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Aos que não acreditavam | Ivan H. Schuster

Companheiras e companheiros, não foi fácil. Haja coração. Digo-lhes do fundo do meu coração, foi das maiores emoções que senti. O coração foi ao limite. Cheguei a assinar o testamento. Olho na tevê, assistindo Portuguesa x Tombense, e ouvido no radinho, escutando a apresentação Xavante. Quando deram os fatos por consumados, com o encerramento dos jogos dos adversários, fiquei alguns minutos sem saber o que fazer, uma indecisão entre o choro compulsivo e a gritaria descontrolada. Gritei!

Não tratava-se apenas de uma classificação para a próxima fase da Série C do Campeonato Brasileiro 2015 – assim, por extenso, para ficar claro que não é campeonato com equipes sub alguma coisa. Havia muito em jogo. O golpe já estava armado. As armas para o fogo amigo estavam carregadas. O mundo desabaria sobre nossas cabeças em caso de insucesso. O “eu não disse?” seria a expressão do ano. Pior que um corneteiro, só um corneteiro se achando.

Não concordo com vaias ao time. Sou da opinião que torcedor tem que torcer. Se o time está mal, com vaia só irá piorar. Não conheço uma única pessoa que tenha o seu desempenho melhorado sob pressão e desconfiança. Manifestação na porta de vestiário, então, acho de uma estupidez sem tamanho. Mas são manifestações de Torcedores, de pessoas comuns. Gente que possui baixa resiliência, pouca fé ou que são simplesmente corneteiros. Xavantes, é verdade, mas corneteiros.

Mas o que estava me incomodando mesmo eram as manifestações mesquinhas da nossa imprensa esportiva. Ainda no sábado, li que, caso não passasse de fase, o GEB estaria chegando ao “fim de um ciclo”. Como assim, fim de um ciclo? Que final de ciclo é este, se temos um calendário cheio para 2016 com duas – eu disse DUAS – competições nacionais já agendadas? Então, não subir para a Série B seria o fim de tudo, hora do demanche, necessidade imperativa de recomeçar do zero? Façam-me o favor, é muita sacanagem. É gostar de empurrar para baixo. É apologia ao fracasso.

Adorei o desabafo do RZ ao final da apresentação. “Chora corneteiro!”, bradou ele, respondendo de forma clara a todos aqueles que lhe provocaram. Digo-lhes, RZ não apenas é o responsável por uma revolução no GEB, mas será o responsável por uma mudança na própria maneira de pensar da imprensa esportiva pelotense. É certo que muitos ainda resistem em enxergar o óbvio. Muitos ainda relutam em aceitar que o futebol pelotense, em particular o GEB, é muito maior que seus achismos e conjucturas de botequim. Somos muitos maiores, inclusive, que seus egos. Quem já entendeu, está se mexendo e progredirá. Outros, serão atropelados pelos fatos e ficarão chorando à beira do caminho. O tempo provará. Chora corneteiro!

Não bastasse todo este negativismo da imprensa e dos corneteiros habituais, tínhamos, ainda, que lutar contra a necessidade de superarmos os dois Polentas, principalmente os Papudos, já que o CaxÍbis – o bi-rebaixado 2015 – agora pertence ao sub-mundo futebolístico, aquele dos campeonatos das almas perdidas, onde já habitam outros seres sem expressão e significado, chafurdando em lodo fecal.

E não poderia ter sido melhor. Depois de, em passado recente, termos sido roubados de forma descarada pelo Vuaden, dentro do Bento Freitas, perdendo a vaga da Série C para os Papudos, matá-los gordinhos teve um sabor especial. Ainda mais sabendo que a diferença no saldo de gols a nosso favor, veio de uma vitória dentro do Jaconi. Chora polenteiro, teu sonho acabou …

Por fim, minha singela homenagem ao Governador Sartori, papudo declarado. O GEB aderiu ao plano de governo estadual e também aplicou o parcelamento. Parcelou a desclassificação dos dois Polenta, primeiro o CaxÍbis, e agora os Papudos. Chora Governador!

Como é bom ser Xavante!

Abs.

Em tempo: não sei o autor da imagem, mas peço licença para usá-la.

