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Deixa chover, deixa molhar…

por Marcelo Barboza

Um sábado de muita chuva em Pelotas e jogo contra um adversário direto na classificação. Esse era o programa para hoje no Bento Freitas. Mesmo com toda chuva que caiu, a drenagem do Bento Freitas garantiu totais condições de jogo. Espetáculo.

O primeiro tempo foi de total domínio do Brasil. A marcação alta, no campo de defesa do CRB, fez com que o time alagoano não chegasse ao gol de Marcelo Pitol e que o Brasil criasse várias situações de gol. O primeiro gol do Brasil veio em boa jogada de Misael pela lado esquerdo. O atacante, que fazia sua estreia como titular, levou a bola para a linha de fundo, olhou para a área, viu Rafinha entrando sozinho e cruzou. O camisa 10 só teve o trabalho de cutucar de cabeça no canto esquerdo do goleiro Edson e abrir o placar na Baixada.

A segunda etapa já foi mais equilibrada, com Marcelo Pitol tendo que trabalhar. Breno errou um corte dentro da área e a bola sobrou para Neto Baiano que bateu mas Marcelo Pitol fez boa defesa com o peito. O CRB chegou novamente com perigo com Tony, que sentou um petardo de fora da área e Marcelo Pitol voou no ângulo direito para desviar o que seria o gol de empate do CRB. Uma baita defesa. O Brasil escapava nos contra ataques com Rafinha, Misael e Marcinho, e assim causava perigo pro goleiro Edson. O jogo foi chegando ao seu final e o CRB não conseguia pressionar. E em mais uma jogada individual de Misael, o atacante deu passe para Rafinha dentro da área, aos 47 minutos, e Rafinha chutou cruzado para sacramentar a vitória rubro-negra.

O Brasil foi muito superior ao CRB durante os 90 minutos de jogo. Soube se adaptar ao gramado levemente encharcado e conseguiu criar as principais chances de gol da partida. O time todo foi bem, mas alguns jogadores merecem ser citados. Pitol fez uma defesa espetacular, tirando uma bola que ia na gaveta. Muito seguro, garantiu o zero. Teco mais uma vez foi muito bem, tomou conta do Neto Baiano, que é chato pra caramba. Éder Sciola parece outro jogador, impressionante. Não é nem sombra daquele jogador inseguro e atrapalhado do Gauchão e início da Série B. Clemer não deve ter ensinado ele a jogar bola, deve ter dado tranquilidade para ele jogar.

Rafinha, que era dúvida por uma lesão no pé, carregou o Brasil pro ataque durante todo o jogo. Mesmo estando visivelmente cansado no final da partida, teve fôlego para marcar o segundo gol. Cassiano como centroavante foi uma boa surpresa. Fez muito bem o pivô e segurou a primeira linha do CRB toda a partida. Além de forte e rápido. E Misael, o garçom da partida, deu os dois passes para os gols de Rafinha. Driblador e com boa visão de jogo, foi muito bem na chuvosa tarde de sábado na Baixada.

O Brasil chegou aos 33 pontos e assumiu a 9ª colocação da classificação. A próxima partida será contra o Ceará na Arena Castelão no próximo sábado, às 19 horas. Jogo duro.

Clemer tem aproveitamento de G4. O comandante Xavante parece estar colocando o time nos eixos e dando um padrão de jogo. Hoje, mesmo sem Juninho, Itaqui e Lincom, o time foi muito consciente e soube encurralar o CRB com a marcação alta. Isso é treino. Isso é mão do treinador. A defesa deixou de ser a mais vazada do campeonato, agora o Figueirense assumiu o título.

Estamos no caminho certo. Mas o caminho ainda é duro e precisamos estar focados. Precisamos garantir a permanência na Série B. Esse é o nosso título esse ano.

Foto: Carlos Insaurriaga – AI/GEB

ÁUDIOS

*capturados da Rádio Pelotense AM

VÍDEOS

Melhores Momentos – Imagens Premiere

Entrevistas coletivas com Cassiano e Misael

As duas últimas contratações do Brasil conversaram com a imprensa no estádio Bento Freitas nessa quinta e sexta-feira. Os atacantes Cassiano e Misael falaram das suas primeiras impressões ao chegarem no Brasil, sobre o treinador Clemer e sobre o futuro do Brasil no Campeonato Brasileiro da Série B.

