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De xiripa também vale

Por Marcelo Barboza

Depois de tirarmos a toca do Criciúma, tava na hora da toca do Guarani, clube que jamais havíamos vencido na história. Pelotas amanheceu com fortes chuvas e uma ventania danada na sexta-feira, e assim foi durante todo o dia. Na hora da partida a chuva deu uma trégua mas o vento e frio persistiram. E só quem é Xavante sabe o que é aquele vento que desce a Princesa Isabel e desemboca dentro do Bento Freitas. É congelante.

Com a bola rolando, o Brasil começou muito bem a partida. Logo nos primeiros minutos Teco e Itaqui quase marcaram. O Guarani chegou a primeira vez somente aos doze minutos, em um chute sem perigo. O Brasil chegou com perigo novamente com Itaqui em cobrança de falta. O camisa 8 cobrou falta pelo lado direito e a bola beliscou o travessão do goleiro Leandro Santos. Em cruzamentos de Éder Sciola, Juninho e Marcinho tiveram a oportunidade de marcar de cabeça mas mandaram para fora. Antes do apito final na primeira etapa, Teco teve um gol anulado, após cabeçada de Lincom e rebote do goleiro paulista. O zagueiro Xavante estava impedido.

Na segunda etapa o Guarani voltou melhor organizado e Marcelo Pitol começou a trabalhar. Jogando com o vento à favor, o Guarani começou a arriscar chutes de longa distância e Pitol teve que se virar. O Brasil chegou com perigo com Misael, que havia entrado no lugar de Juninho, com uma cabeçada que Leandro Santos defendeu no susto. Ednei ainda cobrou uma falta de longe que tinha destino certo mas Leandro Santos espalmou. O jogo era duro e parecia que o empate persistiria. Mas aos 37 minutos Misael fez linda jogada pela esquerda, driblou Diego Jussani, evitou a saída pela linha de fundo e cruzou para Lincom. O camisa 9 errou no domínio, a bola escapuliu na direção do goleiro Leandro Santos que tentou afastar com o pé mas chutou a bola no joelho de Lincom e a bola entrou. Um gol louco de feio, mas feio mesmo é não fazer gol. Foi aquele gol típico de centroavante. De xiripa, como diria meu pai. O Guarani ainda tentou buscar o empate mas a vitória era rubro-negra naquela fria noite em Pelotas.

Com a vitória o Brasil chegou aos 27 pontos e terminou a rodada na 11ª colocação. O próximo adversário será o Londrina na terça-feira, lá no Paraná, às 19:15h. O Londrina também tem 27 pontos, portanto o jogo será de extrema importância para nós.

O volume de jogo que o Brasil apresentou contra o Guarani foi muito satisfatório. Se impôs desde o início do jogo e por pouco não abriu o placar no primeiro tempo. Na segunda etapa o Guarani voltou melhor mas o Brasil soube aproveitar as oportunidades criadas e marcou um gol chorado, com cara de 1 a 0 magrinho, mas muito importante.

Clemer fez a sua quinta partida à frente do Brasil e venceu pela terceira vez, com um empate e uma derrota. Aproveitamento de 66%. Ótimo. A única derrota foi naquela noite horrorosa onde não vimos a cor da bola contra o ABC em Natal. O empate com o Boa na Baixada foi em uma noite onde se criou demais e não tivemos competência para marcar o gol. Aliás, empurrar a bola pra dentro tem sido a maior dificuldade do Brasil. A defesa parece ter se encaixado novamente. Teco fez uma partida perfeita ontem, não errou nenhum bote e colocou o Eliandro no bolso. O forte do Brasil nos últimos anos sempre foi o jogo defensivo, onde era muito difícil de levarmos gols. Porém esse ano levamos várias goleadas e hoje temos a defesa mais vazada na Série B ao lado do Figueirense, com 29 gols sofridos. Não que hoje temos tudo resolvido lá atrás, longe disso, precisamos melhorar muito, principalmente no jogo defensivo dos laterais. Mas a segurança já é maior.