Somos todos gulosos | Ivan H. Schuster

Que segunda-feira difícil. Alguém tem um antiácido? Estou com a sensação de ter uma espinha entalada na garganta. É a primeira polenta que como que tem espinha. Todo cuidado é pouco ou poderemos morrer engasgados. Empatar com os Polenta não estava no meu roteiro. Um desastre de proporções gigantescas e com viés catastrófico. A seguir assim, teremos dificuldades até para vencer o São Gabriel. Se bem que eles não são problema nosso, não é mesmo? Cada um no seu quadrado.

Se por um lado está sendo duro engolir o resultado, por outro foi gostoso ver o time grená jogando fechadinho, cagado de medo de tomar uma chicotada nas canelas. Quem diria que os outrora poderosos de Caxias do Sul, com todo o poderio econômico arrotado, um dia viriam de cabeça baixa, com a cola entre as pernas, rezando por um empatezinho bem mixuruca. Chora polenteiro …

Como bem lembrou o RZ na entrevista após a apresentação, nas últimas oito vezes que enfrentamos os escretes caxienses, não perdemos uma única. Acrescento, não perdemos e ainda demos um totó de bola nos gringos. Só neste Campeonato Brasileiro de 2015, dos doze pontos disputados, ganhamos oito. E nas duas vezes que empatamos, tivemos inúmeras chances de amassar a polenta. Coisas do futebol.

Pausa para um comentário. O RZ falava da atual situação de invencibilidade dos Polenta, dizendo que uma hora dessas eles iriam ganhar uma partida. Estava desenvolvendo o raciocínio de que o time grená era competitivo e que teria que ser um time muito ruim para disputar um campeonato inteiro sem ganhar, sequer, uma única partida. Foi quando se deu conta que este fato já aconteceu nas proximidades e não faz muito tempo. Momento de tensão. Quase que caiu a Casa da Mãe Joana. Pobre RZ, educado como é, mudou de assunto, sem concluir o pensamento. Não se fala de corda na frente de enforcado. Mas para bom entendedor bastou. #FuerçaLuebo! A pausa terminou, mas podem continuar gargalhando.

A situação real é que ainda estamos na primeira posição na nossa chave, com, no mínimo, a vaga para o Campeonato Brasileiro – Série C / 2016 já assegurada, somando-se às vagas já conquistadas para o Gauchão e Copa do Brasil. Não, não dá para reclamar. Chega a ser pecado querer mais. Uma espécie de gula. Sim, somos gulosos.

No meu entender, o ano está ganho. Não que eu não queira mais, que esteja pensando pequeno ou que tenha ficado acomodado, não se trata disto. Mas se tivermos um pouco de humildade – sei que no momento isto está difícil, muito difícil – e olharmos para onde estávamos há pouco tempo, nossas condições financeiras e estrutura, veremos que avançamos muito. Sei que irão falar na tradição do clube, na força da Torcida, e todo aquele discurso, mas o fato real, palpável, é que há três anos vibrávamos ao conseguir um empate fora de casa contra um Guarani de Camaquã da vida. Como alguns outros, a meta era conseguir chegar aos mata-matas do campeonato das almas aflitas. Credo! Sai para lá, coisa ruim. Sinto arrepios e enjoo só de lembrar.

E olhem como estamos agora. Calendário cheio para 2016, com duas competições nacionais, e ainda com chances concretas de subirmos novamente de divisão no Campeonato Brasileiro. Aliás, é o que se espera. A fase é tal, que será uma grande decepção não atingirmos este objetivo. Na verdade, a grande maioria dos Torcedores já sonha mesmo é com a disputa do título da Série C 2015 em Fortaleza. Pode preparar o caranguejo, a tapioca e o baião de dois que estamos chegando. O time Xavante não se apresenta sozinho.

Abs.

