Venceu, mas não convenceu | Alice Silveira

Por Alice Silveira

Fez frio em Pelotas na noite desta terça-feira (20), mas a atuação que o Brasil apresentou em campo congelou ainda mais o coração do torcedor. O Xavante recebeu o São Bento no Bento Freitas e saiu com a vitória, mas definitivamente deixou a maior e mais fiel apreensiva com o que viu.

O começo de jogo já mostrava que o que viria pela frente não seria fácil de assistir. A equipe rubro-negra não se entrosou em campo e inclusive viu o adversário mostrar muito mais volume de jogo, levando risco à meta defendida por Carlos Eduardo.

As melhores chances do Brasil vieram de um pênalti não marcado (vale ressaltar aqui a precariedade da arbitragem) e de outro que finalmente foi convertido por Rafael Grampola após Joílson colocar a mão na bola e levar cartão vermelho. Jogando com um a mais, placar ao seu favor, era de se esperar que o Xavante voltasse seguro para o segundo tempo.

Pois nós já sabemos que acatar as nossas expectativas não é a especialidade do Brasil. Numa bobeada de toda a defesa rubro-negra, a equipe paulista empatou o placar logo no começo da etapa complementar e a partir deste momento o show de horrores estava instaurado.

O Brasil se despiu de qualquer ilusão que pudesse enganar o torcedor e mostrou a equipe limitadíssima que é. Nossas laterais são carentes, o meio de campo até tem peças como Diogo Oliveira que se esforçam, mas ninguém faz milagre sozinho. E quando se recorreu ao banco de reservas, Branquinho e Daniel Cruz mostraram atuações pífias.

Há quem diga que o comandante Bolívar só colaborou para a receita do desastre, tendo jogado a equipe ao ataque cedo demais, ou mexendo mal ao retirar Carlos Jatobá. Mas o fato é que estamos jogando com o que temos, basicamente tirando leite de pedra. E foi assim que Rodrigo Alves, vulgo Pelézinho, chutou para o fundo das redes nos acréscimos e nos concedeu os três pontos.

Dá para dormir tranquilo? Dá, mas assim que acordarmos é hora de refletir. Em uma das edições mais equilibradas da Série B, nosso fator casa não tem rendido o que seria esperado. A vitória no jogo de hoje, que era imprescindível, quase escapou pelos dedos. Reforçaremos, portanto: hora de acordar e repensar muito, antes que seja tarde demais.

Foto: Carlos Insaurriaga

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