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Impasse trava o andamento do Novo Bento Freitas

Por Marcelo Barboza

As obras do novo Bento Freitas, que já estiveram a todo vapor, parecem que vão demorar um pouco mais do que o esperado para sair do papel. Um impasse entre a diretoria executiva do Brasil e a construtora Porto 5 está trancando o avanço das obras.

Conforme acordado entre as partes, nessa fase do projeto será necessário construir o vestiário do visitante abaixo da arquibancada sul, a nova arquibancada que foi entregue pela construtora ano passado. Dessa forma toda a arquibancada da General Neto, onde hoje está o vestiário do visitante, poderá ser demolida e enfim começar as obras da arquibancada norte.

A construtora já iniciou as obras do Studio Xavante no terreno que foi permutado e não começa as obras da arquibancada norte porque ainda não iniciou a construção do vestiário visitante devido a esse impasse com a diretoria do clube. Aliás, desde que a direção executiva do clube começou a encabeçar as negociações da obra com a Porto 5, tudo parou.

As obras do vestiário do visitante estão previstas para serem finalizadas em 45 dias após o seu início e de nada afetará na liberação da arquibancada. Ou seja, o Brasil poderá utilizar a arquibancada nova nos jogos mesmo com a obra em andamento. É preciso apenas que a direção do clube e a construtora cheguem a um acordo. A papelada para o início da obra está feita, organizada e pronta. Não temos a informação de qual é o motivo do impasse, mas precisamos que a direção do clube resolva isso com urgência para que possamos enfim ter o sonho do novo Bento Freitas novamente em andamento.

Luxo – Ivan H. Schuster

Na volta para Porto Alegre, enebriado por uma tarde inesquecível na terra mãe, vinha pensando sobre qual deveria ser a tônica deste texto. O encontro, sempre emocionando, com velhos e novos amigos na muvuca pré-espetáculo; a emoção de ver o Bento Freitas, a nossa casa, sendo reconstruída; ou, a apresentação de gala Xavante, orquestrada, provavelmente, pelo treinador mais importante da história dos Negrinhos da Estação. Resolvi escrever sobre um pouco de cada.

Começo pela muvuca. Em um futebol cada vez mais pasteurizado e homogeneizado, emociono-me com o entorno da Baixada nas horas que antecedem as apresentações Xavantes – o Xavante não joga, apresenta-se. Os inúmeros churrasquinhos no tonel à beira da calçada; a cerveja gelada no isopor; as rodinhas de amigos, o vai-e-vem de centenas, milhares de almas agraciadas por terem nascidas Xavantes; a expectativa e o êxtase quando da chegada do ônibus com a delegação Xavante; a chegada da Garra Xavante; a ansiedade, a conversa, o abraço, a alegria, a esperança, a saudade, a emoção de estar ali, apenas aguardando para ser feliz. Não, não é apenas futebol.

Acredito no futebol como um movimento de expressão popular de massa. E a muvuca pré-apresentação Xavante é a prova disto. Tem que ser muito azedo para não sentir a grandeza do momento e se emocionar. Se algum dia, os amargos vencerem e fizerem da Baixada uma arena, onde os Torcedores forem substituídos por espectadores, assistindo friamente – e não mais fazendo parte – o espectáculo sentados, rezo para a muvuca resistir. Enquanto ela existir e resistir, haverá esperança. É ali, que a chama da paixão Xavante arde forte.

Por falar em estádio, a nova arquibancada é linda. Aos que achavam que deveríamos reformar a arquibancada antiga, digo-lhes, agora com muita propriedade: vocês estavam errados. Um novo Bento Freitas está nascendo. Falta muito? Falta, mas já deu para sentir que o Caldeirão vai ser transformado em uma panela de pressão. Um novo estádio, mas com o mesmo calor, a mesma emoção. “O mais humano” de sempre(obrigado prof. Ruy Carlos Ostermann).

Quanto a apresentação Xavante, foi um espetáculo épico. Em dia de festividade pela inauguração da nova arquibancada, onde o orgulho e a alegria já se faziam presentes, o time Xavante, acompanhado por uma grande exibição da sua Torcida, fez um primeiro tempo de encher os olhos e transbordar a alma. O Gigante da Colina, atolou no banhado do Pepino. Nem em meus maiores devaneios, imaginei um dia ver o time do Vasco da Gama jogar no Bento Freitas, frente ao nosso esquadrão, acolherado, sufocado, jogando pelo empate e sendo chamado merecidamente de timinho. Que momento! Chora Eurico Miranda.

RZ deu aula tática, liquidou com o time do Jorginho. Só para não deixar passar, é bom salientar que o elenco do Vasco conta com nomes de peso: Andrezinho, Nenê, Jorge Henrique, Luan, Madson, Martin Silva, todos jogadores consagrados. Isto sem falar no próprio Jorginho, com passagem pela seleção brasileira como jogador e auxiliar técnico. E o que vimos foi o espetáculo de um Xavante aguerrido, comprometido, unido, coeso, atacando e defendendo em bloco, ocupando os espaços, jogando um futebol moderno e com intensidade. Sim, uma aula. Foi tanta a superioridade, que não houve um único lance de perigo contra nós em todo o primeiro tempo.

