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Muito, muito difícil

Por Marcelo Barboza

A semana começa com o Brasil fora do Z-4, após a vitória sobre o CRB no sábado a tarde no Bento Freitas por 1 a 0, gol de Michel. O Brasil terá uma semana cheia para trabalhar pois enfrenta o Oeste somente no sábado, novamente no Bento Freitas, novamente às 16:30h. Jogo de suma importância para tentar se distanciar do limbo do rebaixamento.

A tarefa do Brasil não é nada fácil. Vai ter que fazer o que não fez o campeonato todo, ter uma sequência de vitórias. E isso o treinador Rogério Zimmermann tem deixado claro em suas entrevistas, que a situação é “muito, muito difícil”. E ele está certo. Vou lhes apontar aqui dois dados que talvez você não saiba, mas o Brasil tem a quarta melhor defesa do campeonato, com 26 gols sofridos, atrás apenas de Ponte Preta, Avaí e Vila Nova-GO. Sabia disso? Mas o nosso maior problemas não são os gols sofridos, mas sim os que deixamos de fazer.

O Brasil tem o quinto pior ataque do campeonato, com apenas 23 gols marcados. Fica atrás apenas dos quatro times que estão na zona de rebaixamento no momento, CRB, Juventude, Sampaio Corrêa e Boa Esporte. Com a chegada de Rogério Zimmerman, Michel marcou três gols em três partidas. O sistema com centroavante fincado não é a solução para todos os problemas, mas já mostrou resultado em poucos jogos, o que não aconteceu nas outras vinte e poucas rodadas anteriores.

E os poucos gols não são à toa. No atual elenco, o Brasil possui seis atacantes, sendo Michel, Luiz Eduardo e Léo Bahia centroavantes, Wallace Penambucano recém chegado, Lourency, de movimentação e finalização e apenas Welinton Júnior de atacante de velocidade. Luiz Eduardo nem lista vem pegando. Léo Bahia não consegue se firmar como titular e pouco produz quando joga. Lourency muitas vezes é a única solução de criação de jogadas no ataque do Brasil, mas tem suas limitações. E Welinton Júnior já foi titular na sua chegada, depois foi pro banco, depois sumiu do time e nem lista pegava, depois voltou pro banco, voltou a jogar e não tem acrescentado nada. Faltam soluções pro ataque, de alguém que resolva um jogo. Hoje quem tem resolvido tem sido Michel, mas muito pouco para quem quer terminar a Série B sem sufoco e sem rebaixamento.

Mas “muito, muito difícil”, é entender o planejamento feito pelo clube para 2018. Hoje contamos com 14 jogadores de meio de campo no elenco, entre volantes e meias. Todos eles em algum momento jogaram, com alguns sendo titulares. O meio de campo do Brasil tem sido o principal fator para os poucos gols marcados nessa Série B. No Gauchão, Toty e Mossoró foram titulares, hoje não jogam mais e muitas vezes nem são relacionados, assim como Sousa e Zé Augusto. Valdemir recebeu muitas oportunidades com todos os treinadores e não correspondeu. Gilson chegou para ser reserva do Leandro Leite e do Itaqui, não chegou como uma solução para a volância. Kaio também teve as suas oportunidades, sempre entrou voando mas com pouca efetividade em suas jogadas. Uma aposta apenas. Maicon Assis chegou, entrou bem e se machucou. Então o Brasil foi pro mercado para trazer uma solução para o meio de campo e contratou Diego Miranda, do Caxias. Jogador é reserva. Pereira é o único que carrega o meio de campo do Brasil, mas, sozinho, vem sofrendo para fazer o time render.

Agora chegaram Michel Schmoller, Rafael Gava e Wallace Pernambucano, a 12 rodadas do fim. Gava está há mais de dois meses sem jogar, assim como Schmoller, que não joga há mais de um mês. Para mim os dois vieram para serem titulares, mas não serão. Talvez tenhamos um time ideal lá nas últimas rodadas. Agora, porque erramos como sempre erramos em anos anteriores? O papo em janeiro era de time barato no Gauchão para poder investir na Série B. Cadê? É uma economia burra pois depois fica com elenco inchado, pagando mais de trinta jogadores, e vai pro desespero no mercado. Sem falar que ao final dos contratos o clube não paga todo mundo e depois vem as ações trabalhistas.

