadores devem ser anunciados em breve também.

O Xavante estreia na segunda fase contra o Esportivo em Bento Gonçalves no próximo domingo. A chave ficou com Brasil, Esportivo, Rio Grande e Cerâmica. Dos quatro clubes, dois se classificam para a próxima fase.

Agora é aguardar o novo treinador e os reforços.