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Tô cocô | Ivan H. Schuster

Quem nasce em Fortaleza é…? Google, google, google…, pois é, futebol também é cultura. O gentílico de Fortaleza é fortalezense. O que isto tem a ver com a nossa apresentação no sábado? Nada. Absolutamente nada. O caso, minhas companheiras e companheiros de arquibancada, é que estou sem saber como agir, então fico googlando qualquer coisa. Eu poderia dizer-lhes que estou tenso, angustiado, nervoso, mas nenhuma palavra expressa melhor o meu sentimento do que dizer-lhes “estou borrado”.

Não, não é medo da equipe do Fortaleza e nem de um provável Castelão lotado quando da nossa apresentação no palco adversário. Time por time, pressão por pressão, não há muita diferença. Futebol é jogado, inicia onze contra onze e ganha quem fizer mais gols. Simples assim. Se eles são grandes, nós temos tradição; se eles são leões, nós somos Guerreiros Xavantes; se eles estão querendo muito a Série B, mais ainda estamos nós. Enfim, não me venham com esta de fazer terrorismo porque não cola. Para nos ganharem, vão ter que fazer por merecer.

O meu cagaço é outro e tem nada a ver com o adversário, sua história, sua grandeza ou seus torcedores. O que tem me tirado o sono é o momento vivido, independente de tudo. O adversário poderia ser o Bayern de Munique ou um Polenta qualquer, eu estaria igualmente cagado. O momento é único, histórico e decisivo.

São anos, décadas, sonhando com a Série B do Campeonato Nacional. A hora é agora. Felizmente não sou atleta Xavante e não estarei em campo. Acho que não conseguiria entrar. Na verdade, nem sei se conseguirei torcer. Vou ter que fazer tratamento intensivo com suco de cereais fermentados bem gelado. Haja coração, e fígado.

Mas não sou só eu que estou sem rumo, meio zonzo. A imprensa esportiva pelotense, embora, admita-se, melhorou muito na cobertura deste evento, se comparado aos anteriores as ponderações do RZ, ainda continua a nos divertir.

Leio em um importante jornal da cidade que o forte da equipe dos Leões do Peci são as jogadas iniciadas com bola parada. Sustentam esta tese informando que 1/3 de seus gols são originados desta forma. Pensando, pensando, pensando, … ora, se 1/3 dos gols são originados em jogadas iniciadas com bola parada, significa que 2/3, ou seja, o dobro, não o são. Sendo assim, na minha humildíssima opinião, acredito que o forte mesmo sejam as jogadas que não foram iniciadas com bola parada, porque até onde sei 2/3 > 1/3, ou não? Salva-me professora Margil!

Mas realmente comentar é diferente de analisar. Comentar é achismo. Analisar requer embasamento, dados que deem sustentação ao exposto. Aí complica. Faz-se necessário, primeiro, entender o que aqueles números todos significam, quais operações são possíveis e como interpretá-los e forma correta. Tarefa árdua e cansativa.

Ouvindo as entrevistas feitas com os nossos atletas, em duas ocasiões, um mesmo perguntador tentou desenvolver o raciocínio que – sendo esta a primeira partida e havendo saldo de gols qualificado – não tomar gols é muito mais importante do que fazer. Assim, um empate sem gols, diz ele, seria melhor do que uma vitória Xavante com gols sofridos. Por exemplo, um placar de 2×1 pró Xavante seria pior que um empate em 0x0. Sério? Será que ele pensa mesmo isto ou estava querendo fazer uma pegadinha? Meldeuz! Gzuiz! Não há o que não haja. Não acreditam? As entrevistas realizadas com o Xaro e Nunes estão aqui no Blog Xavante.

Abs.