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Quase lá! | Alice Silveira

por Alice Silveira

Estamos a três pontos de conquistar nosso principal objetivo este ano: a permanência na Série B do campeonato brasileiro. Aos trancos e barrancos, estamos quase chegando lá. A inesperada e também muito comemorada vitória sobre o Vila Nova fora de casa na noite de ontem (29), fez com que o Xavante encostasse na Série B 2020. Falta bem pouquinho para se agarrar com unhas e dentes à ela.

Em um momento ou outro, teve quem duvidou, inevitavelmente. Alguns largaram a toalha lá no início e deixaram o destino decidir sem nem mais se estressar. Outros permaneceram fiéis à certeza de que a nossa camisa pesaria no final, como tem acontecido todos os anos nessa sequência de quatro temporadas na segunda divisão nacional. Aqui pode até balançar, mas não cai.

Pode ter quem diga que a situação nunca esteve tão delicada quanto desta vez. É uma verdade, de fato. O nível técnico da equipe era baixo, nosso começo de ano já não havia sido fácil, a situação financeira do clube resultou em salários atrasados e bem sabemos, ninguém trabalha feliz de graça. Mas mesmo perante todas as adversidades, vimos quem estava ali para fazer a diferença.

Senhoras e senhores, pode ter faltado tudo ao nosso grupo de jogadores nesse árduo campeonato. Mas não faltou dedicação, suor e amor à camisa. Imaginem que derrubamos gigantes em nossa casa, trouxemos resultados importantes jogando fora, conseguimos nos manter respirando naquela que provavelmente foi a Série B mais disputada que encontramos até agora.

Conseguimos! Falta muito pouco para a consagração de uma campanha construída na certeza de que, como diz o canto das arquibancadas do Bento Freitas, temos um time de guerreiros. O sentimento de gratidão da maior e mais fiel é unanimidade, o resto a gente resolve. Avante!

Foto: AI / GEB

É hora de “virar a chave” | Pedro Henrique Costa Krüger

por Pedro Henrique Costa Krüger

Na minha estante há muitos livros que contam em suas páginas a formação da identidade Xavante: concebida com garra e testemunhada por uma multidão, os ingredientes principais de sua força motriz. Ao folhear tais capítulos noto que, apesar de haver muita história, o clube dos Negrinhos da Estação nem sempre disputou grandes campeonatos ou possuiu calendários tão cobiçados como o que tem hoje.

No entanto, a ausência de grandes competições em boa parte dos 108 anos de fundação não significou falta de ousadia. Sempre houve luta e ambição por mais, de tal modo que todas essas empreitadas foram acompanhadas pela multidão já mencionada; de tal forma que estar entre os 40 principais clubes do país não é obra do acaso. A estrada de pedra foi pavimentada aos poucos, com a colocação ininterrupta de matéria-prima ao longo das décadas.

É possível citar alguns exemplos de matéria-prima. Tornou-se o 1º campeão gaúcho, cedeu o 1º jogador fora do eixo Rio-São Paulo à seleção brasileira, disputou o torneio triangular de clubes campeões organizado pela CDB com Fluminense e Paulistano em 1920, tomou de assalto o protagonismo do futebol pelotense com os inéditos tricampeonatos municipais, venceu a seleção uruguaia no estádio Centenário, tentou trocar Pelé por Joaquinzinho e mais uns pila, organizou uma excursão às Américas, venceu o Seletivo de 1977 e foi semifinalista do futebol brasileiro em 1985, entre outras tão significativas quanto.

Os problemas também sempre existiram e nunca foram capazes de sobrepujar o orgulho de ser Xavante, como às vezes pareceu acontecer de uns anos para cá. Se em outros tempos o apelido pejorativo Xavante se tornou símbolo; se a insinuação de doping se transformou em grito de guerra; se uma “simples” classificação pela Série C contra o Noroeste fez a torcida lotar o aeroporto para cantar “não é mole, não, eu sou Xavante e tô chegando de avião”; por que as coisas mudaram tanto?

É hora de virar a chave. Temos que ressaltar também o que temos de melhor e esse trabalho é tanto do clube, através dos responsáveis pela comunicação e marketing, como nosso. O Brasil não é mais um clube regional – e aqui está a primeira constatação para sentirmos orgulho. As dificuldades agora são do tamanho do país!