Éder Sciola, que tem caído nas graças da torcida nas últimas partidas, e até nós brincamos com o bom momento do lateral em nossa Fanpage no Facebook, melhorou da água para o vinho após a chegada de Clemer. Mas essa melhora foi em relação a ele mesmo, ao que ele apresentou no Gauchão e no início da Série B. Sciola ainda apresenta erros defensivos que colocam a nossa zaga em perigo constante. Aos poucos Clemer precisa corrigir isso e, com a confiança que o jogador vem adquirindo, pode melhorar. Na esquerda Breno é muito inconstante dentro de uma mesma partida. Alterna bons e maus momentos. Marlon deve voltar em breve e assumir a titularidade. Logicamente que vai ter que tirar aquela preguiça do corpo que vinha apresentando esse ano.

Rafinha voltou ao time jogando mais centralizado e, dentro do que eu esperava, até que voltou bem. Para quem ficou quatro rodadas fora, com frio e com o gramado pesado como estava, o meia conseguiu desenvolver boas jogadas mas cansou no início do segundo tempo, quando estava errando demais. Deve seguir no time titular pois a criação é o setor de maior carência nesse elenco. Wagner teve várias oportunidades e não soube aproveitar. Aloísio pouco joga e Lenilson, reintegrado ao elenco, não é o jogador que precisamos. Elias já se machucou duas vezes e pelo que conhecemos dele, não é a solução também. Essa é uma posição onde a diretoria tem que investir e trazer um jogador diferenciado. Clemer pode jogar com Marcinho pela direita, Lincom de centroavante e Rafinha pela esquerda, cortando para o meio. O fato é que Rafinha tem que jogar perto da área, onde ele realmente é perigoso. Achei ele muito distante do gol nesse jogo com o Guarani.

Lincom mostrou mais uma vez o quanto é importante. Não fez um jogo espetacular, longe disso, mas foi muito importante fazendo parede nos lançamentos e passes que recebia de costas pro gol. Nisso ele é muito bom. E na única bola que ele concluiu para o gol, marcou. Ele não vai driblar, não vai dar longas arrancadas. Ele precisa de bola no pé e que pifem ele de frente pro gol, onde ele é muito bom. Marcou o seu sexto gol na Série B e já é o artilheiro do Brasil na temporada. E ainda temos o Marcinho, que tem sido o melhor jogador do Brasil nessa Série B. O pequeno Nasarildo é liso demais. Como já falamos aqui, se ele fosse bom nas conclusões, tava jogando na Série A. Ele perde uns gols inacreditáveis, mas daqui a pouco entra costurando pelos lados do campo e criando muitas chances de gol. E como apanha, meu Deus. É o jogador mais importante do time hoje. Misael é outro que entrou bem ontem, contra o Criciúma e contra o Boa. Poderá nos ajudar durante a competição.

Estamos longe de criar a confiança de que poderemos algo a mais nessa Série B. Mas parece que voltamos a ter um pouco de segurança de que a coisa não vai desandar há qualquer momento como vinha acontecendo. Não sei vocês, mas eu tinha a impressão que todo chute do adversário seria gol até algumas rodadas atrás, tamanha a falta de confiança no time. Não que hoje tudo esteja uma maravilha, mas parece que tomamos o prumo novamente. Se mantivermos esse ritmo de jogo, podemos alcançar o grande objetivo dessa Série B, que é a permanência.

Agora vamos com tudo pra cima do Londrina. O retrospecto deles jogando em casa é horroroso e hoje levaram três do Inter. E foram três gols de cabeça. Temos que aproveitar o nosso centroavante e as bolas paradas. Mas, principalmente, continuar buscando o jogo pelo chão, como temos tentado nas últimas partidas.

Foto: Carlos Insaurriaga/AI GEB

ÁUDIOS

*capturados da Rádio Xavante

VÍDEOS

Melhores momentos – Imagens SporTV

Vem aí o maior campeonato da história do G.E.Brasil

Por Marcelo Barboza

Nessa sexta-feira o Grêmio Esportivo Brasil fará a sua estreia no Campeonato Brasileiro da Série B de 2017, o campeonato de maior importância da história do clube. Agora com uma maior bagagem e conhecendo todos os detalhes que envolvem a competição, o clube poderá melhor se adaptar às condições da competição. O planejamento não foi dos melhores, pois desde o ano passado já se sabia o calendário para 2017 e o time para a disputa da competição ainda está em formação e o estádio com problemas para liberação.

