Ainda na prancha

Por Xavante Munhoso

Dizer que estou decepcionado pelo resultado é pouco porque depois de um primeiro tempo relativamente bom e jogando em cima dos caras, o Brasil desandou de  novo na etapa final. Mais um empate no Bento Freitas e continua a nossa Via Crúcis em busca de tempos melhores no Campeonato Brasileiro de 2018.

Os primeiros colocados começam a chegar à casa dos quarenta pontos e Nós aqui capengueando nesses míseros vinte e quatro. É a zona da degola ou o popular Z4 a atormentar cada alma Xavante que não cansa de lutar.

O sonho de Série A (que para muitos nem existiu) escorre rodada a rodada e a luta está em manter a Série B para o ano que vem.

Há jogos que vão além dos noventa minutos e Brasil X Paysandu era um deles. Uma vitória hoje em combinação com o tão esperado milagre de ganhar uma partida fora de Casa (Figueirense – Orlando Scarpelli – 28/08/18) seria um pulo astronômico na tabela.

Sei que ainda é pouco, mas hoje o Leandro Leite (principalmente no primeiro tempo) mereceu o meu aplauso. Agora, Cametá (ou Sciola) no meio é desvestir um santo para deixar o outro passando frio.

Ainda acho que o público está fraco. “Ah! Mas o Time não ajuda”, hão de dizer. E antigamente? Quando o que menos importava era o jogador e o real motivo de irmos ao Bento Freitas era ver a Camisa Xavante em campo. Quantos atletas pernas de pau jogaram abaixo de berro, de incentivo e na overdose de vontade e querer que espumávamos a plenos pulmões?

A noite está triste. O caminho a recuperar é extenso. Com este empate amargo contra o Paysandu pela vigésima segunda rodada, já somam dezessete pontos perdidos no Estádio Bento Freitas.

Foram dois para o São Bento, três para o Sampaio Corrêa, três para a Ponte Preta, três para o CSA, dois para o Juventude, dois para o Avaí e dois para o Paysandu deixando bem claro que nossa permanência no seleto grupo dos quarenta melhores clubes brasileiros corre sério risco de fracassar.

Voltar para a Série C agora, além de um desastre para nós Xavantes, seria um contra tempo a mais para o tão sonhado novo Bento Freitas. Perda de verbas federativas, patrocínios, mídia e muito do que até aqui foi conquistado resultaria num retrocesso perigoso e difícil de reverter.

Ainda em julho eu dizia em meus rabiscos: “Vazando água desde o início” e a tormenta não melhorou em nada de lá prá cá. O comandante do navio garantiu que o Brasil não voltava para o Z4, mas a promessa gorou e agora estamos todos na prancha a espera de uma ação enérgica para nos salvar. –

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