A nossa história pesa a favor

Por Pedro Henrique Costa Krüger

Provavelmente poucos torcedores imaginaram que, após cinco rodadas, o Grêmio Esportivo Brasil estaria cravado no G4, na terceira posição, com 100% (e nenhum gol sofrido) em casa. Mais: com vitórias em cima de clubes que almejam a mais alta divisão do campeonato brasileiro, como Paraná e o próprio Paysandu, adversário de ontem, fora o belo empate contra o Goiás (e os seus 35 milhões de cota de TV), em Itumbiara.

Diante desse início arrasador, a imprensa nacional tem nos dado destaque. Até mesmo um jornal italiano colocou o Brasil como “la grande sorpresa” da Série B. Tudo isso é surpreendente, inclusive para o torcedor Xavante, mas nem tanto.

A nossa história pesa a favor.

Ora, o Brasil sempre deu atenção aos nacionais, mesmo quando estes foram muito mais do que o clube, em tese, podia suportar. Mesmo assim, o time dos Negrinhos da Estação foi lá e os encarou. Na década de 20, após o título estadual, foi assim. A construção do Bento Freitas foi mais um exemplo de ambição do próprio Bento Mendes de Freitas e do clube. Vieram os nacionais no final da década de 70 e com eles a necessidade de um estádio com maior capacidade. A torcida foi lá e o ampliou.

Hoje, em pleno 2016, numa competição que é, em tese, muito mais do que o clube é capaz de suportar e que exige um estádio que ainda não temos, o Brasil demonstra mais uma vez a ambição que lhe é peculiar. Com a força do brado da falange rubro-negra, o time da Baixada avança. Fora de campo, torcedores de todos os tipos colaboram para a construção da nova casa. Enfim, a história se repete – e nos é favorável.

Portanto, todos concordamos que o início superou as expectativas, é verdade. Mas não é obra do caso. É resultado de mais de um século de altivez, paixão e povo.

Obs.: Tóquio é logo ali.