Apesar dos erros de planejamento, o clube vem se estruturando. As categorias de base foram reativadas e dessa vez com muito mais estrutura. O estádio Bento Freitas passa por um processo de reconstrução e aos poucos vai tomando corpo de um verdadeiro caldeirão. O gramado do Bento Freitas é um espetáculo, um dos melhores da Série B. O clube chega para a Série B com um grande aporte financeiro. A Caixa é o maior patrocínio da história do clube, além da Zezé e Fruki, grandes parceiros nos últimos anos. A Topper fornecendo o material esportivo, marca de muito prestígio no futebol brasileiro. A Assessoria de imprensa do clube realizando um grande trabalho, cada vez mais estruturada. Meio que aos trancos e barrancos, o Brasil consegue aos poucos crescer como clube.

E é nesse momento de crescimento como clube que chegamos para a disputa da Série B, campeonato cada vez mais valorizado. Depois de uma boa campanha em 2016, onde nos faltou elenco para podermos buscar uma melhor colocação, a expectativa para assistirmos à grandes jogos na Baixada é enorme. Voltamos ao convívio com os grandes, o que sempre foi o nosso lugar.

Abaixo alguns dados sobre a participação do G.E.Brasil em competições nacionais em sua história.

PARTICIPAÇÕES

A Série B de 2017 será a 25ª participação do G.E.Brasil em campeonatos nacionais. Tudo começou com o Torneio Seletivo de 1977, onde o Brasil conquistou vaga para o Campeonato Brasileiro de 1978 depois de vencer o Pelotas. Desde então o Brasil sempre buscou as oportunidades para que pudesse disputar o Campeonato Brasileiro. Foram participações nos anos de 1978, 1979, 1980, 1984, 1985, 1986, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2014, 2015 e 2016.

Brasil disputou a Série A do Campeonato Brasileiro nos anos de 1978, 1979, 1984 e 1985. Disputou o Campeonato Brasileiro da Série B nos anos de 1980, 1986, 2000 e 2016. A competição que o Brasil mais vezes disputou foi o Campeonato Brasileiro da Série C, em treze oportunidades. A primeira participação no ano de 1995 à 1999, 2001 à 2003, 2006, 2008 à 2011 e 2015. E ainda disputou o Campeonato Brasileiro da Série D em duas oportunidades, 2012 e 2014.

NÚMEROS

Ao todo foram 366 jogos em campeonatos nacionais, com 132 vitórias, 105 empates e 129 derrotas. Foram marcados 431 gols e 439 sofridos. Em 184 oportunidades o Brasil jogou em casa e venceu 98 partidas, empatou 51 e perdeu 35. Marcou 259 vezes e sofreu 136 gols. Jogando longe de Pelotas foram 181 partidas, com 33 vitórias, 54 empates e 94 derrotas. Marcou 169 gols e sofreu 301.

O ano em que mais disputou partidas foi em 2016, quando jogou 38 vezes. O ano com mais vitórias foi o de 2006, quando venceu 15 partidas. O ano em que marcou mais gols foi o de 1985, onde 48 gols foram marcados.

O ARTILHEIRO

O maior artilheiro em campeonatos nacionais com a camisa rubro-negra é Claudio Milar, com 20 gols, seguido por Bira com 18, Felipe Garcia com 14, Nena com 13 e Leandrão com 11.

TREINADORES

Rogério Zimmermann é o treinador que mais vezes treinou o Brasil em Campeonatos Brasileiros, com 84 partidas. Paulo Porto vem na segunda posição com 42 jogos, Ceará em terceiro com 33, Itamar Schulle com 26 e Walmir Louruz com 20.

GOLS HISTÓRICOS

1º Gol – Huguinho (06.04.1978 – Grêmio Esportivo Brasil 1 X 3 Grêmio Foot-Ball Portoalegrense – Campeonato Nacional – Taça de Ouro, Estádio Bento Mendes de Freitas “Baixada”, gol aos 21’ do 1º Tempo).

100º Gol – Zé Roberto (01.10.1986 – Grêmio Esportivo Brasil 3 X 1 Cascavel Esporte Clube (PR) – Campeonato Nacional – Taça de Prata, Estádio Bento Mendes de Freitas “Baixada”, gol aos 19’ do 1º Tempo).

200º Gol – Alê Menezes (04.11.2001 – Grêmio Esportivo Brasil 2 X 1 Mogi Mirim Esporte Clube (SP) – Campeonato Nacional – Série C, Estádio Bento Mendes de Freitas “Baixada”, gol aos 30’ do 2º Tempo).

