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Quase lá! | Alice Silveira

por Alice Silveira

Estamos a três pontos de conquistar nosso principal objetivo este ano: a permanência na Série B do campeonato brasileiro. Aos trancos e barrancos, estamos quase chegando lá. A inesperada e também muito comemorada vitória sobre o Vila Nova fora de casa na noite de ontem (29), fez com que o Xavante encostasse na Série B 2020. Falta bem pouquinho para se agarrar com unhas e dentes à ela.

Em um momento ou outro, teve quem duvidou, inevitavelmente. Alguns largaram a toalha lá no início e deixaram o destino decidir sem nem mais se estressar. Outros permaneceram fiéis à certeza de que a nossa camisa pesaria no final, como tem acontecido todos os anos nessa sequência de quatro temporadas na segunda divisão nacional. Aqui pode até balançar, mas não cai.

Pode ter quem diga que a situação nunca esteve tão delicada quanto desta vez. É uma verdade, de fato. O nível técnico da equipe era baixo, nosso começo de ano já não havia sido fácil, a situação financeira do clube resultou em salários atrasados e bem sabemos, ninguém trabalha feliz de graça. Mas mesmo perante todas as adversidades, vimos quem estava ali para fazer a diferença.

Senhoras e senhores, pode ter faltado tudo ao nosso grupo de jogadores nesse árduo campeonato. Mas não faltou dedicação, suor e amor à camisa. Imaginem que derrubamos gigantes em nossa casa, trouxemos resultados importantes jogando fora, conseguimos nos manter respirando naquela que provavelmente foi a Série B mais disputada que encontramos até agora.

Conseguimos! Falta muito pouco para a consagração de uma campanha construída na certeza de que, como diz o canto das arquibancadas do Bento Freitas, temos um time de guerreiros. O sentimento de gratidão da maior e mais fiel é unanimidade, o resto a gente resolve. Avante!

Foto: AI / GEB

Os dois meses mais importantes da história do G.E.Brasil

Por Marcelo Barboza

Amanhã começa o mês de outubro e junto com ele chegam os 60 dias mais importantes da história do nosso G.E.Brasil. Restam 13 rodadas para o final da Série B do Campeonato Brasileiro 2019. A situação do Brasil não é das piores. Hoje com 30 pontos, na 13ª colocação, estamos próximos dos almejados 45 pontos, a média calculada para garantia de não rebaixamento. Mas no Bento Freitas, os problemas são outros.

Com praticamente duas folhas salarias em atraso, com os jogadores sem darem antrevistas, e um acúmulo de dezenas de dívidas trabalhistas, o futuro do Brasil depende da permanência do clube na Série B em 2020. Imaginem o quão trágico seria um rebaixamento para a Série C. Sem as verbas de televisão da Série B, com salários atrasados no final do ano, sobreviver um ano inteiro com verba do Gauchão é impraticável. É muito preocupante o que pode acontecer com o clube caso isso venha ocorrer.

O presidente Ricardo Fonseca já assumiu nos bastidores alguns de seus vários erros nos últimos anos. Erros no futebol, como a contratações de jogadores que não deram certo, são totalmente normais de acontecer. O problema maior foi não saber administrar certas situações e, principalmente, o grande volume de dinheiro jamais visto pelos lados do Bento Freitas nos seus 108 anos de vida. A falta de convicção e o autoritarismo do presidente do clube, levaram o Brasil à essa situação caótica. As coisas dentro do clube estão muito mais feias do que se parece.

Hoje o clube sobrevive do dinheiro das verbas de tv do Campeonato Brasileiro e do Gauchão, além do quadro social do clube. Os patrocínios na camisa rendem dinheiro com o Banrisul, KTO e Zezé, esse último com um valor mais baixo que os demais e com o dinheiro indo direto para a base do clube. O restante dos patrocínios são todos permutas por algum tipo de serviço. Não rendem dinheiro aos cofres do clube. O interessante é que os jogos do Brasil são 100% transmitidos pelo canal Premiere na Série B e, conforme levantamento que realizei, 65% dos jogos do ano passado foram transmitidos para todo o país pelo SporTV. Agora em 2019, foram 18 dos 25 jogos transmitidos pelo SporTV. Quanto será que vale um minuto de exposição de uma marca no SporTV em horário nobre?