Os dois atacantes fizeram as suas estreias na última terça-feira contra o ABC, em Natal, na derrota do Brasil por 1 a 0. Agora eles se preparam para o jogo da próxima terça-feira, contra o Boa Esporte, no estádio Bento Freitas.

Confira as duas entrevistas abaixo. As imagens são da TV Xavante, a tv oficial do G.E.Brasil.

ENTREVISTA COLETIVA COM CASSIANO

ENTREVISTA COLETIVA COM MISAEL

Em noite de bom futebol, Brasil vence o Vila Nova-GO

Em busca da reabilitação no Campeonato Brasileiro da Série B, o Brasil entrou em campo na noite desse sábado para enfrentar o Vila Nova-GO no Bento Freitas e venceu depois de duas derrotas. Mas mais importante do que vencer, foi jogar bem.

Desde o início da partida, quem tomou as ações do jogo foi o Brasil. Aos 10 minutos Rafinha entrou à drible na área e bateu para defesa do goleiro Wendel. No rebote Bruno Lopes perdeu grande chance chutando para fora. Em outra jogada de Rafinha, o meia ameaçou o chute de canhota e passou para Elias que tentou cruzar, ao invés de bater no gol, e a defesa afastou para escanteio. Bruno Lopes e Rafinha ainda arriscaram chutes de fora da área mas sem muito risco ao goleiro Wendel. Eduardo Martini fez a sua primeira defesa aos 35 minutos do segundo tempo, em um chute mascado de Marcos Paulo. Com controle da partida, o Brasil ia para o final do primeiro tempo com o placar em branco. Mas aos 42 minutos, em bola roubada por Itaqui na frente da área, o camisa 5 Xavante passou para Lincom que deu um toque para o lado e bateu cruzado, rasteiro, e abriu o placar da partida.

No segundo tempo o Brasil não deu nenhuma chance para o Vila. Com 18 segundos de jogo, Rafinha arrancou do meio de campo e bateu perto da trave esquerda de Wendel. E as coisas ficaram um pouco mais fáceis com 1 minuto de segundo tempo. Maguinho, que já tinha cartão amarelo, subiu para uma disputa de bola com Lincom e deixou o braço na cabeça do camisa 9 Xavante. Cartão vermelho para ele. Aos 14 minutos Bruno Lopes recebeu de Rafinha e chutou duas vezes para duas defesas de Wendel. Marcinho entrou no primeiro tempo, no lugar de Elias, machucado, e enlouqueceu a defesa goiana. Em uma de suas jogadas, Marcinho arrancou do meio de campo, invadiu a área e caiu. O árbitro da partida entendeu como simulação e deu cartão amarelo para Marcinho. Atitude acertada.

Aos 26 minutos, veio o lance mais bonito da partida. Evaldo deu uma assistência de camisa 10 para Lincom, que tocou por cobertura na saída do goleiro Wendel e marcou o seu segundo gol na partida e o quarto na Série B. A partir do segundo gol o Brasil rodou a bola e foi administrando a partida. Eduardo Martini não fez nenhuma defesa no segundo tempo. E quando parecia que o dois a zero seria o placar final, Rafinha fez um golaço de falta, pelo lado esquerdo, onde colocou a bola na gaveta. Uma baita bucha! E o gol foi para fechar o placar nessa bela vitória do Brasil.

Com a vitória o Brasil chegou aos 11 pontos e alcançou a 12ª colocação na classificação. A próxima partida será contra o líder Juventude na próxima terça-feira, às 19:15h, em Caxias do Sul.

ANÁLISE DA PARTIDA

Sem sombra de dúvidas foi o melhor jogo do Brasil no ano. Com a bola no chão e rodando o jogo, o Brasil mandou no jogo. E enfim temos um camisa 9 matador. Lincom pouco toca na bola, mas finaliza com uma precisão gigante. Marcou o seu quarto gol e em três partidas já é o artilheiro do Brasil na temporada, ao lado de Gustavo Papa. Rafinha foi muito bem jogando pelo meio e não pelo lado, como ele jogou outras vezes. Marcinho entrou voando no jogo, muito bem. Lá atrás a defesa foi firme e com grande atuação de Evaldo.