Nós não precisamos de nenhuma lição de moral para sabermos o que fazer para virar a chave. Se há uma torcida que tem um time é a do Brasil.

Quando foi preciso construir o estádio Bento Freitas, estávamos lá. Para ampliá-lo em 1977, também. Para concluir o pavilhão social em 2000, de novo. Para enterrar seus ídolos mortos e, em nome deles, saltar da segunda divisão regional à segunda divisão nacional, estivemos unidos. Às lágrimas, derrubamos o que construímos – a própria Baixada – para que fosse reerguida como está sendo.

A estrada de pedras do Grêmio Esportivo Brasil é infinita e aqui estão algumas matérias-primas recentemente utilizadas nela. É para sentirmos orgulho do que construímos na rua João Pessoa.

– No sul do sul do país, estamos há quatro anos entre os 40 principais clubes;
– No ranking da CBF de 2019, estamos na 41ª posição – muito à frente dos nossos vizinhos mais próximos;
– O estádio Bento Freitas é reconstruído com recursos próprios;
– As categorias de base retornaram e os resultados são animadores;
– De 2012 para cá: uma final de campeonato brasileiro (inédita para a zona sul), uma final de Gauchão (que não tinha um clube da zona sul há mais de 60 anos), dois títulos do interior e quatro participações até então inéditas na Copa do Brasil;
– Em 2015, com 7.439 torcedores por jogo, o Brasil foi dono da 13ª maior média de público entre os quatro principais estaduais do país – SP, RJ, RS e MG. Nenhum dos clubes à frente eram do interior;
– Apesar dos pesares, possui um quadro associativo sólido e fiel, que gira em torno de 4 mil sócios e representa a segunda maior fonte de receita do clube (logo após as verbas de TV e à frente de todos os patrocinadores somados);
– Os associados estão se aproximando do dia a dia do clube e, pela primeira vez, houve eleição para o Conselho Deliberativo com duas chapas inscritas (25% foi às urnas);
– Por sua presença no cenário nacional, é um dos clubes presentes no Pro Evolution Soccer 2020, um dos jogos eletrônicos mais populares do planeta – o 6º mais vendido na Europa no mês de setembro; o 2º no Brasil (contabilizando apenas a loja oficial do PlayStation).

Foto: Jonathan Silva.

É Hora do Xavante

É sim. Papo antigo, mas e daí?

Estamos na décima sexta rodada do Campeonato Brasileiro – Série B de dois mil e dezenove, e o Xavante mais uma vez luta desesperadamente para continuar entre as quarenta equipes do futebol nacional.

Com trinta pontos na tabela, ocupa a décima terceira posição. Estamos no limbo e com uma campanha de deixar os cabelos em pé rodada a rodada.

Hoje, há três pontos do famigerado Z4, mas em condições de melhorar um pouquinho este sufoco. Claro, tem que ganhar do Operário lá no Paraná. Coisa braba, diga-se de passagem.

Do Time não há muita coisa boa para falar. Não culpa dos atletas e sim de erros em cima de erros dos responsáveis pela formação do grupo de jogadores. E esses erros não vêm de agora. Já no Gauchão o sofrimento foi pavoroso.

Das Obras, o tempo que cada pedacinho leva para ser feito nos diz bem do quanto somos limitados. É um parto e a volta do Caldeirão demora, demora e cada vez demora mais.

Sem a grande Geral é isto, Torcida dividida, charangas opostas, poder esfacelado. Até agora foram treze jogos em casa e, pasmem, não ganhamos em sete oportunidades. Seis vitórias, dois empates e cinco derrotas é nosso retrospecto neste ano.

Da Direção o que falar? O encanto dos primeiros anos acabou e a consequência é um descrédito que atinge parcela importante da Torcida. Ricardinho preside o Brasil desde oito de novembro de dois mil e onze quando substituiu a André Araújo. Próximo a completar oito anos, sua gestão tem ainda todo o ano que vem pela frente.

Daí o fogo amigo desgasta-nos a cada dia que passa. Como consequência, abandono de alguns Torcedores e mais dificuldades nos jogos na nossa própria Casa.

Precisamos urgentemente de um fato novo. Algo realmente capaz de aglutinar TODA a Torcida Xavante.

