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Comentaristas de resultado – Ivan H. Schuster

Frequento o Bento Freitas há décadas. Mais de 50(caraca!). E sinto que a Torcida Xavante vem passando por uma transformação. Ao meu ver, para pior. Pode ser apenas impressão minha. Ou não. O fato é que tenho notado um aumento significativo no número de corneteiros na arquibancada. Corneta nas cadeiras e no Café Aquários sempre existiu, mas na arquibancada, em grande número, acredito ser um fenômeno recente.

Há quem fale que a Torcida Xavante, antigamente, cantava e apoiava os 90min. Eu já discordo. Raras vezes presenciei isto. Só em grandes jogos ou  clássicos. A meu ver, quem nunca parou durante os 90min sempre foi a Garra Xavante. Com sol ou chuva, sempre foram a alma do estádio. A Torcida, isto é, os demais Torcedores, sempre foram inspirados e motivados pelo andamento da partida. Se o time está morno, a Torcida assim fica. Se o time apresenta garra e vontade, a Torcida levanta e faz a festa. Não por outra razão, habitantes das trevas, nos classificam como “torcida de escanteio”. Eu prefiro assim, sentindo a emoção do jogo. Dando apoio e motivando quando necessário. Acho monótono, chato mesmo, aquela bateção de prato e bumbo sempre igual, com musiquinhas com a mesma melodia. Empolgação zero. Acho legal ver o Torcedor levantando e gritando “vamos porra” quando o time vai ao ataque ou a loucura instalada quando de uma falta próximo a área ou um escanteio.

O que eu não me recordo, é ver, em quantidade significativa, Torcedor ficar durante toda a apresentação – o Xavante não joga, apresenta-se – comentando, analisando e, principalmente, criticando o time. Não vão para torcer, vão para comentar. Não há apresentação que não tenha uns dois ou três na volta.

Pior, entendem nada. São fracos. Discípulos do Galvão Bueno. Comentaristas de resultado. Se o time Xavante está tendo dificuldades, muita vezes pela aparente qualidade superior do adversário, é um caos. Não escapa um único jogador da crítica. São todos ruins e deveriam estar trabalhando de empacotador em um supermercado, não jogando bola. Mas basta um golzinho, pode ser de xiripa, que tudo muda. É só alegria. Se o atacante faz gol, é craque. Se não faz, um poste sem luz. Serve para nada.

Não sei se isto é decorrente da TV. Talvez sim. Passam a semana assistindo La Liga, Premier League, Champions League ou sei lá qual liga, e quando vão ao estádio, querem ver futebol com a mesma qualidade, em Pelotas, na Baixada e pagando R$ 20,00. Querem Welinton Júnior atuando como Salah e Michel como Bob Firmino.

A realidade é que estamos na reta final do Campeonato Brasileiro 2018 – Série B. Não, não é copinha. É uma competição muito difícil, que reúne 20 dos 40 melhores times do Brasil. Muito deles acostumados a disputar a Série A. Precisamos de toda a força que tivermos. Todo “a mais” fará diferença.

Assim, por mais que gostem de fazer análises mirabolantes ou se achem no direito de cornetar (“paguei tenho direito”), o momento é de uma única ação: torcer. Este time, comandado pelo RZ, tem demonstrado que está comprometido e que não se entrega. E tenho certeza que assim continuará sendo. Então, é hora da Torcida Xavante mostrar a sua real força, lotar o Caldeirão e colocar o bafo na nuca dos adversários. Sem medo de ser feliz.

Rubro-negro vem aí!

#ComRZoBrasilNãoCai

Abs.