Futebol, imbecilidade e poder | Ivan H. Schuster

Fui a Caxias do Sul e voltei de alma lavada. A apresentação Xavante – o Xavante não joga, apresenta-se – foi épica. Fomos muito superiores. No campo e nas arquibancadas. O placar não mostra o que foi a apresentação. O Esquadrão do RZ sobrou. Os polentas acharam dois golos. Devem estar até aliviados por terem perdido de pouco. Era para ter sido 0x4, no máximo um 1×4. Leandro Leite e Washington formam uma dupla de volantes que dificilmente se vê em outro time brasileiro. Muita qualidade. Leandrão é cruel. Amadinho infernal.

As apresentações Xavantes têm sido de encher os olhos. É um time coeso, equilibrado, consciente e maduro, muito maduro. Não é por outra razão que somos o único time invicto das três séries principais do Campeonato Brasileiro 2015. O que não significa nada além disso mesmo, uma invencibilidade momentânea. Já vi time “campeão de tudo” que não perdia até que perdeu para o São Gabriel e ficou fora. Que não caiamos nesta armadilha. Mas que é um sentimento gostoso, isto é.

Lamentáveis, novamente, foram os acontecimentos antes da apresentação Xavante. Muitos Torcedores Xavantes, inclusive mulheres e crianças, foram hostilizados e agredidos de forma covarde na chegada ao Estádio Jaconi. Os agressores imbecis – que além de imbecis são burros – ainda colocaram na internet as imagens das agressões, vangloriando-se do que faziam. A estupidez humana não tem limites. Junta-se estupidez com falta de time para torcer, por incapacidade de fazer algo bom e bonito, e tem-se o que se viu, imbecis achando-se geniais por jogarem pedras e agredirem pessoas que estavam ali para se divertir.

Sinceramente, não sei o que têm na cabeça. Melhor, sei sim, nada. Zero! É muita babaquice. Melhor fariam se se dedicassem a fazer o que se espera de uma torcida, torcerem, promoverem um espetáculo de festa e apoio nas arquibancadas. Ao invés disto, apresentam-se de forma ridícula, com batida monotônica, chata, tentando imitar aqueles que já imitam outros. Patéticos! Um bando de piás mal saídos dos cueiros, pulando com sombrinhas e cantando em espanhol. Meu conselho: vão estudar. Se não tiverem capacidade para tal, ao menos, assistam a Torcida Xavante e vejam se conseguem aprender algo. Pelo menos, a chamada da Garra Xavante já estão tentando fazer, mas ainda muito ruim. Ser Xavante não é para qualquer um. Tem que olhar, para aprender …

Lamentável também a fala do subcomandante da BM tentando minimizar os acontecidos. Ocorrência normal, disse ele. Não, subcomandante, não é normal e não foi pouca coisa. Talvez o senhor pensasse diferente se lá estivesse com sua família. No dos outros é refresco. Entendo e apoio o corpo mole feito pela BM em razão do parcelamento dos salários, mas não tente disfarçar o ocorrido e muito menos a relação dos fatos com a falta de policiamento. Assim como o senhor, muitos dos ali presentes também eram funcionários públicos do Estado e outros, assim como eu, embora não funcionários públicos, cidadãos que merecem respeito e que pagam pelos serviços da BM. Se o Governador está lhes dando um calote, acerte com ele e não jogue nas costas da população mais este ônus.

Somos todos sabedores que o que aconteceu era o previsto. Não é de hoje que a torcida do Juventude faz o que faz de forma impune. A tal ponto que, agora, publicam os seus “feitos” com filmes e fotos para que todos vejam de forma clara, tal a segurança da impunidade. Zombam da justiça de forma geral e da própria BM de forma particular.

Por fim, não poderia deixar de comentar o posicionamento contrário, nada surpreendente, do presidente da FGF, Francisco Noveletto, a respeito da Copa Sul-Minas. Contrário se feita por uma liga dos clubes, mas se for feita pelas federações ou CBF, aí é a favor. Como se as competições atuais, promovidas pelas federações e CBF, fossem algo a serem admiradas. A questão é que não querem largar o osso, não querem soltar a teta.

É fato que os campeonatos estaduais, da forma como são disputados, são medíocres. Mudar é preciso. E para mudar, na minha modestíssima opinião, faz-se necessário mudar a forma como tudo é feito, a começar pelo relacionamento dos clubes com as federações e CBF. Em pleno século XXI não dá para aceitar que uma federação funfeca de futebol, como a FGF, acomode-se em um prédio nababesco, enquanto seus filiados penam financeiramente.

