Arquivo da tag: RZ

O Brasil feliz de novo – Ivan H. Schuster

Por Ivan H. Schuster

É, companheiras e companheiros, não está fácil. Não conseguimos encaixar duas boas apresentações seguidas – o Xavante não joga, apresenta-se. Na verdade, nem quero duas boas apresentações, apenas duas vitórias. Melhor se forem três ou quatro.

O que notei de comum que aconteceu com os times dos três treinadores que nos comandaram nesta Série B do Brasileiro, foi que erramos muitos passes simples, fizemos muitas faltas desnecessárias e tentamos cavar faltas e pênaltis ao invés de prosseguir na jogada. Entendo nada de futebol e menos ainda de psicologia, mas apostaria em falta de confiança, ansiedade e insegurança. É, também um pouco de falta de qualidade técnica.

Normalmente o GEB inicia bem as apresentações, mas vai caindo de produção com o passar do tempo. O desempenho nas etapas complementares tem sido sofrível. Talvez devêssemos disponibilizar uma cesta com Rivotril para tomarem no intervalo, junto com os energéticos e as frutas.

Acho que estamos bem defensivamente. A nossa defesa não está mal, mas está sobrecarregada. Não há time que aguente 90 minutos com o adversário rondando a área. Em algum momento alguém irá falhar e aí é melhor ter fé, muita fé. O GEB tem que sair das cordas. Para isto, precisamos melhorar a transição da defesa para o ataque. O meio de campo tem que aparecer mais para o jogo, possibilitar melhores chances para receber o passe e reter menos a bola. Sei que na prática a teoria é outra, mas ficarem estaqueados, esperando a bola chegar, não irá ajudar em nada. Precisamos de movimento.

Não gosto de fazer avaliações individuais, mas acho que o Sciola caiu muito de produção. Parecer ter perdido o brilho no olhar. Precisa de uma sessão de choque. Cametá tem que jogar, nem que seja no meio. É rápido, inteligente e tem habilidade. Michel e os demais atacantes não são o problema, são consequência. Se a bola não chegar com qualidade, o que não tem acontecido, fica muito difícil. Valdemir necessita fazer um retiro espiritual. Meditar profundamente sobre as razões de sua existência no time e tentar entender a diferença entre estar em campo e jogar futebol. Não pode um jogador profissional dar um passe para o adversário em uma jogada sem pressão. Menos ainda, fazer isto duas vezes em menos de 10 minutos. Lourency é uma luz. Com mais organização no meio tende a subir de produção. Enfim, oremos.

Nem tudo está perdido. Ainda há esperança. Os nossos adversários não são exatamente o que se pode classificar como times organizados e competitivos. Basta-nos um pouco de inteligência, concentração e sorte(muita) e será possível escaparmos da zona do agrião. Sim, vencer é melhor que perder. Trabalhemos para isto.

Temos de volta um treinador que já provou a sua competência e uma Torcida que ainda pode fazer a diferença. Precisamos levantar, tirar a poeira e voltar para a luta de cabeça erguida. O Brasil pode voltar aos bons tempos, com seu povo cantando feliz e vibrando com as conquistas. Este é o Brasil que eu quero. Avante!

#ComRZoBrasilNãoCai

Abs.

O campeão voltou

Por Ivan Schuster

Estou animado.

Confesso que quando anunciaram a saída do comandante Rogério Zimmermann, no ano passado, fiquei meio sem saber se era bom ou ruim. No início não gostei. Não acredito muito nestas trocas de treinador, ainda mais vindo de um período de 5 anos de sucesso. Acho que todo profissional possui altos e baixos e que o futebol deve ser planejado e executado no médio e longo prazos.

Depois fui entendendo que – e é no que acredito hoje – o RZ havia perdido o vestiário. Desde a confusão com o Wagner Pé-duro o clima parecia ter ficado ruim. E quando o treinador perde a cumplicidade e confiança dos seus comandados, é hora de mudar. E é mais fácil substituir um, do que trinta. Não sou eu quem diz isto, mas Pep Guardiola. Entende um pouco do assunto. Merece crédito.

Vida que segue. Veio o Clemer, com bom resultado no final da Série B do Brasileiro e um excelente resultado no Gauchão  deste ano. O time havia mudado a forma de atuar e parecia estar evoluindo. Depois, parece que também perdeu a mão. Acredito que no evento envolvendo o Alisson Farias. Bom jogador, mas com histórico conturbado. Novamente o vestiário rachou.

Para um treinador, saber gerenciar o grupo é mais importante do que entender de táticas e esquemas. Não que a parte técnica não tenha importância, mas se não houver uma boa gestão de pessoas, esquece. Ainda mais na américa latina, onde tudo é emoção e paixão.

Para substituir o Clemer, veio Gilmar Dal Pozzo, que há muito eu tinha como sendo o melhor candidato a substituir o RZ. Acho o Dal Pozzo um bom treinador. Tem um bom histórico de trabalhos, sendo o maior na Chapecoense. Infelizmente não deu certo. O time não rendeu o esperado. Culpa do treinador, da equipe, de ambos? Não sei. Prefiro dizer que não deu liga. Quem sabe em um futuro menos turbulento?

