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O escorpião|Ivan H. Schuster

O meu sentimento em relação ao GEB, neste período de entressafra, oscila entre a angústia da espera, o marasmo por nada acontecer, a expectativa de um ano inédito, o alívio pela manutenção da comissão técnica e grande parte do elenco, a apreensão pela construção do estádio e a eterna felicidade e orgulho de ser Xavante. Se nós temos problemas, o que dirá aqueles outros tantos. Aqueles mesmos que se vestiam de almirante para andar de pedalinho e hoje nem pedalinho têm mais, quem dirá o quepe.

Passado o período da renovação da comissão técnica e dos atletas, o que está na pauta do dia é o local em que nossas apresentações – o Xavante não joga, apresenta-se – ocorrerão. Falou-se no Aldo Dapuzzo, mas um destemperado dirigente do Leão do Parque usou a imprensa para demonstrar toda uma grosseria e revolta desnecessárias. Mas eu entendo, quis valorizar os 3,4 segundos(se tanto) que o GEB lhe proporcionou na imprensa estadual. O último que pensou com o fígado está atolado em lodo fecal de proporções gigantescas. Depois começam com o mimimi.

O local da vez especulado, e há muito na pauta, é a Boca do Lobo. Já ouvi as mais diversas e variadas versões. Ri da maioria. A começar pela negativa do ECP em ceder o espaço das cadeiras no pavilhão. Fiquei imaginando o motivo para tal negativa. Cheguei a conclusão que devem querer privilegiar seus associados com a possibilidade de assistir a uma apresentação diferenciada, com qualidade e de abrangência nacional. Acho que seria um boa promoção para aumentarem o quadro social. Já pensaram? Associem-se ao ECP e assistam as apresentações Xavantes sentados no pavilhão superior. Que luxo! Vai bombar. Muito melhor que as demais opções.

Quando da negativa do ECP em continuar a nos alugar o estádio no início deste ano de 2015, manifestei-me aqui sobre a visão pequena de seus diretores, da falta de compreensão da oportunidade que tinham em mãos, da falta de uma estratégia positiva face ao momento que viviam. Aliás, continuam vivendo. Ninguém discorda que ambos clubes perderam. E muito. Acredito que o ECP tenha sido o mais prejudicado, pois o GEB, ao menos, atingiu seus objetivos. Certamente o aporte financeiro resultante do aluguel teria proporcionado ao áureo-cerúleo pelotense uma melhor condição para as contratações. Ao menos para manter a folha de pagamentos um pouco mais em dia. Mas não, preferiram uma estratégia de tentar prejudicar ao GEB, mesmo que também fossem prejudicados.

Lembrou-me muito a fábula do escorpião que queria atravessar o rio e pediu ao sapo para carregá-lo nas costas até a margem oposta. O sapo disse-lhe que não, pois temia que o escorpião o ferrasse. O escorpião disse-lhe, então, que não havia o que temer porque não poderia matá-lo, visto que morreria junto. Então o sapo concordou e no meio da travessia o escorpião deu uma ferroada mortal no sapo. Prestes a morrerem, o sapo ainda indagou ao escorpião porque ele tinha feito aquilo, ao que o escorpião respondeu: “É da minha natureza”.

Eu, olhando aqui de longe, optaria por atuar no Bento Freitas. Tenho a mesma opinião do RZ e do Leandro Leite, capitão do time. O Bento Freitas é importante. Ali é a nossa casa. Seja como for e estiver. É o nosso local. Acredito que a engenharia possui trocentas e quatro maneiras e meia de viabilizar a construção e as apresentações de forma simultânea e com pouco impacto de prazo e custo. Tem gente que já fez coisa muito pior. Acho que é questão de parar e pensar. Opções existem. Não esqueçamos que atuar em outro local também acarretará maiores custos.

Se for para atuarmos na Boca do Lobo, acho que poderíamos colocar uma cláusula de receita a nosso favor referente a divulgação do ECP. Afinal de contas, a existência deles começará a ser divulgada para muito além da Ponte do Retiro, basicamente em todo o território nacional. Algo jamais acontecido por aqueles lados. Acho que também devíamos exigir posição de destaque na camiseta, como maiores patrocinadores. Chorem!

Enfim, é o que temos para o momento. Aguardar.

Abs.