Mas o destaque da partida foi a dupla de volantes. João Afonso é o jogador que mais comete faltas na Série B, porém é o 9º que mais desarma e o jogador do Brasil que mais acerta passes na competição. Foram 245 passes certos em 8 jogos. E hoje não foi diferente. João Afonso acertou 60 passes e errou apenas dois. Mas o diferencial de hoje para outras partidas foi a entrada de Itaqui no lugar de Leandro Leite. A qualidade na saída de bola aumentou uma barbaridade. Itaqui acertou 60 passes hoje, três vezes mais que Leandro Leite, que teve 20 passes certos em uma partida como sua melhor marca nessa Série B. Leandro Leite sabe da sua deficiência com a bola no pé e se esconde na saída de bola. Com Itaqui tivemos outro time em campo, além de ótima qualidade na bola parada. Breno foi outro que entrou muito bem no time. Com toque rápido e velocidade, foi uma das opções de ataque do Brasil pelo lado esquerdo.

Esse time de hoje encaixou e fica o problema para Rogério Zimmermann, que para o jogo com o Juventude terá Wagner, Leandro Leite e Marlon à disposição. Mas eu aposto dois litrões com vocês que Leandro Leite e Marlon voltam pro time semana que vem. Se isso é certo ou errado, é o professor quem sabe. Nós aqui só damos pitaco e cornetamos, com excelência, aliás.

Foto: Carlos Insaurriaga/AI GEB

ÁUDIOS

*capturados da Rádio Pelotense AM

VÍDEO

COMPACTO BLOG XAVANTE

Melhores Momentos – Imagens Premiere

Em busca da reabilitação, Brasil recebe o Vila Nova-GO na Baixada

Depois de dois maus resultados contra Ceará e Luverdense, o Brasil volta à campo na noite desse sábado para enfrentar o Vila Nova-GO na Baixada. Com três desfalques por cartões amarelos, o treinador Rogério Zimmermann será obrigado a fazer mudanças na equipe. Wagner, Leandro Leite e Marlon estão fora da partida. Como de costume, Rogério não disse em sua entrevista coletiva quem serão os substitutos. A tendência é que Elias, Itaqui e Breno entrem no time, assim indo pro jogo com Eduardo Martini, Wender, Leandro Camilo, Evaldo e Breno; Itaqui, João Afonso, Elias e Rafinha; Bruno Lopes e Lincom.

A torcida já vinha cobrando melhores atuações de Leandro Leite e Marlon. Portanto será uma boa oportunidade para vermos um time diferente, com novas opções. Wender, poupado contra o Luverdense, deve voltar ao time titular, assim como Rafinha. A pressão por uma vitória será grandes nas arquibancadas, pois o time não vem de bons resultados e o futebol apresentado está longe do esperado pela torcida.

O Vila Nova-GO vem à Pelotas com o intuito em se manter no G4. O time goiano tem 14 pontos e ocupa a terceira colocação. Das quatro vitórias no campeonato, duas foram fora de casa e já são cinco jogos sem perder. Ainda sem o atacante Moisés, principal destaque da equipe, que não fez a sua estreia na Série B, o meio-campo Geovane vem sendo o destaque da equipe na competição. Olho nele. Hemerson Maria deve enviar à campo Wendell, Magno Silva, Wesley Matos, Brunão e Gastón; Geovane, PH, Alan Mineiro e Alípio; Mateus Anderson e Marcos Paulo.

Na história o Brasil nunca venceu o Vila Nova-GO, são seis partidas com cinco empates e uma vitória do time goiano. Vitória essa que aconteceu ano passado no jogo em Goiânia em que o time da casa venceu por 3 a 1. No jogo do Bento Freitas a partida terminou em 2 a 2, gols do Brasil marcados por Felipe Garcia. O primeiro confronto entre os clubes na história foi em 1985, pela 1ª fase da Taça de Ouro, e terminou empatado em 2 a 2, com gols do Brasil marcados por Bira e Lívio.

O Brasil precisa da vitória a qualquer custo, caso contrário poderá terminar a rodada na zona de rebaixamento. A partida começa às 19h e terá arbitragem de Rodrigo Batista Raposo (DF), auxiliado por José Reinaldo Nascimento Júnior (DF) e Leila Naiara Moreira da Cruz (DF).

