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Carregadores de piano – Ivan H. Schuster

Nós, Xavantes, estamos tendo a oportunidade de viver um tempo histórico, talvez único em muitas gerações. Gerações futuras comentarão o que hoje vivemos. Muitas histórias serão contadas. Espero que com final feliz. Contemplamos, esta semana, o final do capítulo um de uma história que, a andar tudo a contento, deverá contar como e quando iniciou-se a nova era do Grêmio Esportivo Brasil.

A chegada a Série B do Campeonato Nacional e a construção de um novo estádio de forma simultânea não é pouca coisa. Os desafios foram, são e serão enormes. Muitos são os riscos, alguns já identificados, outros ainda a serem descobertos, que poderão por tudo a perder. Em contrapartida, existem somente duas ações a serem tomadas para que todos os problemas possam ser superados: união e trabalho.

Não que o que eu escreva tenha alguma importância ou relevância, mas faço público o meu reconhecimento e agradecimento a todos que estão participando, direta ou indiretamente, deste processo. Do presidente do GEB ao mais ferrenho dos corneteiros. Em especial, a minha admiração pelo trabalho feito pelo Perceu, que não iniciou hoje, mas que já vem, pelo menos, desde os tempos da criação da Associação Cresce, Xavante!, provavelmente a ação envolvendo Torcedores Xavantes mais importante até hoje já realizada.

Já escutei inúmeras vezes Torcedores desmerecendo o trabalho do Perceu, afirmando que ele gosta de aparecer, que quer mídia e outros tantos comentários neste sentido. Pode ser, não me importo e acho que o Perceu também não está nem aí para os que pensam assim. O importante é que vem dando resultado. E bom resultado. Excelente resultado. Que continue aparecendo, e fazendo.

Diferentemente dos que acham que ficar cornetando o trabalho do RZ durante as apresentações Xavantes – O Xavante não joga, apresenta-se – é importante e indispensável, outros Torcedores realmente dedicam-se a construção de um GEB maior e mais vencedor. Ultrapassam os limites que se espera de um Torcedor, dirigente ou conselheiro. Vão além, fazem acontecer.

Ser realista – é assim que os corneteiros se definem – não é encontrar e anunciar os problemas, “exigindo” atitude, mudança, profissionalismo ou outra destas palavras que os corneteiros adoram dizer quando em surto. Ser realista é identificar os problemas, saber das condições existentes e trabalhar para solucioná-los. Ser realista sentado é fácil. Como eu costumo dizer, ouvir e criticar um recital de piano na cobertura de um edifício de 50 andares é fácil. Difícil mesmo, é levar o piano lá para cima. O que estamos precisando, e muito, é de carregadores de piano. O momento não é de crítica, mas de ação, atitude. Precisamos levar o piano lá para cima. O show não pode parar.

Nesta quase uma década que acompanho o trabalho do Perceu nunca o vi xingando o treinador na tela, exigindo a saída de algum jogador na porta do vestiário ou fazendo crítica pública contrária a diretoria do GEB. Acho até que teria este direito, pois nestes quase dez anos, já fez muito mais pelo GEB do que gerações inteiras de corneteiros. Mas não fez. E não fez, provavelmente, porque sabe a dificuldade que é construir. Sabe que melhor do que criticar é ajudar a fazer.

Não estou escrevendo para puxar saco do Perceu ou de quem quer que seja. Definitivamente não preciso disto. Nem tampouco para afrontar os corneteiros, que são o que são. Mas para fazer os poucos leitores que por aqui passam, pensar em quanto mais poderíamos faze, se outros Torcedores também se dispusessem a participar um pouco mais. Um pouco de muitos é mais forte, seguro e proveitosodo que muito de poucos. União e trabalho. Só assim poderemos, um dia, olhar para trás, ver tudo que foi feito e dizer com orgulho: “eu participei da construção deste clube”.

O Xavante será do tamanho que quisermos.

Abs.