Há pouco tivemos eleição e renovação do Conselho Deliberativo do G. E. Brasil. Com duas Chapas disputando a Mesa Diretora (Nilton Roberto Pinheiro – Chapa 1 e João José Fernandes da Cruz – Chapa2), os debates foram de grande importância e demonstraram a real necessidade de uma guinada no rumo administrativo do Clube do Povo.

Povo este que, diga-se de passagem, há tempos que passa longe do Canal do Pepino tendo em vista a nova era de jogos televisivos.

E é aí o cerne da questão. Gestão administrativa e congraçamento da Torcida em torno de um ideal já.

Claro, quando cobro a Torcida não cutuco aqueles três, quatro mil que tem ido ao Estádio Bento Freitas. Mas aqueles que escolheram o sofá e a internet para acompanhar o Brasil.

Bem, como sempre, é hora do Xavante e nenhum Torcedor pode ficar fora desta briga. Que esta briga seja lá, no Bento Freitas. Aplaudindo ou criticando, mas no Caldeirão.

Torcer é isto, participar, cobrar, somar em busca da vitória maior que é o crescimento do Clube. Ganhar ou perder é do jogo, mas ficar de mimimi longe do Estádio não é coisa que resolva.

Estamos atolados até o pescoço com dívidas, os salários dos jogadores de há muito que vem sendo mal pagos e o atraso aumenta qual bola de neve. Ricardinho tem mais um ano de gestão e agora?

Vamos buscar um fato novo. Mas como? Eu jogo a bola para o Conselho Deliberativo (do qual eu faço parte com muito orgulho). As urnas deram o sim à Chapa 2 e João José Fernandes da Cruz foi o escolhido para dirigir o órgão representativo da manifestação coletiva do Clube.

Só não podemos esquecer uma coisa. O tempo urge e outubro e novembro podem determinar a permanência ou não no Campeonato Brasileiro – Série B.

Os dois meses mais importantes da história do G.E.Brasil

Por Marcelo Barboza

Amanhã começa o mês de outubro e junto com ele chegam os 60 dias mais importantes da história do nosso G.E.Brasil. Restam 13 rodadas para o final da Série B do Campeonato Brasileiro 2019. A situação do Brasil não é das piores. Hoje com 30 pontos, na 13ª colocação, estamos próximos dos almejados 45 pontos, a média calculada para garantia de não rebaixamento. Mas no Bento Freitas, os problemas são outros.

Com praticamente duas folhas salarias em atraso, com os jogadores sem darem antrevistas, e um acúmulo de dezenas de dívidas trabalhistas, o futuro do Brasil depende da permanência do clube na Série B em 2020. Imaginem o quão trágico seria um rebaixamento para a Série C. Sem as verbas de televisão da Série B, com salários atrasados no final do ano, sobreviver um ano inteiro com verba do Gauchão é impraticável. É muito preocupante o que pode acontecer com o clube caso isso venha ocorrer.

O presidente Ricardo Fonseca já assumiu nos bastidores alguns de seus vários erros nos últimos anos. Erros no futebol, como a contratações de jogadores que não deram certo, são totalmente normais de acontecer. O problema maior foi não saber administrar certas situações e, principalmente, o grande volume de dinheiro jamais visto pelos lados do Bento Freitas nos seus 108 anos de vida. A falta de convicção e o autoritarismo do presidente do clube, levaram o Brasil à essa situação caótica. As coisas dentro do clube estão muito mais feias do que se parece.

Hoje o clube sobrevive do dinheiro das verbas de tv do Campeonato Brasileiro e do Gauchão, além do quadro social do clube. Os patrocínios na camisa rendem dinheiro com o Banrisul, KTO e Zezé, esse último com um valor mais baixo que os demais e com o dinheiro indo direto para a base do clube. O restante dos patrocínios são todos permutas por algum tipo de serviço. Não rendem dinheiro aos cofres do clube. O interessante é que os jogos do Brasil são 100% transmitidos pelo canal Premiere na Série B e, conforme levantamento que realizei, 65% dos jogos do ano passado foram transmitidos para todo o país pelo SporTV. Agora em 2019, foram 18 dos 25 jogos transmitidos pelo SporTV. Quanto será que vale um minuto de exposição de uma marca no SporTV em horário nobre?