300º Gol – Régis (25.10.2008 – Grêmio Esportivo Brasil 1 X 1 Duque de Caxias Futebol Clube (RJ) – Campeonato Nacional – Série C, Estádio Bento Mendes de Freitas “Baixada”, gol aos 21’ do 2º Tempo).

400º Gol – Nathan (17.06.2016 – Sampaio Corrêa Esporte Clube (MA) 1 X 1 Grêmio Esportivo Brasil – Campeonato Nacional – Série B, Estádio Governador João Castelo “Castelão”, gol aos 16’ do 2º Tempo).

MAIORES GOLEADAS A FAVOR

14/04/1984 – Brasil 5×0 Desportiva-ES
14/07/1985 – Brasil 4×0 Ceará
09/09/1999 – Brasil 4×0 Rio Branco-PR

MAIORES GOLEADAS CONTRA

01/09/1996 – Avaí 7×2 Brasil
22/10/2006 – Ipatinga 5×1 Brasil
10/05/1978 – Brasil 0x4 Maringá-PR

MAIORES INVENCIBILIDADES

Foram 15 jogos sem perder, entre 25 de outubro de 2014 na vitória contra o Londrina por 3 a 1 em partida válida pelo Campeonato Brasileiro da Série D, até o dia 10 de agosto de 2015 na vitória de 4 a 1 sobre a Portuguesa, partida válida pelo Campeonato Brasileiro da Série C. Quase um ano sem perder uma partida.

Em compensação de 15 de outubro de 1995 à 30 de agosto de 1997, o Brasil ficou 11 partidas sem vencer.

MAIOR SEQUÊNCIA DE VITÓRIAS

Na Série C de 2006 o Brasil venceu 5 partidas consecutivas. A primeira contra o Criciúma por 3 a 2 e a última de 1 a 0 em cima do Novo Hamburgo. Em 2015 a sequência de cinco vitórias se repetiu, começando na vitória por 2 a 0 contra o Guaratinguetá até a vitória contra o Madureira por 3 a 1.

MAIOR SEQUÊNCIA DE DERROTAS

Em 1978, primeiro ano do Brasil no Campeonato Brasileiro, foram cinco derrotas consecutivas. A primeira contra o Joinville por 1 a 0 e a última contra o Internacional por 2 a 0.

QUEM MAIS JOGOU

O capitão Leandro Leite é o jogador que mais vezes vestiu a camisa rubro-negra em Campeonatos Brasileiros. Leandro disputou 79 partidas de 2012 à 2016. O seu ex-parceiro Washington é o segundo, com 74 jogos. Eduardo Martini tem 70 jogos e está em terceiro, Felipe Garcia disputou 69 e Claudio Milar 60.

O ADVERSÁRIO DA ESTREIA

Na história, o Brasil nunca venceu o Guarani. Foram disputadas seis partidas com quatro empates e duas derrotas. A primeira partida aconteceu em 2006, pela Série C, no estádio Brinco de Ouro e terminou 0 a 0. A última partida entre os dois clubes foi na Série C de 2015 e o Guarani venceu na Baixada por 2 a 1.

Depois dessa enxurrada de informações, que recebemos do grande mestre Izan Muller, pesquisador da história do G.E.Brasil, é notável a grande história construída pelo nosso Xavante em Campeonato Nacionais. Já nem pode se dizer que é um namoro, já é um casamento.

O clube tem que aproveitar esse momento ao máximo, para poder crescer e se firmar entre os grandes clubes do país. Lá em 1978, quando a torcida ajudou o clube a erguer as arquibancadas do Bento Freitas para poder jogar o Brasil, já se notava que essa torcida tinha uma grande vontade de ser grande, de jogar com os grandes. Nos metemos em um mundo que lá em 1978 não era nosso. Mas nunca deixamos de acreditar. Hoje todos sabem quem é o Brasil e a torcida Xavante. E nós temos que ter orgulho disso, sim senhor.

Indiferente se o time é o melhor que poderíamos ter ou não, é hora de apoiarmos o Grêmio Esportivo Brasil. É hora de curtirmos essa Série B que tem tudo para ser o melhor campeonato da história do G.E.Brasil. A importância do campeonato não está em vencer ou perder, está em buscarmos o nosso espaço, os nossos sonhos. É nisso que sempre acreditamos, desde 1978.