O presidente Ricardo Fonseca disse em entrevista no último sábado que estava decepcionado com a torcida, pois o clube tem poucos sócios e vendeu poucos ingressos. Mas e os 14 jogadores de meio-campo, caro presidente? Quanto eles custam pro nosso bolso, que o senhor sempre diz estar vazio? Isso que não temos mais o Alisson Farias, Gustavo Bastos, Artur, Sacconi, Calyson, que teriam contrato com o Brasil e poderiam estar aí, nos tirando mais dinheiro. Hoje são 33 jogadores no elenco e é um sofrimento para vencermos um jogo. Pense nisso presidente, antes de vir cobrar qualquer coisa da torcida. Trabalhe mais e pare de jogar a culpa pro torcedor. Não pense que largando o futebol do clube na mão do treinador novamente irá resolver os nossos problemas.

Nós torcedores temos é que apoiar esse time nessa reta final de Série B. Fazer de cada jogo no Bento Freitas uma final e acreditar até o fim. É o que nos resta. Vamos torcer para que o Rogério torne esse time competitivo, para vecermos os jogos que precisamos. Mas ao final do campeonato, tomara que ainda na Série B, temos que cobrar quem comanda o clube. É inaceitável o Brasil ter o que tem de receita e ter um planejamento horroroso como foi esse de 2018. Ter uma reunião do conselho deliberativo com pessoas aplaudindo uma planilha com déficit mensal, é de doer.

O campeão voltou

Por Ivan Schuster

Estou animado.

Confesso que quando anunciaram a saída do comandante Rogério Zimmermann, no ano passado, fiquei meio sem saber se era bom ou ruim. No início não gostei. Não acredito muito nestas trocas de treinador, ainda mais vindo de um período de 5 anos de sucesso. Acho que todo profissional possui altos e baixos e que o futebol deve ser planejado e executado no médio e longo prazos.

Depois fui entendendo que – e é no que acredito hoje – o RZ havia perdido o vestiário. Desde a confusão com o Wagner Pé-duro o clima parecia ter ficado ruim. E quando o treinador perde a cumplicidade e confiança dos seus comandados, é hora de mudar. E é mais fácil substituir um, do que trinta. Não sou eu quem diz isto, mas Pep Guardiola. Entende um pouco do assunto. Merece crédito.

Vida que segue. Veio o Clemer, com bom resultado no final da Série B do Brasileiro e um excelente resultado no Gauchão  deste ano. O time havia mudado a forma de atuar e parecia estar evoluindo. Depois, parece que também perdeu a mão. Acredito que no evento envolvendo o Alisson Farias. Bom jogador, mas com histórico conturbado. Novamente o vestiário rachou.

Para um treinador, saber gerenciar o grupo é mais importante do que entender de táticas e esquemas. Não que a parte técnica não tenha importância, mas se não houver uma boa gestão de pessoas, esquece. Ainda mais na américa latina, onde tudo é emoção e paixão.

Para substituir o Clemer, veio Gilmar Dal Pozzo, que há muito eu tinha como sendo o melhor candidato a substituir o RZ. Acho o Dal Pozzo um bom treinador. Tem um bom histórico de trabalhos, sendo o maior na Chapecoense. Infelizmente não deu certo. O time não rendeu o esperado. Culpa do treinador, da equipe, de ambos? Não sei. Prefiro dizer que não deu liga. Quem sabe em um futuro menos turbulento?

Eis que o mundo gira. Sim, por mais que tenha gente que jura que a Terra é plana, ela não é. Tem um formato arredondado e, incrível, gira ao redor do sol. E, como tudo que circunda ao redor de um eixo, voltamos ao ponto de partida, mais experientes e ansiosos por um novo e vitorioso ciclo.

Rogério Zimmermann é novamente o responsável por conduzir nossos guerreiros na batalha do Campeonato Brasileiro – Série B. Assim, por extenso, para não confundirem com Copa Wianey Carlet, Acesso do Gauchão e outras competições similares.

Estou esperançoso. Diria mais, eufórico.

Certamente os corneteiros, secadores, os de alma pequena a atordoada, estão agitados, gaguejando, praguejando e babando pelo canto da boca, mas a verdade é que foi uma excelente contratação. RZ conhece o GEB, sabe bem como funcionamos internamente e, principalmente, sabe como poucos como trazer a Torcida Xavante para dentro do campo, como um décimo segundo jogador. Deixo aqui a minha mensagem – que acredito ser a de muitos Xavantes – para o nosso maior treinador de todos os tempos: A Maior e Mais Fiel Torcida do Interior do RS está contigo.