O segundo tempo foi mais parelho. Depois de um único vacilo na marcação, onde o time carioca aproveitou a oportunidade e fez o seu gol, o que só reforça a nossa grande atuação, o time Xavante voltou a ser superior e obteve o gol da justiça com Marcos Paraná.

E foi assim que vivi este sábado, 5 de novembro de 2016. Ansioso, emocionado, feliz e abençoado. Um dia para guardar na alma.

Em tempo:

1) Aos corneteiros em geral: vocês entendem nada. Sinto pena de suas almas aflitas. Reflitam, ainda é tempo;

2) Aos que criticam Washington e Leandro Leite: provavelmente formam a melhor dupla de volantes em atividade no Brasil, quiçá da América Latina. Criticá-los, é apenas salientar o desconhecimento mínimo sobre futebol;

3) Aos que insistem em vaiar o RZ: pensem antes de vaiar. Se conseguirem se conter, evitarão um constrangimento desnecessário. Sim, vocês estão errados. Entendem nada. Tem que ser muito fraco para não ter visto que o Diogo Oliveira foi substituído porque estava cansado, que perdíamos o meio campo, e o Paraná poderia, como aconteceu, dar novo ânimo ao time;

4) Aos que ainda insistem em só criticar e achar tudo ruim: fiquem em casa. O meu Xavante não precisa de vocês;

5) Ao comentarista de rádio que insiste em criticar o RZ: troca de profissão, mané. Pede para sair antes que o façam por ti. És um néscio. Tua ignorância sobre futebol afronta a audiência.

6) Não sei quem é a menininha da foto batida por mim. Se os pais/responsáveis acharem ruim a exposição, por favor, façam-me saber que troco a imagem.

É bom ser Xavante!

Abs.

Um sonho fruto da paixão – Ivan H. Schuster

Em um artigo anterior, já havia me manifestado a respeito da maquete do estádio Bento Freitas que, então, estava em construção. Nesta primeira visita havia apenas a parte inferior da arquibancada, mas já dava para perceber que o que estava sendo feito não era produto de amadores. Ontem fiz uma nova visita à empresa 360° Visualização da Arquitetura e conferi o trabalho pronto.

Não há palavra que faça justiça a obra feita pela Mariana, Diego e demais membros da equipe da 360°.

A arte não está na maquete em si, mas em cada detalhe. Dá para passar um dia inteiro olhando, descobrindo novas coisas que não haviam sido percebidas antes. Detalhes de gente que conhece, vive e sente o Caldeirão. O cooler ao lado do carro no posto de gasolina, a mochila do cara entrando no estádio, o Torcedor sentado na janela do carro, a bandeira tremulando, os instrumentos da charanga, a iluminação interna, a criança de mão com os pais, o espaço da muvuca(agora VIP), o som da Torcida e da charanga… É clara a percepção de que ali houve trabalho, dedicação, esforço e muito sentimento. Não é uma simples montagem. Além do profissionalismo, teve a paixão.

A maquete permite que se conheça e entenda todo um projeto que vem sendo pensado e elaborado há meses. Uma coisa é falar sobre um projeto que está sendo feito, outra é ver o Novo Bento Freitas em pé, pronto. Está ali, é real. A maquete antecipa o resultado, definindo a importância e dando a dimensão do trabalho que vem sendo realizado pelas pessoas envolvidas neste projeto, do arquiteto a construtora, dos Torcedores que fazem doações e participam das campanhas de arrecadação aos ex-proprietários do terreno permutado. É a materialização do sonho há muito sonhado. É possível vê-lo, tocá-lo. Não tem como não se emocionar. O saudoso e benemérito Bento Freitas deve estar com sorriso largo lá no céu, todo pimpão, se exibindo: “Viram só o meu estádio como vai ficar?”.

Vou falar por mim. Estou muito orgulhoso. Não de ter feito algo, porque minha participação neste empreendimento foi zero. Meu orgulho vem de ser Xavante, de fazer parte de uma comunidade que tem profissionais como a Mariana e o Diego, que vão além do torcer. Para mim, ser Xavante é isto, é emocionar e se deixar emocionar. É muito além do torcer pela vitória. Pobres almas aflitas que acham que futebol é um esporte que define vencedores e perdedores. Quem vai ao estádio apenas para ver o time vencer, não sabe o real significado de ser Xavante.

Obrigado a vocês, Mariana e Diego, pela emoção que me causaram e que, imagino, causarão em todos que tiverem a oportunidade de apreciar o trabalho de vocês.

O Xavante será do tamanho que quisermos.

Abs.