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Foi intenso

Houve um tempo pelas bandas daquele estádio na Rua João Pessoa, número 694, em que nada dava certo. O time da casa levava gol aos 47 do segundo tempo, a bola batia nas duas traves e não entrava e a arbitragem sempre ia contra. Mas isso é passado.

A manhã desse domingo, 28 de junho de 2015, foi a prova disso. O G.E.Brasil enfrentou o Londrina em partida válida pela quinta rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C, na volta da torcida ao estádio Bento Freitas. Na primeira etapa, o juizão enxergou um pênalti inexistente em Alex Amado. Nena cobrou e chutou para fora. Já na segunda etapa, o time paranaense saiu na frente com um gol aos 3 minutos. O time do Brasil não jogava mal, mas também não apresentava aquele grande futebol das últimas rodadas. A derrota parecia iminente. Um empate seria a glória. Havia no Bento Freitas um calor enjoado, úmido, que incomodava os jogadores que já estavam se entregando fisicamente. Então surgiu um certo camisa 19. Leandrão entrou no lugar de Nena. Aí toda aquela zica do passado foi exorcizada de vez.

Aos 43 minutos Wender cruzou uma bola na área e Leandrão deu um tirambaço de cabeça. A bola bateu na trave e entrou. Era o empate sofrido, no finalzinho. Um alívio. Enquanto os comentaristas das rádios ainda narravam o lance do gol, Wender fez novo cruzamento, cruzamento não, uma assistência, e Leandrão foi no segundo andar e balançou o barbante do goleiro Vitor. Praticamente um chute de cabeça. Golaço! Baixada veio abaixo. O empate que seria um alívio virava uma grande vitória. Mas isso aconteceu aos 45 minutos. Ainda haviam mais quatro torturantes minutos. O Londrina tinha um escanteio ao seu favor e o temor era grande. Eis que na cobrança do escanteio a bola cai no pé de Alex Amado que arranca e passa para Gustavo Papa. O atacante rubro-negro vira a jogada para Cleiton que cruza no pé canhoto de Leandrão e é gol. Hattrick pro centroavante que havia entrado no segundo tempo. O tal camisa 19.

Foi intenso. Foram os seis minutos mais intensos dos últimos anos no Bento Freitas. Tempos atrás nós é que levaríamos a virada no final, nós que teríamos um pênalti mal marcado contra, a nossa bola que bateria na trave e sairia. Mas os tempos são outros. É a nossa vez.

Foi bom demais ver o Bento Freitas recebendo o seu povo. Há quem diga que isso não faz diferença. Deixem eles, não sabem o que o falam.

Com a vitória o G.E.Brasil assumiu a liderança do Grupo B. Você pode ver a classificação completa na capa do Blog. A próxima partida é no sábado que vem contra o Tombense em Minas Gerais.

ÁUDIOS
*capturados da Rádio Pelotense AM

VÍDEOS

COMPACTO BLOG XAVANTE

OS GOLS DA PARTIDA – ESPORTE INTERATIVO

Líder | Ivan H. Schuster

Nunca antes na história deste pobre e sofrido coração Xavante havia presenciado uma virada como esta que ocorreu neste domingo, frente a boa equipe do Londrina/PR, pelo Campeonato Brasileiro 2015 – Série C.

Estávamos perdendo até os 42 minutos do segundo tempo. Eis que Leandrão ilumina-se e, em cinco minutos, marca três – eu disse TRÊS – gols para o Xavante. Encerra-se a apresentação com 3×1 para o clube da Maior e Mais Fiel Torcida do Interior do RS. Chora secador! Sofre Polenteiro!

Para mim, a apresentação mais emocionante de todos os tempos que assisti foi o Bra-Pel dos 9×11. Inesquecível! Acredito que quando eu estiver no meu mais alto comprometimento em decorrência do Alzheimer, mesmo assim, lembrarei daquela vitória. Está registrada como a vitória da dedicação e do comprometimento, contra a arrogância e a soberba. Nada mais foi igual depois daquele dia. Ali, ficamos sabendo que o impossível era possível. Aprendemos que a vontade e o trabalho sério superam qualquer adversidade. É um daqueles momentos que marca a história, que forja o caráter de um clube.