Eis que o mundo gira. Sim, por mais que tenha gente que jura que a Terra é plana, ela não é. Tem um formato arredondado e, incrível, gira ao redor do sol. E, como tudo que circunda ao redor de um eixo, voltamos ao ponto de partida, mais experientes e ansiosos por um novo e vitorioso ciclo.

Rogério Zimmermann é novamente o responsável por conduzir nossos guerreiros na batalha do Campeonato Brasileiro – Série B. Assim, por extenso, para não confundirem com Copa Wianey Carlet, Acesso do Gauchão e outras competições similares.

Estou esperançoso. Diria mais, eufórico.

Certamente os corneteiros, secadores, os de alma pequena a atordoada, estão agitados, gaguejando, praguejando e babando pelo canto da boca, mas a verdade é que foi uma excelente contratação. RZ conhece o GEB, sabe bem como funcionamos internamente e, principalmente, sabe como poucos como trazer a Torcida Xavante para dentro do campo, como um décimo segundo jogador. Deixo aqui a minha mensagem – que acredito ser a de muitos Xavantes – para o nosso maior treinador de todos os tempos: A Maior e Mais Fiel Torcida do Interior do RS está contigo.

Com RZ o Brasil não cai.

Abs.

Chiliquentos – Ivan H. Schuster

O #ForaRZ da semana passada pode ter me deixado indignado, mas não surpreso. Há bastante tempo, quando estávamos em alta e ninguém ousava tocar corneta, eu já alertava para não nos iludirmos, pois bastaria um deslize, uma sequência de maus resultados e elas voltariam a serem sopradas em altos decibéis. Bingo!

A má campanha no Gauchão deste ano é fato inegável. Não há discussão e nem argumentos. Muitas podem ser as causas. Provavelmente não exista uma única causa, mas um conjunto de fatores. A simplificação do apontar o dedo para um ou dois culpados é um erro infantil, covarde e ineficiente. Acredito que os que estão a frente do GEB, RZ inclusive, possuem plenas condições de analisar a campanha finalizada, identificar os pontos fortes e fracos, e implementar as correções necessárias. O show não pode parar.

Não é novidade para ninguém que há tempos muitos profissionais da imprensa esportiva pelotense desejam a saída do RZ. Há um ranço deste com aqueles. Provavelmente pela forma que o RZ evidencia nas entrevistas o quão fracos e despreparados são. Não conseguem ir além das frases feitas, dos jargões e das análises superficiais de resultado. Seguidamente ficam nus. Esta rixa ficou muito evidente nesta semana passada, pela insistência em fazerem o RZ culpado, seja confessando e pedindo perdão pelos pecados, seja através de um posicionamento enérgico da diretoria. Seria a glória. Por fim, RZ seria derrotado. Seria. Não conseguiram. E não conseguindo, partiram para uma hipócrita indignação pela arrogância na entrevista pós-apresentação frente ao Passo Fundo. Se não consegues combater o teu adversário, faço-o desacreditado, desqualifique-o. Patético.

Não irei entrar no mérito se o RZ foi ou não arrogante. Para mim é indiferente. Estou nem aí. Não me senti ofendido em momento algum. Sou agradecido, e muito, pelo trabalho do RZ junto ao GEB. Entendo, sim, que ele é o grande responsável por este momento único que estamos vivendo e tem o direito de externar isto. Foram inúmeras vezes que diretores e muitos que participam do dia-a-dia da vida do clube já se manifestaram a respeito. Tenho plena convicção que, não fosse ele, estaríamos até hoje viajando para Venâncio Aires e São Gabriel, como outros clubes que possuem profissionais altamente capacitados, de fala cordial e que não se indispõem com a imprensa. #ChoraSecador.

No meu humilde entender, estes que se sentem tão ofendidos ao ouvirem que existem dois Brasis, antes de RZ e depois de RZ, são aqueles que ainda não entenderam o que aconteceu, porque aconteceu e, muito menos, o que poderá vir a acontecer. Humildade falta a estes que insistem em não reconhecer o trabalho que vem sendo feito há 5 anos. Menos humilde é aquele que não reconhece o valor do outro e não o que se deprecia de forma hipócrita. Aliás, a hipocrisia e a desfaçatez são, muitas vezes, confundidas com humildade.

Na ausência de talento para escrever um texto minimamente elegante e racional, faço minhas as palavras do Nauro Júnior, em excelente texto escrito no blog SatolepPress. Não há como pensar e entender diferente. 

O que vimos neste final de campeonato para o GEB foi muito mimimi. A minoria de sempre fazendo muito barulho e querendo dar a entender que são representantes do todo, porta vozes de uma nação. Não são. São cornetas do apocalipse. Chiliquentos, apenas chiliquentos.