Com RZ o Brasil não cai.

Abs.

Precisamos evoluir, professor

Por Marcelo Barboza

A noite do dia 29 de março foi para fazer todos os corações Xavantes pararem de bater. Precisando vencer o Passo Fundo fora de casa, o lanterna do campeonato, para eliminar qualquer chance de rebaixamento, o Brasil fez mais uma péssima partida e perdeu pelo placar de 2 a 1. Ao final do jogo em Passo Fundo, a torcida Xavante ficou ligada nas rádios de Erechim pois um gol do Ypiranga contra o Caxias colocaria o Brasil novamente na segunda divisão. A pressão do time de Erechim foi gigante mas o Caxias segurou o empate e manteve o Brasil na divisão principal do campeonato gaúcho. Foi por pouco. Muito pouco.

Mas a derrota maior veio após o jogo. A entrevista coletiva do nosso treinador, Rogério Zimmermann, foi surreal. Totalmente transtornado, o nosso comandante mais uma vez não soube administrar um fracasso. Questionado sobre a péssima campanha do Brasil no campeonato, Rogério desviou o foco dos problemas técnicos e começou com o seu discurso de sempre.

O que precisamos separar é o Rogério Zimmermann treinador do Brasil e o Rogério Zimmermann que concede as entrevistas. O primeiro é um profissional sério, profundo estudioso e que respira futebol. Um dos maiores treinadores da história do Brasil, sem dúvida. O outro, que concede as entrevistas, é um personagem que Rogério criou. Ele mantém um atrito com a imprensa de Pelotas há muito tempo, onde muitas vezes até tem razão, e usa as entrevistas coletivas para tentar zombar da cara deles. Porém Rogério esquece de um detalhe muito importante, que do outro lado do radinho tem um torcedor do Brasil que dá importância para o que ele fala.

As entrevistas coletivas também são de nível muito baixo, concordemos. As perguntas são quase sempre as mesmas e pouco questionam as escolhas e detalhes técnicos da partida. Então Rogério quase sempre mantém o mesmo discurso e se contradiz em vários momentos. Às vezes reclama que os adversários possuem jogadores que já passaram pela Série A e esquece que deixa Teco e Evaldo no banco, dois jogadores que já jogaram Libertadores pelo Grêmio, e que quando jogam correspondem muito bem. Fala da curta pré-temporada como se soubesse disso apenas em janeiro desse ano e não lá no final de 2015 quando conquistou a vaga para a Série B. Rogério teve seu contrato renovado com o Brasil somente no final de dezembro, quando o mercado já era escasso para bons jogadores. Então a solução foi recorrer a empresários e vasculhar o mercado em busca de soluções, pois no Brasil quem define as contratações é o treinador e não um gerente de futebol. E deu no que deu, um quase rebaixamento.

O Brasil nunca teve tantos recursos financeiros entrando em seu caixa. Entre cotas de tv, quadro social e patrocinadores, serão mais de 10 milhões de reais para 2017. Obviamente que folha salarial não ganha jogo e nem título, mas é um princípio para tudo. Tendo mais dinheiro no bolso, é incompreensível pra mim perder o Diogo Oliveira e trazermos o Lenilson. Perdermos o Ramon e acreditarmos que Gustavo Papa, terceiro reserva na Série C de 2015, iria nos levar para as cabeças no Gauchão. Contratamos errado por demora na definição do treinador? Por irmos ao mercado tarde demais? Ou pela simples opção do treinador achar que esse time seria o suficiente para brigar pelo título? Na coletiva após a derrota pro Passo Fundo o nosso comandante disse que ficará com todo esse grupo para a Série B, pois foi ele quem definiu que esse seria o grupo pro Gauchão. E é isso que desgasta a relação dele com a torcida. Ele vai para as coletivas, fala coisas que ele mesmo não concorda, e grande parte da torcida toma tudo isso como verdade. Parece loucura, mas é o que acontece. Proteger os seus jogadores é normal e compreensível, mas o que tem acontecido é diferente disso.