Foto: Assessoria de Impresa GEB
Dados estatísticos: Izan Muller

Reflexão – Ivan H. Schuster

Estas duas últimas semanas houve muita discussão a respeito do preço dos ingressos e das mensalidade dos sócios. Não faltaram ideias e sugestões. Respeito todas as opiniões. Acredito que não se evolui de forma sólida sem que haja discussão. Tudo pode e deve ser questionado e criticado, desde que seja com o intuito de melhorar. Só não concordo com ofensas pessoais. E houve muito, infelizmente.

Assim como muitos, também gostaria de dar o meu pitaco. Mas já vou avisando que não faço a menor ideia de qual o melhor valor para o ingresso e, muito menos, para a mensalidade. E, até onde tenho acompanhado, ninguém sabe. Não vi, li ou escutei nada que tivesse um embasamento sólido. Muito achismo travestido de certeza. Tanto do lado dos Torcedores como da diretoria do clube. É hora de parar e pensar fora da casinha.

No capitalismo, quem determina o preço de um produto ou serviço é o mercado. A famosa lei da oferta e da procura. Maior a procura, maior o preço. E vice-versa. O preço de um produto ou serviço independe do seu custo. É tarefa do fabricante ou do prestador de serviço adequar o custo ao que o mercado deseja pagar. Se não conseguir isso está fora do mercado. Simples assim. Justificar o preço de venda pelo alto custo simplesmente não cola.

O preço que o mercado deseja pagar por um produto ou serviço é definido pelo valor percebido. O valor percebido envolve inúmeras variáveis, tais como, comparativo com produtos concorrentes, necessidade, desejo, utilidade, design, conforto, segurança, confiança, etc. É neste campo que a área de marketing atua. É tarefa do marketing melhorar a percepção de valor que o mercado tem sobre determinado produto ou serviço.

Isto posto, é possível perceber que o que está sendo oferecido pelo Grêmio Esportivo Brasil está em desacordo com o que o seu público alvo, o Torcedor Xavante, está disposto a pagar. A oferta está muito maior que a procura. Basta olhar o número de lugares vazios no Bento Freitas a cada apresentação Xavante – o Xavante não joga, apresenta-se. Não raramente os lugares vazios são superiores aos ocupados. Justiça seja feita, pois esta não é uma questão exclusiva do GEB, mas da quase totalidade dos clubes brasileiros. Mas o problema dos outros é deles, temos que resolver o nosso.

Não vejo como uma estratégia boa a majoração dos preços dos ingressos para forçar o Torcedor a se associar. Pior, ainda, baseado em uma fraca argumentação sobre custo de manutenção. Entendo que o Torcedor deve ser incentivado a se associar, não forçado. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O Torcedor que é sócio para pagar menos no ingresso possui baixa fidelidade. Isto é, possui grande possibilidade de parar de pagar.

Acho que o valor do ingresso ideal é aquele que possibilita que todos os lugares sejam vendidos. O mínimo que se pode almejar em uma apresentação Xavante é que o Bento Freitas esteja lotado, sempre. Não viabilizar isto é colocar em risco o futuro do clube, além de ir contra aos anseios dos fundadores em construir um clube popular. O GEB nunca foi, não é e não pode ser um clube elitista. Tem que haver espaço para todos, ponto. Precisamos pensar no GEB não apenas para este ano, mas para para os próximos 10, 20, 50 anos.

Um estádio cheio possibilita inúmeras outras formas de receita que não apenas o ingresso. É só observar o tamanho do comércio existente nos arredores do estádio em dias de apresentação, sobre os quais o clube arrecada zero. E nem vou comentar a influência positiva de um estádio cheio no time em campo. É, comentei.

Entendo que é hora do GEB investir pesadamente em marketing, procurando não apenas melhorar o valor percebido em ser sócio, desvinculando a mensalidade do preço do ingresso, como também pensando em outras formas de receita decorrentes e paralelas, possibilitando ingressos a valores mais aderentes ao desejado.

Fórmula mágica: primeiro temos que trabalhar no aumento da procura por ingressos em dias de apresentação, focar em encher o estádio, oferecendo, também, novos produtos e serviços. A partir daí poderemos pensar na adequação dos preços.

O Xavante será do tamanho que quisermos.

Abs.