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Jogamos como sempre, vencemos como nunca

Por Marcelo Barboza

Lhes confesso que as expectativas não eram das melhores para o jogo do Brasil em Ponta Grossa. Os números do Operário jogando em casa e os trágicos números do Brasil jogando fora de casa, me deixaram com os dois pés atrás para esse jogo. Porém, meus amigos, nem só de números vive o futebol. O Brasil foi lá e venceu.

Bolivar resolveu manter a base do time que vinha jogando nos últimos jogos. Sem poder contar com Eduardo Person, suspenso, Jatobá voltou ao time titular. Na lateral-esquerda, posição amaldiçoada nessa Série B, teve Pará como titular novamente. Porém Pará jogou por pouco tempo, acabou saindo machucado no meio do primeiro tempo. Ele vinha sendo o jogador mais lúcido no péssimo primeiro tempo que o Brasil fez. O Operário marcou o seu gol em uma jogada onde o camisa 9 deles teve uma facilidade tremenda para receber a bola, girar, ajeitar pra perna direita e chutar no canto do Carlos Eduardo. Ninguém conseguiu colocar um pezinho na frente. Ofensivamente, o Brasil nada produziu. Pelezinho, jogando pelo lado esquerdo de ataque, apanhou da bola o tempo todo. Guilherme Queiroz mal via a cor da bola, só corria atrás dela. Diogo tentava produzir algo, mas sem sucesso. O primeiro tempo terminou com 1 a 0 pra eles e a expectativa de nova derrota fora de casa se tornava uma convicção a cada minuto.

Para o segundo tempo, Bolivar sacou Pelezinho e colocou Maicon Assis já no intervalo. Porém o jogo do Brasil não melhorou ofensivamente. O Operário é que parou de chegar no ataque e o Brasil conseguiu ficar um pouco mais com a bola. A melhor chance de gol foi com Washington, que quase marcou de cabeça no primeiro minuto do segundo tempo. O Brasil foi chegar ao gol do Operário aos 21 minutos somente, com uma bola parada. Falta pelo lado esquerdo de ataque, Murilo Rangel cruzou na área e Leandro Camilo tocou de pé direito para marcar o gol de empate. O que ali, já era um baita resultado. O Operário tentou se jogar pro ataque em busca do seu segundo gol, mas sem muita organização e com poucas chances claras.

Quando parecia que voltaríamos para casa com um ponto, em um jogo ruim do Brasil, o futebol nos agraciou com fortes emoções. Outra falta pelo lado esquerdo e dessa vez Pereira foi para a cobrança. A bola foi direto na direção do goleiro deles que espalmou para o meio da área e lá estava Leandro Camilo, novamente. Ele chutou de primeira, meio de xiripa, e a bola entrou de mansinho no gol. O relógio já mostrava 46 minutos do segundo tempo. Após o gol, o Operário ainda chegou com perigo em um escanteio onde Carlos Eduardo afastou uma bola de soco, onde provavelmente um jogador deles marcaria de cabeça. Ali foi o último lance do jogo.

O resultado nos dá um respiro importante pensando na zona de rebaixamento. Agora são 6 pontos longe do inferno. Mas o próximo jogo é contra o Criciúma, já na terça-feira, fora de casa, time que é o primeiro na zona de rebaixamento. Jogo de suma importância.

Como eu tenho conversado com amigos, vai ser essa loucura até o final da Série B. Dificilmente o Brasil vai engrenar com boas partidas e abrir muito mais pontos do Z4. Ainda vamos viver muito desse namoro com a zona maldita. O time não consegue fazer bons jogos, partidas convicentes. A qualidade técnica é muito limitada e o Bolivar em alguns casos erra na escalação e nas modificações. Com o que o Pelezinho vinha mostrando nos últimos jogos, já deveria ter ido pro banco. Cristian ou Ari Moura poderiam ter começado a partida em Ponta Grossa, por exemplo.

Incrivelmente, Leandro Camilo é o artilheiro do Brasil na Série B com 3 gols. São 25 rodadas e o nosso artilheiro tem apenas 3 gols e é zagueiro. Lhes confesso que gostaria muito mais de ter visto o Leandro Camilo dando o bote e roubando a bola do camisa 9 deles, no gol deles, do que ver ele fazendo os nossos dois gols. Mas o momento não nos permite esse tipo de capricho. Precisamos é de pontos e nos mantermos na Série B. O futuro do clube depende disso. Se for jogando feio, com gol de zagueiro e os três pontos vindo, já me servem. Finalizando 2019 com a Série A do Gauchão e Série B de 2020 garantidos, já vale caminhão de bombeiros.