Essa overdose de gratidão tem ultrapassado o bom senso. Somos e seremos eternamente gratos ao grupo de jogadores, direção e comissão técnica que nos tiraram do limbo e nos colocaram nessas condições que teremos no ano de 2017. Por mim colocávamos uma estátua para cada um no entorno do Bento Freitas. Mas chega uma hora que não dá mais pra mantermos essa gratidão dentro do campo. Nem vou citar nomes, para não parecer marcação com um ou outro. Acho eu que o próprio Rogério sabe que jogadores no atual elenco não tinham mais que estar no Brasil. O fato de eu falar isso jamais apagará tudo o que eles fizeram pelo Brasil. Não é ingratidão, é sequência no trabalho. É a evolução.

Quando o Rogério diz que ergueu o Brasil na sua primeira passagem em 2004 e agora, ele está certo. Assim como o Brasil ergueu a carreira dele. Na Cabense, na Ulbra ou no Pelotas, ele jamais chegaria a uma Série B de Brasileiro, a um calendário como temos esse ano e não seria ídolo como é. Ele também deve muito ao Brasil e principalmente à torcida do Brasil. Mas nas coletivas ele diz o que?

“O Brasil estava na segunda divisão em 2003, aí chamaram o RZ e eu vim e subi o Brasil”. Esquece de dizer que em 2004 tínhamos um jogador chamado Cláudio Milar, que fazia gol de tudo que é jeito.

-“Se pegar a história do Brasil, dá mais tempo na segunda divisão do que na primeira”, como se o Brasil não existisse antes da contratação dele. Como se Galego, Osvaldo Barbosa, Teté e outros treinadores, que levaram o Brasil a grandes conquistas, fossem menores que ele. Como eu disse, nas coletivas ele se transforma em um personagem e fala coisas sem sentido e quer que todos aceitem como verdade. E o impressionante é que muitos embarcam nessa barca.

Mas ignoremos o personagem Rogério das entrevistas, vamos esquecer dele. Vamos falar do Rogério treinador de futebol. Sempre montou times competitivos, onde a defesa é o ponto forte. Dessa forma levou o Brasil a dois acessos nacionais e tirou o clube do limbo da divisão de acesso. E é esse o Rogério que queremos ver evoluir. O futebol apresentado no Gauchão desse ano não demonstra essa evolução. Será que Rogério chegou no seu limite técnico? Ou apenas erramos nas contratações e bago pra cima seria o único jeito de tentar jogar com esses jogadores? A Série B vem aí novamente, daqui a pouco mais de um mês. Rogério terá novamente uma grande oportunidade de crescer profissionalmente, mostrar que também está evoluindo com o Brasil e que é um treinador de Série B ou A. Mas para isso é preciso largar esse personagem das entrevistas coletivas e se desgastar com os torcedores à toa e focar no trabalho. Chega de escalar jogador por birra com a torcida ou imprensa. “Fulano é vaiado, então vai jogar”. “Cicrano ta no clube desde 2012, tem que renovar contrato por gratidão”. Não dá mais.

Queremos ver o time do Brasil jogar um bom futebol, apenas isso, assim como lá na Série C de 2015 contra o Juventude no Jaconi e contra o Guarani em Campinas, onde jogávamos contra bons times de igual para igual. Sei que temos grandes limitações como clube ainda e muitos acharão que a cobrança é desproporcional, mas ela é necessária.

Portanto professor, aproveite esse momento impar em sua carreira e siga essa evolução que o clube precisa e a torcida tanto quer. Isso fará bem para todos, inclusive para você. E não nos leve tão a sério. Nós do Blog Xavante somos apenas torcedores de um clube de futebol, não entendemos bolhufas de futebol. Porém carregamos esse clube há muito tempo, antes mesmo do senhor pensar em ser treinador. Iremos ama-lo e odiá-lo em vários momentos, às vezes até mesmo dentro de uma mesma partida. Mas queremos sempre o mesmo que você, o bem do Grêmio Esportivo Brasil.

Diálogo depois de uma quase tragédia | Fabrício Cardoso

Ontem foi um noite fisicamente exigente. Quando acabou o jogo dos Peixeiros, o único que me interessava passando aqui no Goiás, identifiquei nos intestinos o limite do meu sofrimento psíquico. Sem estofo emocional para testemunhar os minutos eternos que viriam, com o Ypiranga podendo nos devolver ao inferno com um golzinho em Erechim, me tranquei no banheiro. Sentei no trono sem nem sequer ligar a luz. Naquela escuridão, metido no ronronar das vísceras, experimentei a solidão de um condenado à morte diante do pelotão de fuzilamento.