Outro caso, quanto será que vale uma marca sendo exibida em um dos maiores jogos de video game do mundo? Esse ano o Brasil está no jogo de futebol oficial da Konami, o PES 2020, lançado recentemente em todo o planeta. Será que alguém tentou negociar um novo patrocinador antes de mandar informações pra Konami? E outra, o jogo foi lançado em 10 de Setembro e até hoje o Brasil não lançou uma nota sequer sobre o jogo em suas redes sociais ou no site do clube. É inacreditável.

Sobre o dinheiro, estamos falando de algo em torno de 12 milhões por ano de receita. Até 5 anos atrás, o Brasil vivia com muito menos que a metade disso e o time era bem melhor. E o que se ouve por parte do clube? “Precisamos de mais sócios”, “tínhamos que ter 10 mil sócios”, “a torcida precisa participar mais”. É sempre no rabo da torcida. Buscar outras formas de receitas, parece não ser prioridade para quem administra o clube. O Gerente Executivo do clube, Edu Pesce, é muito bom de papo e muito ruim em apresentar resultados. Está há alguns anos no clube e as campanhas de sócios são sempre as mesmas e sempre praticando ações que afastam o torcedor do estádio. Aí na hora do aperto, baixa o valor do ingresso.

Falando do time, do que temos visto dentro de campo, ainda há o que temermos. O time é muito instável e claramente falta qualidade no elenco. Bolivar ainda não conseguiu fazer o time jogar bem. E talvez nem seja culpa dele, pois o elenco estava aí quando ele chegou. Mas nessas 13 rodadas que restam, esses jogadores que aí estão, e o próprio Bolivar, precisam achar um equilíbrio suficiente para conseguirmos mais 15 pontos em 39 a se disputar. Não é difícil. E mais, precisamos que isso aconteça para que nos mantenhamos vivos à curto prazo como clube.

Agora, mais do que nunca, é hora de nós torcedores seguirmos apoiando o time como vem sendo feito. O futuro do nosso clube depende dessa permanência na Série B. Recentemente tivemos uma inédita eleição para o Conselho Deliberativo do clube e novas pessoas estão entrando para dar novas ideias e fiscalizar o que vem sendo feito de errado. Ano que vem teremos novas eleições para a presidência do clube e teremos a chance de revitalizarmos o clube administrativamente. Mas tudo isso depende desses próximos 13 jogos. Cada jogo em casa tem que ser tratado como uma decisão, como uma guerra. E tenho certeza que o torcedor fará a sua parte por entender a importância desses dois meses que estão por vir, assim como tenho certeza que tudo dará certo e 2020 será um ano de resconstrução no Bento Freitas.

Mais um tropeço

Por Alice Silveira

Na noite desta terça-feira (24), o Brasil viajou até Minas Gerais para encarar o América no Estádio Independência e acabou sofrendo uma derrota pelo placar de 2×0. Enquanto o torcedor esperava pelo primeiro triunfo fora de casa sob o comando de Bolívar, acabou recebendo mais uma demonstração de futebol pífio.

Assim como nos tropeços na derrota para o CRB em Maceió e no empate cedido nos últimos minutos contra o Figueirense em casa, a atuação de ontem expôs as carências do grupo: começando pelo elenco que apresenta baixíssima qualidade dentro de campo, o que já ficou evidente ao torcedor há muito tempo.

Somado a isso, em uma fórmula fadada ao caos, os salários atrasados da equipe levaram os atletas a se negarem a conceder entrevistas à imprensa antes e depois da partida de ontem em Belo Horizonte. Isto claramente também se refletiu dentro das quatro linhas, instaurando um clima tenso de preocupar qualquer um.

Diante de tudo isso, é possível ver que uma somatória de fatores culmina no atual momento rubro-negro. Ainda assim, o Brasil seguiu contando com mais sorte do que juízo. Os resultados paralelos ainda deixaram o time a quatro pontos da zona da degola. Mas até quando? É aqui que surge o dilema de procurar uma única solução para um problema que aparenta ter inúmeros culpados.

É possivel começar com a torcida adquirindo mais voz ativa dentro do clube, com os sócios participando de votações importantes como a do conselho deliberativo que acontece essa semana. Mas enquanto as soluções a longo prazo não causam efeito, resta se ater ao mais clichê: a nossa esperança, aquela que ninguém consegue nos tirar. Já estivemos na pior outras vezes e voltamos, não seria impossível de acontecer mais uma vez.

Prepara esse coração, ele ainda vai aguentar fortes emoções nesses próximos capítulos. Avante!

Foto: Mourão Panda / América