Foto: Carlos Insaurriaga

Verde limão | Ivan H. Schuster

Tragédia! Que baita buléu tomamos ontem. Pretiô os óio da gatiada.

Minha culpa. Minha máxima culpa. Sim, companheiras e companheiros, sou o culpado e, humildemente, peço-lhes perdão. Se não sou o único culpado, provavelmente sou o maior deles. Vou contar-lhes o ocorrido.

Eis que minha amada esposa compra-me um lote de cuecas novas e substitui todas as até então existentes. Isto mesmo, adivinharam. Colocou fora a minha cueca de ir às apresentações Xavantes. De lá para cá não vencemos mais uma única partida. Como eu ia saber, perguntou-me ela com um ar entre surpresa e arrependida. Ora, respondi eu, qual outro motivo eu teria para usar uma cueca samba canção verde limão? Era óbvio, evidente, cristalino, que aquela tratava-se de uma cueca da sorte. Era olhar para saber. De lá para cá, não vencemos mais. Ela prometeu-me comprar outra igual. Sei não, amuletos não são facilmente substituídos. Até pensei em um divórcio por justa causa. Mas, é a vida. Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, com ou sem cueca, …

A meu ver, assistimos ontem a um bom jogo de futebol. Uma partida movimentada, franca, com ambas equipes procurando o melhor resultado. Futebol em nível de uma competição nacional. Perdemos. Não poderíamos ter perdido, sequer empatado. Mas perdemos. Se jogássemos a copinha, talvez tivéssemos mais facilidade. Prefiro não saber.

Foram dois tempos distintos. No primeiro, o GEB mostrou um bom futebol, tocando bola, invertendo jogadas e dominando por completo as ações. Gostei muito do ataque formado com Felipe Garcia, Nena e Cleverson. Aliás, enquanto teve pernas, o Cleverson apresentou-se muito bem. Tomamos um gol besta. Daqueles que não dá para acreditar. Na verdade, nem vi a bola entrar. Achei que o Martini estava com ela, quando notei os jogadores do bugre comemorando algo. Suspense, aflição e decepção.

No segundo tempo, embalado por um lindo gol logo no início, o GEB foi bem até aos 20 minutos, mais ou menos. Aí, parece-me, o time cansou. Principalmente os jogadores de meio campo. Subiam e ficavam sem pernas para voltar. Não lembro de outra apresentação nossa em que isto tenha acontecido. Mas foram muitas as vezes que o time paulista puxou contra-ataques levando perigo. No fim, morremos gordinhos, levando mais um gol, digamos, do tipo sei lá como entrou. Me caíram os butiás do bolso. Choque! Com as minhas cuecas verde limão certamente isto não teria acontecido.

Mas se o resultado me desagradou, e muito, mais ainda a atitude da torcida, vaiando o Martini. Memória curta, ingratidão ou apenas falta de costume com derrota? Sim, porque este mesmo time vem alcançando todos, eu disse, todos, os objetivos propostos há três anos. Será esta uma equipe fracassada? Serão estes atletas merecedores de vaias? Certo que não. Vaias merecem estes Torcedores de pouca fé, que se acham “lúcidos”, mas na verdade são uns desesperados que se entregam ao primeiro sinal de adversidade. Provavelmente tentam transferir para os jogadores suas frustrações pessoais. Freud deve explicar.

A todos que já se deram por vencidos, provavelmente aqueles mesmos que no início diziam que se não caíssemos já estava de bom tamanho, digo-lhes: só termina quando acaba, quem morre na véspera é o peru. Se ganharmos do Tupi, no próximo final de semana, passamos para a outra fase. Ainda dependemos apenas de nossas forças. Difícil? Pode ser, mas longe de ser impossível. O Tupi é aquele mesmo que amassamos no Bento Freitas e que escapou devido a uma grande atuação de seu goleiro.

Não vi nenhum time melhor que o nosso neste campeonato. Frente aos cinco clubes que ainda disputam conosco uma vaga para a próxima fase, enfrentamos todos de igual para igual e até com superioridade. Frente ao Tupi, fizemos uma apresentação muito superior. Com o Londrina, fomos melhores em casa e equivalentes fora. Nos dois enfrentamentos com o Juventude, demos dois bailes. Frente a Portuguesa, trituramos eles em São Paulo, apesar do empate, e goleamos em casa. E frente ao Guarani, foram duas apresentações parelhas. Isto sem falar que estamos na zona de classificação desde o início.

