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G16

Descrédito, ânimo, surpresa, apreensão, desconfiança e angústia. Essa tem sido, até aqui, a nossa trajetória no Campeonato Brasileiro 2016 – Série B. É sabido por todos que a parada está sendo e será dura, cada vez mais, até o final. Ficamos animados com o início, principalmente por termos tido sucesso nas atuações em casa, como também a boa atuação diante do Atlético/GO. Criciúma e, agora, o Ceará nos deram um choque de realidade. Um tapa na orelha. Um não, três.

A minha preocupação não são as derrotas. Clubes muito maiores, com mais estrutura, tiveram instabilidade quando tiveram que conciliar a construção de seus estádios com as participações nas competições. Nós, além da construção, ainda temos que administrar o crescimento do clube como instituição. Não é desculpa, é fato. Precisamos de tempo para nos adequar a uma nova realidade ou fatalmente não teremos condições de permanecer onde estamos. A peleia é braba. Meu receio é que se perca o rumo, que as convicções se enfraqueçam, em função de alguns resultados negativos dentro do campo.

Vamos deixar uma coisa clara, nós brigamos pelo G16. Simples assim. Tivemos um início empolgante, chegamos a frequentar a parte de cima da tabela, mas sabemos que não pertencemos a esta zona. Nós somos o patinho feito da estória e ainda falta muito para termos condições de virar cisne. Não há como querer contar esta história em um ano. Acho que nem em dois ou três anos teremos condições de brigar com os grandões. O nosso negócio, por enquanto, é tentar ficar vivo. É poupar energia, juntar forças, para, em um futuro não distante, termos condições de ir para a luta. Complexo de viralatas, mediocridade? Não, realismo, objetividade e foco.

O que normalmente se observa no futebol são clubes demitindo treinador e toda a comissão técnica, mesmo com história vencedora e com bom trabalho sendo executado, em função de alguns resultados negativos. Mesmo que estes resultados não sejam totalmente surpreendentes em relação a estrutura, time e condições de trabalho. Outros profissionais são contratados, mais outros e outros tantos. Não apenas mudam os profissionais, como também a filosofia de trabalho. Junto as novas comissões técnicas vêm atletas medalhões, salvadores da pátria, que passarão mais tempo no DM do que em campo. Gastam o que não poderiam, endividando os clubes. Resultados? A maioria das vezes iguais ou piores ao que no início haviam. Depois de um tempo, recontratam aquele mesmo treinador que antes estava superado e a roda volta a girar.

Já viram isto? Pois é, espero que não caiamos neste conto de terra arrasada, de que a grandiosidade do clube está ameaçada e tudo mais. Não precisamos de discursos inflamados. Oportunistas e corneteiros em geral levantarão a voz. Este é o grande momento deles. Todas as suas certezas virão à tona. Farão discursos eloquentes e cheios de verdades incontestáveis e absolutas. Pobres almas aflitas. Futebol não é para fracos. Muita calma nesta hora.

O que fazer? Na minha humildíssima opinião, que a diretoria siga nas suas convicções e dê continuidade ao trabalho – vencedor, diga-se de passagem – que vem sendo feito. Temos um estádio para construir. Não só o estádio, como o clube precisa ser refundado. Precisamos crescer em todos os aspectos. A nós, sofridos e angustiados Torcedores, resta apoiar, torcer e empurrar o time nas apresentações em casa ou em qualquer lugar que for. Nós somos o combustível, nós podemos fazer a diferença. Vaias ajudarão em nada neste momento. Se não tiveres fibra para aguentar o tirão, que fique em casa, xingando a televisão e colocando a culpa no cachorro. Para pelear tem que ter coragem. E a peleia é mais feia que briga de facão no escuro.

Abs.