“As vaca ladram e a caravana passa”(Ibrahim Suede).

Abs.

Diarreia – Ivan H. Schuster

É, meus amigos, não é fácil. Estamos vivendo um tempo de mudanças. Mudanças comportamentais. Estamos mudando a forma como expomos nossas idéias, nossos valores, a forma como interagimos com outras pessoas, como trocamos visões, opiniões e conhecimento.

Certamente a internet tem atuado como o grande veículo desta mudança. Não que tenha atuado na mudança de pensamento das pessoas, mas viabilizou que pensamentos, antes reclusos, fossem liberados para o mundo. Por exemplo, racistas, fascistas e homofóbicos sempre existiram. E em boa quantidade. Tenho certeza que todos conhecemos uma ou várias pessoas que se enquadram nestas definições. Até pouco tempo atrás, era difícil vermos pessoas defendendo essas ideias, pois teriam que fazê-lo em público, o que certamente geraria discussões e conflitos. Hoje essas ideias são expostas na internet, com a proteção e o conforto do computador. As vezes do anonimato. Posta-se qualquer coisa, desliga-se a máquina e pronto. Se alguém retrucar, é só excluir, bloquear ou mesmo nem dar atenção. Há uma falsa sensação de segurança e impunidade muito grande. E quando refiro-me a segurança e impunidade, não refiro-me a legal, mas a moral. Em como a sociedade enxerga você, através do que pensas.

O resultado desta “facilidade” na exposição de um pensamento e, costumeiramente, da crítica é que muitas pessoas perderam a autocrítica, a sensatez e a noção do ridículo. Expõem-se de maneira obtusa, grosseira, sem uma auto-censura e sem uma análise prévia um pouco mais profunda. Escrevem sem pensar. Agridem de forma gratuita. Expõem-se ao ridículo de forma desnecessária. Tenho certeza que 80% das opiniões e críticas que são postadas nas redes sociais não seriam ditas pessoalmente.

Meu conselho, se me permitem, pensem antes de escrever. O que irás postar é realmente necessário, vai acrescentar algo de valor à discussão, possui lógica, faz sentido, é realmente este o teu pensamento? Enfim, é desta forma que queres que as pessoas(o mundo) te vejam?

Não sou contra críticas, muito ao contrário, adoro uma discussão. Entendo que discutindo, expondo e defendendo visões diferentes, é que se descobre outras formas de enxergar uma mesma imagem. Há aprendizado e evolução. Mas uma coisa é discutir, defender pontos de vista. Outra, é a agressão gratuita, o ódio. Defender ideia é saudável, criticar e ofender pessoas é ruim. Se achas que a forma de alguém pensar não está certa, defenda o teu ponto de vista, mostra o que entendes por certo, mas não mate a pessoa. Um dia será a tua vez de ser questionado. A vitória sobre o corpo, obtida na força, pode ser rápida, mas é fugaz e passageira. A vitória sobre o pensamento, obtida com o diálogo, pode ser mais demorada, mas cativa a alma e é eterna.

Falo isso tudo, porque fiquei impressionado com o que li sobre o GEB nestas últimas semanas. Foi de arrepiar os cabelinhos da zona do agrião. Na verdade, entendo que há um grupo que nunca gostou do RZ e do Ricardinho, seja lá por quais motivos. Talvez por entender que não sejam competentes, por interesses próprios, por achar que criticar o fará parecer mais esperto ou, então, apenas por não gostar deles. O fato é que com quatro anos de crescimento contínuo fica complicado fazer oposição. Não se iludam, até os abutres pousam quando há falta de animal frágil no rebanho. Sempre atentos aos movimentos e a situação, alçam vôo e atacam na primeira oportunidade. Foi o que vimos neste início de temporada. Bastou um começo irregular e veio a pancadaria.

Alguns agressores são facilmente identificados como oportunistas. Pessoas que, por não possuírem luz própria, tentam sair das sombras roubando a luz de outro. Almas pequenas. Outros já conhecemos de longa data. São corneteiros tradicionais. O GEB estará disputando uma final de Libertadores frente ao Boca Juniors e estarão reclamando do passe longo, que faltam um 10 de ofício e um atacante matador. Almas aflitas, amargos. E, finalmente, um grupo maior composto pelos que vão na onda. Os comentaristas de resultado. Entendem nada, vão para onde o vento parece ir. Seguidamente, o vento vira e quebram a cara. São os que a cada início de ano dizem que iremos cair se não houver mudanças. Fracos, dignos de pena.

Entendo que o time é bom. Parece-me que o elenco é melhor, com mais qualidade técnica, que o do ano passado. O trabalho precisa ter continuidade, para as correções serem feitas e haver mais entrosamento. Não se monta um time em 60 dias. Até o Guardiola, considerado o melhor treinador da atualidade, com um time recheado de craques, tem passado por dificuldades. É preciso conter a angústia e apoiar.

Deixem o homem trabalhar. Torcedor, torce.

Abs.