Ao meu ver, a apresentação deste domingo não supera aquele longínquo Bra-Pel em termos de emoção e importância, mas ficou muito perto. Virar um placar que era adverso até os 42 minutos do segundo tempo, fazendo três gols, não é algo que se vê todo o dia. Ainda mais em uma competição nacional e frente a um dos clubes da ponta da tabela. Para isto, precisa ter um grupo coeso, unido, ciente de sua potencialidade e seguro de si. Em momento algum vimos o time Xavante esmorecer, desistir, apelar para a violência. Tal qual um martelo malhando no ferro em brasa, fomos batendo, batendo, até atingirmos o nosso objetivo. Achatamos eles. Que momento! Fico aqui imaginando o desespero dos secadores. Chega a dar pena, ou não. Chorem, sofram, que nós estamos festejando.

Recado para alguns Torcedores, aqueles que sentaram, murcharam e até já cornetavam: tenham mais fé, acreditem mais. Estamos em um novo momento. O Xavante tem um time de qualidade, experiente, maduro e que não se entrega. Temos uma equipe muito competitiva. Só não vê quem não quer. Estou animado. Avante!

A nota ruim foi ver um torcedor do Londrina achar que estava provocando a Torcida Xavante imitando um macaco. Cara, vou te dizer uma coisa, do fundo do coração: tu és um babaca, um imbecil. Não tenho raiva, mas pena de ti. Pena da tua incapacidade de torcer para o teu clube, ou mesmo de provocar a torcida adversária, sem ter que recorrer a uma baixaria destas. Pena de ti, sim, que estás com a imagem da tua babaquice sendo mostrada para o mundo. Pena dos teus pais, que finalmente saberão o filho acéfalo que geraram e criaram. Pena dos teus professores, que fracassaram na tua formação. Pena pela decepção de todos os que te tinham como amigo, que se iludiram, achando que eras um cara legal, e agora sabem quem realmente és, um escroto, um idiota, um racista. Caiu a tua máscara, babacão.

Fora esta imagem lamentável, o resto é só alegria. Que domingo! Gol do São Gabriel!

Uh, caldeirão!

Abs.


Ivan H. Schuster

Onda Xavante – Porto Alegre/RS

Um jogo de futebol ou um jogo pela vida? | Eduardo Costa

Londrina e Brasil disputaram o segundo tempo mais demorado e tenso da minha vida. Durante 68 minutos, temi pela minha integridade física e dos demais colegas de imprensa de Pelotas.

Terminei o jogo escondido embaixo do balcão para não ser agredido e com dois bancos na porta da cabine para evitar possível invasão dos marginais.

Dentro de campo briga, socos, pontapés. Uma batalha campal. Com direito a agressão covarde ao cinegrafista Jefferson Kickhofel da RBS TV Pelotas. Tudo errado. Resultado do clima hostil criado pelo Londrina durante a semana.

Profissionais de imprensa de Londrina com postura totalmente parcial como se fossem verdadeiros torcedores. Vergonhoso.

Fora das quatro linhas, nas sociais do estádio do café, outro filme de horror.
Após gritar o segundo gol do Brasil marcado por Nena, fomos covardemente ameaçados por alguns torcedores do Londrina.

Até o fim do jogo, a cada lance, a cada gol do Londrina, era uma ameaça e uma tentativa de intimidação.

Foram os minutos mais impotentes da minha vida. Narrei o segundo tempo fazendo algo que não é função do jornalista. Fazendo aquilo que condenei dos colegas de Londrina.

Eu torci e muito. Torci para o Brasil não fazer mais gols, porque se eu gritasse certamente seria agredido. E também para o Londrina não virar a partida, pois aconteceria o mesmo.

Foi a pior jornada esportiva da minha vida. No segundo tempo não pude levar ao ouvinte da Rádio Pelotense e ao torcedor Xavante a emoção certa para aquele momento épico de classificação histórica para a final de um Campeonato Nacional.

A tensão, o medo de ser agredido e todo o clima de hostilidade me tornaram impotente e me sentindo a pior pessoa do mundo. A minha voz embargada e os meus relatos ao microfone da Rádio Pelotense deixaram claro toda a minha tristeza e meu medo naquele momento.

Resta a mim pedir desculpas aos torcedores e ouvintes. Mais uma vez perdemos para a violência. Espero nunca mais ver cenas como as de Londrina. Espero ver cenas de festa como o torcedor Xavante fez durante toda a Série D e também fará na final.

Nunca mais quero presenciar um jogo de futebol em que minha vida e de tantas outras pessoas estejam em jogo. Parabéns Xavantada pela festa e a classificação à final da Série D e obrigado pela compreensão!

Eduardo Costa – Narrador e repórter da Rádio Pelotense