Eu acredito, melhor, eu confio. Sou Xavante!

Abs.

Gol do Leandrão! | Ivan H. Schuster

Foi ruim, muito ruim. Foi sofrível. Acho que foi das piores apresentações – o Xavante não joga, apresenta-se – que fizemos este ano. O time pareceu-me nervoso, desatento e lento, muito lento. O início, então, foi horroroso. Quase precisei de atendimento cardíaco. De cada cinco passes, errávamos seis. Apatia total. O próprio gol do Guarani/SP, o primeiro, foi decorrente de uma série de atrapalhadas e falhas na marcação e de posicionamento.

Acho que o RZ poderia fazer um ensaio especial esta semana. Só de passes. Deixar os jogadores passando a bola um para o outro uma tarde inteira. Até dar cãibra no dedão. Passes de curta, média e longa distância. Depois para encerrar, deixá-los chutando bola no paredão por uns 30minutos. Sem errar. Quem errar, começa novamente.

Depois que sofremos o primeiro gol conseguimos nos organizar um pouco melhor, mas mesmo assim muito longe da performance com que costumamos nos apresentar. Tivemos apenas 10 minutos, se tanto, de lucidez no início do segundo tempo. Só não aconteceu um desastre total, porque o time do Guarani chora de ruim. Quem diria que um clube que já foi Campeão Brasileiro, que já teve craques como Careca defendendo as suas cores, iria estar nesta situação. Acho que só não são piores que o time dos polenta. Aposto no Guarani, no próximo sábado. A conferir.

Mas é da vida. Não há o que reclamar. Estamos em primeiro lugar. O time retranqueiro do Rogério Zimmermann tem o melhor ataque e o goleador da competição. E tem gente que dá bola para os comentaristas da nossa imprensa esportiva. Vai ver que é tudo obra do acaso.

É ganharmos do Tupi no domingo e terminaremos o primeiro turno desta fase na liderança isolada. Só depende de nós. Não tenho medo do Tupi. Assisti a partida deles contra o Londrina e os achei bem fraquinhos. É fazermos o que sabemos, sem invencionisse, caprichando no passe, que dá para ganharmos sem muito sofrimento. Já assisti a todos os times da nossa chave e acho que GEB e Londrina, nesta ordem, estão bem acima dos demais. Pena que em futebol lógica e favoritismo não são fator de certeza.

E o Leandrão? Dizer o que do cara? Matador, justiceiro, cruel, terror. Podem colocar o adjetivo que quiserem. Enquanto você ri do momento do Lobão, é mais um gol do Leandrão. O homem está terrível, no bom sentido. O Nena vinha fazendo um bom campeonato. Jogando bem mesmo. Mas como deixar de fora um cara que está em um momento como este que o Leandrão está vivendo? Sabem o que é isto? Equipe qualificada. Não temos apenas onze, mas um grupo. Qualquer um que entrar, corre o risco de não sair mais. Que momento!

E vamos falar sério. É bom ver o futebol Gaúcho dominando o Campeonato Brasileiro de ponta a ponta. Os polenta na ponta de baixo e nós na ponta de cima. Chora polenteiro …

Abs.

Empate em Venâncio Aires

O G.E.Brasil empatou na tarde desse sábado em 1 a 1 com o Guarani de Venâncio Aires em partida amistosa em preparação para o Campeonato Brasileiro da Série C. O treinador Rogério Zimmermann utilizou dois times diferentes em cada tempo. Na primeira etapa o time começou com Eduardo Martini, Wender, Leandro Camilo, Fernando Cardozo, Xaro; Leandro Leite, Washington, Diogo Oliveira e Felipe Garcia, Alex Amado e Nena. No segundo tempo foram pro jogo Anderson, Ricardo Bierhals, Cirilo, Teco e Kaká; Nunes, Galiardo, Márcio Hahn e Cleiton, Márcio Jonatan e Leandrão.

A imprensa pelotense não foi à Venâncio Aires cobrir o jogo​, mas o Blog Xavante, com exclusividade, mostra os gols da partida para você.