Outro caso, quanto será que vale uma marca sendo exibida em um dos maiores jogos de video game do mundo? Esse ano o Brasil está no jogo de futebol oficial da Konami, o PES 2020, lançado recentemente em todo o planeta. Será que alguém tentou negociar um novo patrocinador antes de mandar informações pra Konami? E outra, o jogo foi lançado em 10 de Setembro e até hoje o Brasil não lançou uma nota sequer sobre o jogo em suas redes sociais ou no site do clube. É inacreditável.

Sobre o dinheiro, estamos falando de algo em torno de 12 milhões por ano de receita. Até 5 anos atrás, o Brasil vivia com muito menos que a metade disso e o time era bem melhor. E o que se ouve por parte do clube? “Precisamos de mais sócios”, “tínhamos que ter 10 mil sócios”, “a torcida precisa participar mais”. É sempre no rabo da torcida. Buscar outras formas de receitas, parece não ser prioridade para quem administra o clube. O Gerente Executivo do clube, Edu Pesce, é muito bom de papo e muito ruim em apresentar resultados. Está há alguns anos no clube e as campanhas de sócios são sempre as mesmas e sempre praticando ações que afastam o torcedor do estádio. Aí na hora do aperto, baixa o valor do ingresso.

Falando do time, do que temos visto dentro de campo, ainda há o que temermos. O time é muito instável e claramente falta qualidade no elenco. Bolivar ainda não conseguiu fazer o time jogar bem. E talvez nem seja culpa dele, pois o elenco estava aí quando ele chegou. Mas nessas 13 rodadas que restam, esses jogadores que aí estão, e o próprio Bolivar, precisam achar um equilíbrio suficiente para conseguirmos mais 15 pontos em 39 a se disputar. Não é difícil. E mais, precisamos que isso aconteça para que nos mantenhamos vivos à curto prazo como clube.

Agora, mais do que nunca, é hora de nós torcedores seguirmos apoiando o time como vem sendo feito. O futuro do nosso clube depende dessa permanência na Série B. Recentemente tivemos uma inédita eleição para o Conselho Deliberativo do clube e novas pessoas estão entrando para dar novas ideias e fiscalizar o que vem sendo feito de errado. Ano que vem teremos novas eleições para a presidência do clube e teremos a chance de revitalizarmos o clube administrativamente. Mas tudo isso depende desses próximos 13 jogos. Cada jogo em casa tem que ser tratado como uma decisão, como uma guerra. E tenho certeza que o torcedor fará a sua parte por entender a importância desses dois meses que estão por vir, assim como tenho certeza que tudo dará certo e 2020 será um ano de resconstrução no Bento Freitas.

Senhoras e senhores, nosso caldeirão voltou a ferver! | Alice Silveira

Por Alice Silveira

É indiscutível a grandeza da vitória de ontem, contra a Ponte Preta, quando falamos especificamente do que se desenrolou dentro de campo. Mas além disto, precisamos falar do espetáculo à parte realizado por aquela que sempre foi a protagonista de todas as façanhas rubro-negras dentro da Baixada: a maior e mais fiel, a torcida Xavante.

A diretoria ouviu o torcedor, felizmente. A promoção de ingressos em um valor mais baixo trouxe de volta quem forjou a imagem de clube do povo que tão orgulhosamente nosso Xavante carrega, defendendo com unhas e dentes perante um vasto futebol moderno que tenta ao máximo derrubar o que vier na contramão.

O povão voltou e trouxe consigo a nossa alma. As arquibancadas voltaram a pulsar, se tornaram as veias do estádio que levaram o sangue-rubro negro até o coração do estádio, o gramado, onde com o grito de “avante com todo esquadrão” ecoando, as luzes dos celulares piscando, o nostálgico bandeirão subindo, nossos atletas sentiram o impulso. O gol de Bruno Aguiar teve o empurrãozinho de nada menos que quatro mil vozes.