Cinco minutos que pareceram 10 anos depois, soergui-me da privada e, a passos vacilantes, fui até o celular. Temi pelo que leria. Mas a profusão de “pqs” e “porra” no uatizápi me devolveu o controle fisiológico e mental. Caí na cama exausto, com se tivesse erguido toras o dia inteiro. Ainda ouvi nosso comandante falar na Pelotense, antes de desaparecer no sono dos justos.

Hoje de manhã, pelo mesmo uatizápi que me trouxe a notícia redentora da noite anterior, mantive o diálogo abaixo com o irmão Nauro Júnior, com quem compartilhei épicas incursões jornalísticas a soldo da Zero Hora. Divido nosso diálogo porque nossas interpretações sobre a noite de horror celebrada pelo Rogério como “uma das mais felizes da vida” diz muito sobre os sentimentos confusos desta manhã.

Nauro Júnior: Cara, escreve um texto defendendo o RZ. Se tu não fizeres, eu faço. É inadmissível que os caras estejam dando pau nele. Mesmo que tivesse caído, teria que mantê-lo. Tem que mudar esta cultura. E o Brasil pode ser exemplo. Vai contratar quem??? O Suca? O Paulo Porto??

Eu: Hermanito, eu não conseguiria fazer isto, porque acho que ele deve sair. Gratidão é uma coisa, subordinação eterna é outra. O que ele fez ontem, na entrevista ao término do jogo, foi um escárnio. Ele se julga maior do que o clube, isto tendo feito os nervos da gente em erupção, nos provocando uma sensação de quase-morte. Foi irônico, desdenhoso do sofrimento que nos impôs, enfim, vi um vício de caráter ali.

Nauro Júnior: Sério?

Eu: Claro. Que mal há em reconhecer erros? Que mal há em examinar seu trabalho a partir do presente, sem buscar no passado recompensas vitalícias? Eu o amo, por entender o clube como nenhum outro treinador entende e talvez jamais entenderá. Mas isto não faz ele maior que o Brasil.

Nauro Júnior: Mas a vida é um fluir contínuo. Olha o Inter… Com uma folha de R$ 7 milhões, ficou em sétimo. Pense que o Rogério é realmente vaidoso. Mas, em um clube como a Brasil, se ele não fica no mínimo mais três anos, o destino será voltar à Série D e à B do Gauchão. Quem não quer ficar com os nervos à flor da pele tem que torcer para o Barcelona. O Xavante quase cair… isto é normal. Não caiu!

Eu: Será?

Nauro Júnior: Ele tem que ficar 10 anos no Brasil. Independente de o Brasil cair ou não. O Brasil não vai melhorar a longo prazo se ele sair. Vai se tornar um clube como qualquer outro, um Novo Hamburgo, um Ypiranga qualquer. O diferencial do Brasil é ele. Pensa nisto.

Eu: Cara, eu respeito a tua opinião. Até porque não estou seguro da minha. Mas os grandes líderes preparam terrenos, não se oferecem como alicerce. Não ficam condicionando tudo a sim mesmo. Aliás, se o Brasil depende de uma pessoa para estar onde está, então não merece. Nosso tamanho é a Série D, mesmo. Porque as pessoas passam, o clube fica. E eu acho que o Rogério, ao colocar-se nesta posição, se torna um messias, não um construtor de um clube novo.

Nauro Júnior: O esporte que o pelotense mais pratica é a reclamação em série.

Eu: Compartilho do teu receio: saindo ele, quem vem? A polêmica é boa, faz nosso clube grande.

Nauro Júnior: O Brasil não depende de uma pessoa. Depende de um projeto a longo prazo. Já vi o Brasil sofrer muito. Assim como sofre o Pelotas. E acho que o que aconteceu ontem faz parte do futebol.

Eu: Ficou patente que o Brasil contratou mal, errou no planejamento. E o que o Rogério faz? Cobra gratidão em vez de fazer autocrítica. Isto é perigoso e pequeno.

Nauro Júnior: Mas penso que o Brasil precisa de nova uma diretoria. Não de novo um treinador.

Eu: Amigo, paro por aqui, porque estou precisando me meter no escuro do banheiro de novo.

Ouça a entrevista coletiva de Rogério Zimmermann concedida na tarde dessa terça-feira

O treinador Rogério Zimmermann concedeu entrevista coletiva na tarde dessa terça-feira falando sobre a expectativa do Brasil para a partida contra o Joinville na próxima sexta-feira, 21:30h, em Joinville-SC.