Por Xavante Munhoso
Tchê! A coisa estava ruim, muito ruim. Sete rodadas haviam transcorrido e nenhuma, nenhuminha vitória do Brasil.
Justo no ano do centenário do inédito título de Primeiro Campeão Gaúcho faríamos um fiasco sem tamanho?
A sina pelotense desenhava-se assustadoramente contra o Clube do Bento Freitas.
Daí jogadores que eu e tanta gente reprimimos encarnaram o Espírito Xavante e deram show no campo de plástico do São José.
Que segundo tempo! Que alegria! Que emoção!
Ver o G. E. Brasil estraçalhar o adversário é algo que não tem preço para mim.
Já sou macaco velho nesses embates gauchescos e até de Campeonato Brasileiro, mas cada jogo tem a sua história e esta do Passo d’Areia é mais uma que contarei sempre.
Falar da Torcida é chover no molhado. Novamente se fez presente. Vibrou, xingou, torceu como sempre.
Mesmo nos momentos mais incrédulos, empurrou o Time e praticamente estava dentro do gramado. Ops! Aquilo não é gramado não senhor.
De cara o E. C. São José jogava água para molhar uma “grama” que só na cabeça dos mais alienados existe ali. Muito provavelmente queriam obter alguma vantagem por conhecerem melhor o “terreno”.
Coincidência ou não o Zequinha abriu o placar logo aos cinco minutos arrebentando com os neurônios dos Xavantes ali presentes e de todos aqueles que assistiam o jogo pela tv ou escutavam nas ondas do rádio.
Um primeiro tempo dramático arrastando aquele um a zero amargo para nós Xavantes até os quarenta e cinco e tanto se somarmos os acréscimos torturantes de ontem.
Mas desta vez Tupã estava atento e Papa inspirado.
Sabe-se lá a mijada ou o afago que o novel treinador Xavante impôs no vestiário.
Foi outro jogo. Branquinho personificou Milar e Michel fez gol. Tudo deu certo.
Alívio, festa, samba e muita algazarra tomou conta daquela Massa que até pouco espiava pecados cometidos e outros tantos a cometer.
Ainda falta muito para acabar este sofrimento, mas uma vitória como a de ontem, além de dar um recado aos adversários, nos põe a mil pelo Brasil.
E todo o mundo sabe, quando o Time se junta à Torcida Xavante não há Cristo que nos segure.
“Vai dar trabalho/ Vai dar trabalho/ o Rubro Negro joga bola prá caralho”.
É isto sim.
Se até Zagalo teve que nos engolir, por que não socar todo o mundo que atravessar nosso caminho agora?
Xô Satanás! Te manda gangorra.
Campeonato Gaúcho, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e num futuro não muito longe, Libertadores, é este o nosso lugar.
Dá-lhe Brasil!
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- C. São José 1 X 3 G. E. Brasil
Brasil: Carlos Eduardo, Ricardo Luz, Leandro Camilo, Nirley, Pará, Leandro Leite, Sousa, Diogo Oliveira, Daniel Cruz (Helder), Branquinho (Bruno Paulo) e Michel (Velicka). Técnico: Gutavo Papa.