Senhoras e senhores, nosso caldeirão voltou a ferver. Ele só precisava que a direção se conscientizasse dos elementos que faltavam para fazê-lo voltar a pulsar. E aqui fica um apelo: não se esqueçam disto. Não se esqueçam do nosso torcedor fiel, raiz, vitorioso. Aquele responsável pelos três pontos somados de ontem. Quem carregou o Brasil SEMPRE foi o povão, nunca foi e nunca será diferente.

Pela nossa raça, amor e paixão!

Foto: Núcleo 1911

Comentaristas de resultado – Ivan H. Schuster

Frequento o Bento Freitas há décadas. Mais de 50(caraca!). E sinto que a Torcida Xavante vem passando por uma transformação. Ao meu ver, para pior. Pode ser apenas impressão minha. Ou não. O fato é que tenho notado um aumento significativo no número de corneteiros na arquibancada. Corneta nas cadeiras e no Café Aquários sempre existiu, mas na arquibancada, em grande número, acredito ser um fenômeno recente.

Há quem fale que a Torcida Xavante, antigamente, cantava e apoiava os 90min. Eu já discordo. Raras vezes presenciei isto. Só em grandes jogos ou  clássicos. A meu ver, quem nunca parou durante os 90min sempre foi a Garra Xavante. Com sol ou chuva, sempre foram a alma do estádio. A Torcida, isto é, os demais Torcedores, sempre foram inspirados e motivados pelo andamento da partida. Se o time está morno, a Torcida assim fica. Se o time apresenta garra e vontade, a Torcida levanta e faz a festa. Não por outra razão, habitantes das trevas, nos classificam como “torcida de escanteio”. Eu prefiro assim, sentindo a emoção do jogo. Dando apoio e motivando quando necessário. Acho monótono, chato mesmo, aquela bateção de prato e bumbo sempre igual, com musiquinhas com a mesma melodia. Empolgação zero. Acho legal ver o Torcedor levantando e gritando “vamos porra” quando o time vai ao ataque ou a loucura instalada quando de uma falta próximo a área ou um escanteio.

O que eu não me recordo, é ver, em quantidade significativa, Torcedor ficar durante toda a apresentação – o Xavante não joga, apresenta-se – comentando, analisando e, principalmente, criticando o time. Não vão para torcer, vão para comentar. Não há apresentação que não tenha uns dois ou três na volta.

Pior, entendem nada. São fracos. Discípulos do Galvão Bueno. Comentaristas de resultado. Se o time Xavante está tendo dificuldades, muita vezes pela aparente qualidade superior do adversário, é um caos. Não escapa um único jogador da crítica. São todos ruins e deveriam estar trabalhando de empacotador em um supermercado, não jogando bola. Mas basta um golzinho, pode ser de xiripa, que tudo muda. É só alegria. Se o atacante faz gol, é craque. Se não faz, um poste sem luz. Serve para nada.

Não sei se isto é decorrente da TV. Talvez sim. Passam a semana assistindo La Liga, Premier League, Champions League ou sei lá qual liga, e quando vão ao estádio, querem ver futebol com a mesma qualidade, em Pelotas, na Baixada e pagando R$ 20,00. Querem Welinton Júnior atuando como Salah e Michel como Bob Firmino.

A realidade é que estamos na reta final do Campeonato Brasileiro 2018 – Série B. Não, não é copinha. É uma competição muito difícil, que reúne 20 dos 40 melhores times do Brasil. Muito deles acostumados a disputar a Série A. Precisamos de toda a força que tivermos. Todo “a mais” fará diferença.

Assim, por mais que gostem de fazer análises mirabolantes ou se achem no direito de cornetar (“paguei tenho direito”), o momento é de uma única ação: torcer. Este time, comandado pelo RZ, tem demonstrado que está comprometido e que não se entrega. E tenho certeza que assim continuará sendo. Então, é hora da Torcida Xavante mostrar a sua real força, lotar o Caldeirão e colocar o bafo na nuca dos adversários. Sem medo de ser feliz.

Rubro-negro vem aí!

#ComRZoBrasilNãoCai

Abs.