Foi para cravar o retorno do Brasil ao cenário nacional | Pedro H. Krüger

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Por: Pedro Henrique Costa Krüger

Não é de hoje que o Xavante busca as competições nacionais. Desde sempre, o Grêmio Esportivo Brasil procura esses jogos, essa projeção. Com Rogério Zimmermann, o objetivo continuou o mesmo, mas com uma diferença: nunca o clube foi tão bem sucedido. Ontem à noite, na Baixada, presenciamos um verdadeiro espetáculo. A estreia na Copa do Brasil contra o Atlético-PR foi para cravar o retorno ao cenário nacional. Não pelo resultado em si, que foi um empate em 1 a 1, mas pela forma como a equipe Xavante se portou.

O Brasil colocou a bola no chão, buscou o jogo e apostou nos lançamentos. A maioria deles rendeu grandes jogadas de ataque. Ramon, que aparentemente não estava 100% fisicamente, Felipe Garcia e Marcos Paraná receberam muitas vezes lá na frente e incomodaram. Também vimos um time mais seguro defensivamente. Fernando Cardozo, que entrou no lugar de Washington, melhorou significativamente a nossa saída de bola, além de tranquilizar o setor. Com a presença dele, o Leandro Leite também jogou melhor. Cirilo anulou Walter. Enfim, o time como um todo fez uma grande partida. Podemos dizer com segurança que foi a melhor exibição do ano.

Do outro lado, estava o Atlético-PR. Não é um Flamengo, um Corinthians ou um Vasco da Gama, mas é um clube que há poucas décadas tinha uma estrutura semelhante à nossa. Nossos pais e tios assistiram a muitos jogos contra eles. Porém, cresceram, foram campeões do brasileiro, à final de Copa Libertadores e construíram um dos estádios mais modernos do país. Disputam a Série A e, por isso, eles têm acesso a recursos muito superiores aos nossos.

Mesmo assim, o Brasil comprou a briga.

Apesar de todos os méritos do Xavante, saímos atrás no placar. Não merecíamos, mas futebol é eficiência, aproveitamento. Passava dos 40 minutos do primeiro tempo quando o Atlético-PR concluiu com êxito um rápido contragolpe. 1 a 0.

Voltamos ainda mais focados para a segunda etapa. O time todo melhorou e passamos a atacar com mais força o time paranaense. O Atlético, por sua vez, apesar de ter um ótimo toque de bola, começou a perder o controle do jogo. Os desarmes feitos pelos nossos defensores resultavam em ataques rápidos. A velocidade ficou ainda mais forte com a entrada de Nathan Cachorrão. Em seguida, Fernando Cardozo, exausto, deu lugar a Weldinho. Com a mudança, Wender passou a compor o meio-campo.

Não deu outra: continuamos seguros defensivamente e com sangue novo no ataque. Cachorrão, que é aquele tipo de jogador leve e veloz, atordoou o adversário e foi o responsável por ótimas jogadas, inclusive a do gol. Quem fez a peronha tocar as redes foi Marcos Paraná, que distribuiu o jogo junto com o Diogo Oliveira. Com os dois no time, o Brasil ganha muita qualidade! Ainda tivemos chances de virar, mas as finalizações não foram tão boas.

Repito: cravamos ontem o retorno do Brasil aos nacionais. Nossa torcida é reconhecida, assim como a raça dos nossos jogadores. Ontem, através da ESPN, SporTV e da TV Bein Sports (que transmitiu o jogo na Espanha), milhares de pessoas foram testemunhas do que escrevo.

Não fomos perfeitos, ontem. Nosso time também não é de Série A de brasileiro, tampouco podemos nos considerar satisfeitos com ele para a Série B (precisamos da base atual e de mais gente), mas foi uma exibição de encher a torcida de orgulho. Nosso time deixou uma mensagem clara: podem nos vencer – e seria até normal diante das diferenças já mencionadas – mas vão ter que suar muito mais do que isso. Como diz o professor Rogério, “torcedor, vamos curtir esse momento”.

Nosso foco agora retorna ao Gauchão. A classificação é a meta. Se atingirmos esse primeiro objetivo, ainda vamos incomodar no estadual – e nossos adversários sabem muito bem disso.