Um ano para ficar na história

O ano de 2015 definitivamente entrou para a história do Grêmio Esportivo Brasil. Não apenas pela ótima campanha no Gauchão e o acesso à Série B, mas pela forma que tudo aconteceu. Tudo o que o clube viveu de 2013 para cá é incrível.

Vamos fazer um exercício de memória? Em 2013 fomos campeões da Divisão de Acesso do Gauchão e enfrentamos o Atlético-PR na Copa do Brasil. Em 2014 fomos campeões do interior no Gauchão, jogando semifinal contra o Grêmio na Arena (onde fomos garfeados pelo Sr. Fabrício Neves). No Campeonato Brasileiro da Série D fomos vice-campeões, garantido o acesso à Série C do ano seguinte. Em 2015 fomos bi-campeões do interior, jogando a semifinal contra o Internacional no Beira-Rio. Enfrentamos o Flamengo na Copa do Brasil. Na Série C fomos semifinalistas e conquistamos o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Agora pare e pense em tudo isso. Você achava isso possível em um espaço de tempo tão curto? Duvido! Em 2015 jogamos na Arena do Grêmio (Nena neles!), Beira-Rio, Maracanã, Pacaembú, Castelão e Serra Dourada. Alguns deles foram estádios de Copa do Mundo e outros são palcos de grandes jogos da história desse país. Inimaginável ver o nosso rubro-negro desfilando nesses palcos. Ainda vencemos o Caxias (duas vezes) e 0 Juventude na casa deles.

Temos que agradecer e aplaudir de pé esses jogadores e comissão técnica. O trabalho deles foi impecável. Para um time do interior, em uma região que parece que parou no tempo, é um verdadeiro milagre onde chegamos. Isso só foi possível devido à muito trabalho, trabalho e mais trabalho. O time cresceu muito nesse período, mas o clube ainda não. Precisamos crescer muito ainda para sermos um clube digno de Série B. Precisamos de mais pessoas trabalhos dentro do clube e de mais cabeças pensantes. Precisamos nos profissionalizar.

O primeiro passo para 2016 é garantir a permanência do comandante desse exército, o mestre Rogério Zimmermann. Com certeza muitos clubes desse país vão tentar tirar ele do Brasil. Não vai ser fácil. Mas temos certeza que o Rogério quer ficar. Ele gosta do que faz e da maneira que faz no Brasil. Ele sente prazer em comandar o G.E.Brasil. Obviamente que o dinheiro e o planejamento decidirão isso também, mas o Rogério vai ficar. O homem conseguiu transformar um time de Série B de Gauchão em Série B de Campeonato Brasileiro. Rogério conseguiu fazer o Xaro jogar em bom nível em grande parte da campanha da Série C. Isso era algo inimaginável pra 99% da torcida Xavante. Rogério armou o time para fazer do Leandrão um dos artilheiros da competição. Ele que estava esquecido para o grande centro do futebol, se reergueu com o Brasil e foi parar no Vasco. E com a saída dele e do Alex Amado, parecia o fim da grande campanha que o Brasil vinha fazendo. Chegamos a ficar 11 jogos invictos na competição, vencendo em casa e fora. Mas aí ficamos seis rodadas sem vencer. Parecia que a vaca tinha ido pro brejo. Mas novamente o Rogério recuperou o time. Cleverson e Nena comandaram o Brasil à próxima fase. Teco entrou na defesa e não levamos mais gols. Estávamos prontos para a guerra novamente. Aí vinham as quartas de finais e a disputa pelo acesso.

O que aconteceu nas quartas de finais foi surreal. Foi uma batalha digna da grandeza do Brasil. Na Baixada a torcida voltou a ser o diferencial com a liberação das arquibancadas móveis. Empurramos o Brasil pro 1 a 0, com gol de Cleverson, contra o Fortaleza. O grande Fortaleza. O jogo da volta na capital cearense parecia não chegar nunca. Foi a semana mais longa dos 104 anos do Brasil. Os torcedores cearenses tentaram instaurar um clima de guerra durante toda a semana. Soltaram foguetes nas duas noites que o Brasil dormiu por lá e ameaçaram de morte a torcida do Brasil caso alguém se atrevesse a andar com a camisa rubro-negra nas ruas. Tudo em vão. O Brasil entrou com uma disciplina tática em campo que poucas vezes foi vista. Nas arquibancadas da Arena Castelão estavam 63 mil tricolores contra 300 Xavantes. O Brasil segurou o Fortaleza nos quase 100 minutos de jogo e garantiu o acesso à Série B. Heroico. Histórico. Emocionante. Merecido. As emoções vividas naquele dia jamais sairão da memória do nosso torcedor. Daqui há cinquenta anos cada um de nós irá lembrar desse dia, do que fez naquele dia, de que maneira comemorou o acesso.

