Eu escolhi reconhecer

Por Pedro Henrique Costa Krüger

O Brasil enfrenta hoje à noite o Joinville, pela 33ª rodada, que vive situação bastante complicada na tabela. Durante os últimos dias, fomos à calculadora para entender as reais possibilidades do Xavante dentro da competição a cinco rodadas do fim. O resultado? É matematicamente possível um novo acesso, mas é “apenas isso”. Portanto, em vez de dizer “eu escolhi acreditar” ou ainda cometer a injustiça de criticar, eu escolhi reconhecer.

 Sim, reconhecer. Olhar para o momento atual e entender que a posição cuja o Grêmio Esportivo Brasil hoje ocupa não veio de graça. Pelo contrário, nos custou muito. Nosso destino foi modificado em inúmeros jogos por conta de um golzinho apenas: aquele do Nena contra o Brasiliense; o outro que nos colocou em vantagem em relação ao Juventude e nos classificou para os matas; há ainda o único marcado contra o Fortaleza na Baixada. Enfim, foram muitos os gols salvadores.

 Tão importante quanto marcar gols é não sofrer gols. Não preciso listar todas as defesas (algumas antológicas) de Eduardo Martini nos dois acessos nacionais. Inclusive, não reconhecê-las é um ato não somente de injustiça, mas de ignorância total quanto ao futebol. Algumas delas até hoje não parecem de verdade, mas a história e as imagens estão aí para provar que, sim, ocorreram e nos trouxeram até aqui.

 A palavra reconhecer, inclusive, tem vários significados: identificar ou distinguir algo ou alguém; admitir ou certificar como verdadeiro; explorar e inspecionar; manifestar agradecimento, entre outros. No nosso caso, reconhecer é também uma forma de resgatar a história recente, que nos enche de orgulho, na qual estamos mergulhados ainda em 2016. Ora, ano que vem vamos ter a série A do campeonato gaúcho, a Série B e a Primeira Liga. Daqui a pouco, e não tenho dúvidas disso, vamos regressar à Copa do Brasil – a história ainda é escrita!

 Precisamos reconhecer que vivemos um sonho. Desta vez, porém, sonhamos com os olhos arregalados enquanto gritamos “pra Série A sou eu quem vou”. Sim, matematicamente um novo acesso é possível, mas para que a pressa? Para que optar pelo “copo meio vazio”? Em menos de cinco anos subimos a passos largos uma escada íngreme, difícil, oferecida a poucos. Existem clubes por aí que não são capazes de sequer reconhecer essa escada, a ponto de rejeitá-la muitas vezes. É justo reconhecer que o nosso Brasil não arregou quando teve chance para tal e por isso colhe os frutos de agora.

Eu não sei o que vai acontecer nas próximas últimas rodadas, tampouco consigo adivinhar os resultados (ainda que seja possível apostar na Betsson Sports), mas uma coisa nós todos precisamos reconhecer: o ano de 2017 vai ser de f…, de ferver!

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