Abs.

Brustolada | Ivan H. Schuster

Al primo canto, neste domingo, dia 7 de junho, a Xavantada preparou-se para mais uma apresentação Xavante – o GEB não joga, apresenta-se. O palco, desta feita, um velho conhecido, o estádio Centenário, em Caxias do Sul. Vai longe o tempo em que se apresentar na terra da polenta, do galeto e do vinho trazia tremores nas pernas. Hoje, além da boa gastronomia e da confraternização com os Xavantes que por lá vivem, o que sobressai é a expectativa sobre de quanto venceremos, pois o show e a vitória são quase uma certeza. Chora polenteiro, o teu sonho acabou …

Da apresentação em campo, nem irei comentar. A superioridade foi total. Para mim, sabe-se que um time está maduro quando ele consegue controlar a partida, quando administra a posse de boa. A sua e a do adversário. Sim, fizemos isto ontem. Pressionamos, tocamos bola, aceleramos, acalmamos, tudo de acordo com o nosso interesse. Em alguns momentos, deixamos os Polenta terem a posse de bola e ficarem com a falsa impressão de estarem dominando as ações, quando, na verdade, estávamos preparando o bote fatal. O golpe de misericórdia até veio, com um golaço do Nena, anulado ainda não sei por qual motivo. De onde eu estava, pareceu-me tudo perfeito. Felizmente não fez falta, cozinhamos eles até o apito final com o tradicional show apoteótico da Torcida Xavante, para a inveja dos gringos. Tem que olhar, para aprender …

Até aqui foram oito pontos conquistados em doze disputados, com a ressalva das apresentações Xavantes terem sido todas longe de casa. Não é pouca coisa. Por exemplo, é muito melhor do que tomar três do São Gabriel e garantir vaga de forma antecipada na Segundona 2016. Como diria um amigo meu, dinheiro não traz felicidade, mas é muito melhor ser rico e com saúde, do que pobre e doente. Eu, eu, eu, o Lobo se … deu mal (se é que me entendem).

Por falar em dinheiro, soube ter havido uma reunião do Conselho do co-irmão quando da decisão sobre se seguiriam alugando o Salão de Festas para as nossas apresentações ou não. A negativa obteve vitória pelo expressivo placar de 9 x 3. Isto mesmo, um total de doze votantes. Até na reunião do condomínio onde moro tem mais gente. E são apenas sete residências. Resta saber se estes nove visionários que foram contra o aluguel – e com isto negarem a obtenção de necessários recursos financeiros, que possibilitariam a formação de um plantel de (bem) melhor qualidade – irão apresentar seus nomes e pedirem desculpas a todos os demais torcedores por terem usado o orgulho e a soberba ao invés da razão no processo decisório. Isto sem falar no machão aquele que foi bater no presidente. É, também acho que ficarão escondidinhos. Nesta hora ninguém aparece e ninguém é culpado. Pior, devem estar passando a sacolinha para fecharem as contas. Chora!

Polenta e Lobão, na segunda divisão! Que momento! Acho que até deveríamos solicitar à BM espaço para a Torcida Xavante neste grande clássico. Para quem torceríamos? A favor de nenhum e contra os dois. Iríamos lá só por diversão, para dar pressão no juiz para expulsar uns três de cada lado. Já imaginaram, uma parte da arquibancada isolada para uma terceira torcida? Pelo menos haveria alguém na arquibancada, porque vai ser uma peleia dura. Dura de se assistir. Que loucura! Pode seguir chorando, ajuda a aliviar a dor.

Agora pararemos por algumas semanas. Ainda não entendi porque a Série C do Campeonato Brasileiro tem que ser interrompida em decorrência da Copa América. Como é decisão da CBF não dá nem para querer entender. Talvez nem eles saibam porque. A notícia boa é que aumentaram as chances de voltarmos a atuar na nossa casa. Sem os interesses privados e escusos que envolviam o processo de liberação, que prevaleça o bom senso.

Abs.


Ivan H. Schuster

Onda Xavante – Porto Alegre/RS