Nas semifinais mais um adversário com muita história no futebol brasileiro, o Vila Nova-GO. Clube com a maior torcida de Goiás. Eles vieram de duas vitórias contra a Portuguesa nas quartas de finais e embalados no campeonato. A imprensa goiana levava a disputa da vaga para a final como uma barbada. Na verdade os jogadores do Vila Nova também pensavam isso. Veio o primeiro jogo na Baixada e em um jogo muito parelho e de muita pegada, o placar não saiu do zero. Para o jogo da volta no Serra Dourada, até rifa os goianos fizeram para lotar o estádio. Foram 35 mil torcedores contra o Brasil. A imprensa e os jogadores do Vila insistiam que as dimensões do gramado do Serra Dourada, maiores que o Bento Freitas, e o clima quente, seriam os fatores preponderantes para o baile goiano. Que nada. O Brasil mais uma vez foi focado do objetivo de levar a vaga. O Vila Nova tentava de todas as formas fazer o gol mas a barreira Xavante era intransponível. Camilo e Teco foram dois leões. Washington um monstro. Martini um paredão. Novamente seguramos um estádio lotado e a pressão do time da casa durante quase 100 minutos. Mas dessa vez o 0 a 0 não era nosso, era dos pênaltis. Tudo bem que já estávamos classificados pro grande objetivo que era a Série B, podíamos estar de sangue doce, mas não estávamos. Foi nervoso demais assistir a mais uma decisão por pênaltis. Em 2014 vencemos em Brasília e perdemos em Muriaé decidindo nos penais. A precisão dos dois times não estava das melhores. Cada time cobrou sete penalidades, onde o Vila Nova converteu quatro e o Brasil apenas três. Quem errou ou quem marcou, tanto faz, não importa. A vaga para a final ficou com o time goiano. Vontade de chegar na final? Com certeza. Tristeza pela derrota? Jamais. Esse time não merece qualquer lágrima derramada por tristeza. Foram dignos de vestir o manto rubro-negro.

O ano de 2015 ainda não acabou, mas fora dele o ano de 2016 já começou. E cá entre nós, vai ser demais! Vamos lá:

– Campeonato Gaúcho com provável televisionamento de todos os jogos pelo PFC.
– Copa do Brasil.
– Campeonato Brasileiro da Série B com todos os jogos transmitidos pelo PFC e alguns pelo SporTV, TV Brasil e RedeTV.
– Alguns milhões de reais de cotas de tv, somando Gauchão e Série B.
– Início das obras do novo Bento Freitas.
– CT da Sanga Funda já em funcionamento para os treinamentos.
– Reativação das categorias de base.

Tem como não ficar confiante com o 2016?

O Brasil precisa aproveitar muito bem todo esse momento. Nunca estivemos tão presentes na mídia nacional. Viramos exemplo, quem diria. É hora de captar recursos de todos os lados. Hora de ter um time e, principalmente, um clube de Série B. Nós, como torcedores, temos que aproveitar cada segundo desse ano incrível que está por vir. Somos os maiores merecedores de tudo isso. Poucas torcidas no mundo sofreram tanto quanto a nossa. Foi uma paulada atrás da outra, dentro e fora do campo. Quando parecia que tava ruim, ficava pior. E lá estávamos nós no Bento Freitas. Seja contra o Panambi ou contra o Flamengo. Acreditando que um dia o sol iria brilhar para nós. E brilhou.

Você, torcedor do Grêmio Esportivo Brasil, é merecedor de tudo isso. Encha o peito de orgulho e curta esse momento, você merece.

Abaixo um pouco do que foi a decisão no Serra Dourada. Mais um capítulo escrito por esse grupo na história do G.E.Brasil.

ÁUDIOS
*capturados da Rádio Pelotense AM

VÍDEOS

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VILA NOVA X BRASIL DE PELOTAS – 02/11/2015 por demandaseiplus